Nascido em Florianópolis, Gabriel Friedrich se mudou aos três anos de idade para Santa Maria (RS), onde começou a jogar tênis, dando seus primeiros passos, que resultaram em um tenista juvenil muito bom, que chegou a ser o 28º do ranking da ITF, em 2012, quando tinha 18 anos. Logo em seguida, como era de se esperar, tentou emplacar no circuito profissional.
Em 2013, jogou Futures, inclusive na Europa, e chegou às quartas de final de um deles, seu melhor resultado. Porém, uma lesão no joelho mudou todo o rumo da carreira de Gabriel, que viu uma antiga oportunidade chegar novamente e, dessa vez, ele aproveitou, indo cursar uma faculdade e jogar no circuito universitário dos Estados Unidos pela University of South Carolina (USC), onde é treinado pelo brasileiro Josh Goffi, eleito em 2013 o treinador do ano da Conferência Sudeste e filho do renomado treinador brasileiro Carlos Goffi, que trabalhou com jogadores como John e Patrick McEnroe.
Porém, ele gosta de ressaltar que não desistiu do seu sonho: “Meu sonho é me tornar um tenista profissional e vou seguir sonhando depois que eu me graduar”, afirma o jovem de 21 anos, que busca seguir os passos de jogadores como John Isner, Bob Bryan, Kevin Anderson e James Blake, que tiveram sucesso no circuito depois de passarem alguns anos na universidade.
E o jovem catarinense já começa a ganhar destaque. Em 2015, no seu primeiro ano, Gabriel venceu o USTA Collegiate Clay Court, na Disney Tennis.
Confira um pouco da sua trajetória.
Quando e como surgiu a oportunidade de ir para os EUA?
A oportunidade de jogar nos EUA sempre esteve presente. Quando eu estava jogando os Grand Slams juvenis em 2012, tive várias propostas para jogar em grandes faculdades dos EUA, mas eu não estava interessado naquele momento, meu foco era seguir a carreira no profissional. Em 2013, depois de uma gira na Europa que eu considero que foi boa, acabei sofrendo uma lesão no meu joelho direito. Acabei optando por fazer cirurgia, fiquei alguns meses parado e, quando voltei, na minha primeira gira de torneios, não tive os resultados esperados. Percebi que estava um pouco atrás em nível de alguns atletas da minha idade, então decidi fazer uma mudança na minha vida que foi ir para os EUA.
Qual foi a universidade escolhida? O que você está cursando?
Tive várias propostas, mas acabei optando pela University of South Carolina (USC). Estou cursando Business e no outono de 2015 foi meu primeiro semestre jogando no circuito universitário.
Qual era a sua expectativa quando partiu para os EUA?
As expectativas eram grandes, principalmente melhorar em aspectos do meu jogo que eu tenho dificuldade. Aqui me tornei uma pessoa muito mais madura, pois tenho que lidar com todas as minhas responsabilidades, como o tênis e a universidade, como outras coisas comuns do dia a dia que meus pais tomavam conta, mas que agora eu tenho que lidar por estar morando aqui.
Quais foram as principais dificuldades? Já sabia falar inglês fluentemente?
Tinha uma boa base no inglês, achei que falava melhor do que eu realmente falava (risos). Mas a transição foi muito boa. Meu irmão (Felipe Friedrich) jogou no circuito universitário e estava morando nos EUA ainda quando eu decidi vir, então ele me ajudou bastante. Ter um teammate brasileiro (Thiago Pinheiro) também ajudou muito na adaptação, assim como meus técnicos e teammates sempre me apoiaram e me ajudaram a me sentir em casa.
Você pretende seguir trabalhando com o tênis ou pretende fazer outra coisa depois de formado?
Meu sonho é me tornar um tenista profissional e vou seguir sonhando depois que eu me graduar. Se não der certo, terei um diploma e poderei procurar um trabalho.
Você recomenda a experiência de jogar nos EUA aos jovens?
Recomendo e muito, foi a melhor decisão que já tomei na minha vida até agora. Por mais que eu gostasse do meus treinos no IGT (Instituto Gaúcho de Tênis) em Porto Alegre, a experiência do college é muito válida. No Brasil, é muito complicado se jogar em alto nível por todas as dificuldades que encontramos. Aqui, além de jogar em um altíssimo nível, estou adquirindo conhecimento nas aulas o que, consequentemente, se transfere para meu jogo também.
A Tennis View incentiva o tênis universitário norte-americano, pra onde muitos brasileiros já foram com a ajuda do Daquiprafora, umas das principais empresas no assessoramento de atletas e estudantes para universidades nos Estados Unidos, e da Fundação Lemann, reconhecida por auxiliar tenistas, entre outros, a irem para os Estados Unidos jogar o circuito universitário em várias modalidades esportivas.
Foto: Manuela Davies/Disney Tennis