Já se passaram 30 anos da vitória histórica de Yannick Noah em Roland Garros e os franceses continuam celebrando. Foi tão histórica que nenhum outro tenista francês conseguiu repetir o feito. Para marcar os 30 anos daquela final de 1983, em que Noah ganhou de Wilander, várias marcas e meios de comunicação lançaram campanhas em Paris. Estão até mesmo à procura dos bebês chamados Yannick, nascidos entre 05 de junho de 1983 e 05 de junho de 1984.
Não acreditei quando passei por um dos corredores de Roland Garros e vi esse cartaz do BNP. “Procuramos as pessoas que deram o nome de YANNICK aos seus bebês, nascidos entre 05 de junho de 1983 e 05 de junho de 1984. Encontro no wearetennis.com (site de tênis do BNP).””
Achei muito legal e logo pensei nos bebês chamados Gustavos e até no meu sobrinho de nome Rafael, uma certa homenagem a Nadal.
Fui procurar o BNP para entender o que eles estavam fazendo com essa pesquisa. “As pessoas que tem filhos chamados Yannick entraram em contato conosco – através do anúncio – e nós demos ingressos para Roland Garros,” contou a chefe de comunicação do BNP, Elodie Verbeke.
Essa é apenas uma de muitas ações que o BNP vem fazendo neste ano em Paris. A data marca 40 anos da parceria com o Grand Slam francês e hoje o BNP é o maior patrocinador mundial do tênis. O banco patrocina a Copa Davis, por exemplo, diversos Masters 1000 e outros muitos eventos.
As ações envolvem desde os funcionários escolhidos para receber tratamento VIP em Roland Garros, até clientes para fazerem reuniões na suíte do Banco na quadra central, passando por clientes podendo levar o trofeu para a quadra no dia da final, ser jornalista e fotógrafo por um dia, bater bola com uma jogadora da WTA, entre outros.
O site, www.wearetennis.com também fez uma campanha onde os fãs podem contar suas histórias, seus momentos inesquecíveis em Roland Garros. É tão tecnológico, em 3D, que ficou um pouco difícil de navegar e entender a ordem, mas dá para ver o que investiram e quanta história as pessoas tem ligadas a esse torneio.
Claro que além do BNP há muita gente fazendo campanhas sobre os 30 anos da vitória de Noah. O jornal L’Equipe publica diariamente uma coluna com entrevistas e matérias de 1983.
O site slate.fr , conhecido na França, colocou um jornalista especializado em tênis para twitar como se estivesse em 1983. Divertida a ação.
As alamedas de Roland Garros também estão cheias de pôsters contando a história daquele 1983.
Yannick Noah até tem aparecido por aqui e em um ou outro evento do Grand Slam que mudou para sempre a sua vida, mas já havia dito “cést cheap”para a ideia de fazê-lo entrar em quadra para falar: ëu ganhei aqui há 30 anos.”
Nesta mesma entrevista ao MetroNews, Noah disse que não assistiu mais aquela final. “É insuportável. Nunca gostei de me escutar.”
Mas, ele tem consciência do efeito que produziu nas pessoas e que dura até hoje. “As pessoas me encontram e dizem: eu estava nesse lugar ou fazendo isso quando você ganhou. As pessoas se lembram com verdadeira emoção. Isso criou uma ligação que dura desde então. Isso é trés chic. Entrei na vida das pessoas, naquela dia, por uma porta muito bonita. Toquei a vida de milhões de franceses.”
E continua tocando. Com as memórias de 30 anos atrás e com a música. Até hoje, ano após ano, Noah ganha a eleição de personalidade favorita dos franceses.
Diana Gabanyi