A IPTL, International Premier Tennis League deu certo.
O primeiro ano da Liga criada pelo tenista Mahesh Bhupathi, que terminou neste fim de semana com vitória do Indian Aces, funcionou. Vista com muitas dúvidas por boa parte do mundo do tênis, o indiano mostrou que é possível fazer coisas diferentes em um esporte tão tradicional e resistente a mudanças.
Durante quase 3 semanas, um número considerável de estrelas foi visto entre Manilha, Singapura, Nova Deli e Dubai.
E foram visto juntos, jogando em equipe, desfrutando de uma camaradagem raramente vista no circuito, voando em jatos privados e se divertindo no vôo e jogando um tênis relativamente sério, considerando o formato exibição (não valia pontos no ranking e você não ganhava mais dinheiro se vencesse o jogo ou o evento).
Andy Murray jogou duplas mistas com Maria Sharapova; Bruno Soares jogou com diferentes parceiros (as), incluindo Serena Williams; Andre Agassi e Pete Sampras deram o ar da graça na Ásia; Gael Monfils e Jo-Wilfried Tsonga jogaram nas quatro cidades, assim como Kyrgios; Federer dançou com Monfils e jogou simples, duplas e duplas mistas; Djokovic, o número um do mundo também foi a Ásia e ao Oriente Médio; Ivanovic foi a grande estrela feminina jogando todo o circuito; o mesmo fez Hantuchova; Wozniacki, Cilic e Berdych também competiram. Rafter, Moya, Santoro e Goran Ivanisevic estiveram presentes do começo ao fim. Também surgiram Philippoussis e Pioline.
Jogadores, todos divididos nas quatro equipes das cidades que sediaram a IPTL (Indian Aces, Singapores Slammers, Manila Mavericks e UAE Royals), torceram pelos companheiros de time, vestiram o uniforme dos times, jogaram em um formato diferente e conviveram muito mais do que no circuito. Novas gerações interagiram com ex-campeões de Grand Slam e números um do mundo de uma maneira em que nunca haviam convivido antes.
Os tenistas demonstraram que estavam gostando do formato, de estar em equipe. Alguns, como Federer, disseram que tiveram dificuldade no começo para se adaptar às regras e que talvez isso não funcionasse no circuito. Mas, ninguém disse que a IPTL passará a valer pontos nos rankings da ATP e da WTA.
A sensação é de que os tenistas estavam experimentando algo único e inovador
Com casa cheia em Manilha, Nova Deli e Singapura, só faltou Dubai lotar para coroar de fato a liga. Mas, Dubai não é carante de eventos de tênis. Nos outros lugares, você nunca imaginaria ver tantas estrelas do tênis reunidas e jogando juntas. Dubai tem ATP 500, WTA Premier e outras competições por perto.
Uma das grandes sacadas de Bhupathi, que aprimorou o formato do World Team Tennis criado por Billie Jean King, foi ter conseguido vender os direitos de televisão para mais de 100 países. Sem passar na TV os patrocinadores teriam um retorno muito menor e nós aqui no Brasil, não teríamos tido ideia do que era a IPTL e assim foi no mundo tudo.
Claro que ainda há a discussão de como estarão os tenistas que competiram de Manilha a Dubai na IPTL. Será que não atrapalhou a pré-temporada? Como chegarão na Austrália? Voltarão no ano que vem? Mas, isso não afeta em um primeiro momento o fã de tênis e nem o sucesso da Liga. Vai influenciar na continuidade e em como será a segunda edição.
Mas, para um começo, foi mais do que surpreendente.
Diana Gabanyi