A dupla brasileira formada exclusivamente para a 126ª edição de Wimbledon, Andr&é Sá e Bruno Soares, conseguiu avançar para a segunda rodada do torneio sobre a grama londrina. Ao encarar nesta quinta-feira os franceses Nicolas Mahut e Julien Benneteau, dupla que se conhece há mais de 10 anos, a parceria mineira precisou de muita paciência para reverter o placar na quadra 16 do complexo All England Club. Somente o primeiro set, decidido no tie-break a favor de Mahut e Benneteau, durou 56 minutos antes da virada brasileira por parciais de 6/7 (3) 6/4 6/3 7/6 (7).
Para Sá e Soares, a chave da vitória esteve na consistência do jogo, sem tantas oscilações e o entrosamento de anos. “Merecemos muito mais do que eles, mantivemos um nível alto de jogo e lidamos muito bem com situações de pressão, nos saímos muito bem”, disse Sá, enquanto Bruno destaca a preparação. “Ficamos 3 semanas sem competir, viemos para cá antes, fazer uma preparação melhor na grama. Conseguimos, fizemos uma partida dentro do nível que queríamos”.
O próximo desafio da dupla brasileiro será os argentinos Eduard Schwank e Juan Ignacion Chela. “O momento &é de felicidade, ganhamos, mas acabou. Provavelmente jogaremos amanhã, será uma pedreira novamente. Não estamos satisfeitos, queremos ir longe aqui”, disse Soares, que vive no circuito e vida pessoal um momento de recuperação desde o falecimento do seu pai, motivo que o afastou dos torneios preparatórios na grama, e o fim da parceria com o norte-americano Eric Butorac.
Os caminhos se cruzam
O fim da parceria e a dor pessoal de Soares, a s&éria lesão de Andr&é Sá na panturrilha – durante Roland Garros – e a incerteza de ambos se jogariam Wimbledon uniram os brasileiros no momento da inscrição para a chave de duplas. “Eu não sabia se viria para Wimbledon, o m&édico em Paris havia me dito que eu ficaria afastado no mínimo 21 dias, exatamente na data de início de Wimbledon. Então, o Michal (Mertinak) não quis arriscar, procurou um parceiro, já que poderia perder a inscrição. Aí então resolvemos assinar a inscrição juntos”, contou Sá.
Olimpíadas
O anúncio oficial que ambos jogariam as Olimpíadas foi uma injeção de ânimo em ambos. Soares sabia da possibilidade, fazendo as contas pelo ranking da ATP, mas custava a acreditar, já Sá pouco apostava em uma terceira Olimpíada, um momento que ele considera o ápice na carreira de um esportista.
Sá: “Eu não acreditei, falei: ‘O quê?!”. Foi uma felicidade enorme, participar da minha terceira Olimpíada, você está ali no meio da nata de todos os esportes, a emoção &é forte.
Soares: “Estava muito na expectativa pelo ranking, fizemos as contas, os amigos fizeram, mas eu só acredito vendo. Com certeza será uma momento incrível, já que eu ainda não vivi essa experiência”.
Por Renan Justi, em Londres