A ocasião merece. Pela segunda vez na carreira Bruno Soares está na semifinal de duplas de Roland Garros. Nesta quarta, com o austríaco Alexander Peya, derrotou os poloneses Fyrstenberg e Matkowski por 1/6 6/4 3/1 desistência e joga na quinta para ir à sua segunda final de Grand Slam (foi campeão de duplas mistas no US Open).
Bati um bom papo com o Bruno depois da derrota dele nas quartas-de-final de duplas mistas. Ele e Lisa Raymond perderam para Marcelo Melo e Liezel Huber por 6/4 6/4, em meio a uma maratona de jogos.
Primeiro Bruno e Peya deram entrevista para a TV austríaca e depois sentei com ele na zona de entrevistas do Centre de Presse. Já falei com ele tantas vezes e o conheço desde os tempos de juvenil que pode ficar difícil mudar um pouco o disco. Mas o momento da carreira dele é especial e resolvi reproduzir a conversa aqui.
Como está sendo disputar tantas partidas em poucos dias?
“Está uma correria. Estou jogando todo dia. Por um lado é bom porque estamos ganhando e voltando para Roland Garros diariamente. Significa que estamos jogando bem.
Infelizmente a programação na primeira semana não foi bem feita. Acho que já falei bastante sobre isso. Eles não deram atenção para quem estava jogando mais do que um torneio e deu essa correria.”
Você está na semifinal de Roland Garros pela segunda vez na carreira. Com tantos jogos, dá para perceber que está a um jogo da final?
“ Vou sempre jogo a jogo, mas dá sim para ter a noção de que estamos na semi e estou muito feliz.”
Como você compara essa com a de 2008?
“Estou bem mais experiente, mais preparado e jogando um melhor tênis.”
Dá para dizer que você está no melhor momento da sua carreira?
“Tenho jogado muito bem nos últimos tempos. Venho numa crescente muito forte desde que comecei a jogar com o Alex e acho que ainda posso melhorar. Sou mais maduro hoje.”
Como é o seu treinamento? Você está aqui sozinho. Às vezes viaja com treinador, às vezes não.
“ Eu treino em Belo Horizonte com o Roberto Moraes. Ele esteve comigo em Indian Wells e Miami. Mas, acabo treinando por tabela com o técnico do Peya, o Scott Davidoff.
O Scotty é muito gente boa, sem falar que é treinador há muitos anos de tenistas de altíssimo nível (ele treina também Bhupathi e Bopanna).
Você disse que está na casa de uma família – amigos – aqui em Paris. Conseguiu passear um pouco?
“Como estamos na casa de família, nossa rotina é ir daqui para casa e da casa para cá. Não fiz e espero não fazer nada.”
O que aconteceu exatamente com os poloneses no seu jogo de hoje cedo?
“O Fyrstenberg machucou na terceira rodada. Ele distendeu u músculo nas costas, mas a gente não sabia.
Eles começaram jogando completamente diferente do que jogam. Mas, a gente se recuperou a tempo e depois do break no 4/4 sabíamos que era uma questão de tempo.”
Você vem jogando em quadras grandes aqui, como a 1, a 2. Qual você gosta mais? Tem alguma que não jogou ainda?
“Nunca joguei na central. Mas a quadra 2 é a minha favorita. Acho que é perfeita para a dupla. Deve caber umas 1000 pessoas e sempre enche. O público fica bem pertinho e fica um caldeirão legal.”
Como foi jogar contra o Marcelo dois dias seguidos?
“É chato jogar contra o Marcelo. Não foi a primeira vez que aconteceu e vai acontecer de novo. Mas, pelo menos foi nas oitavas e nas quartas. Pior foi no ano passado, no US Open, que joguei contra o André – Sá – na primeira rodada.
Mas com o Marcelo a gente conversou antes do jogo, conversou depois. Ele vai enfrentar uma dupla que eu joguei no US Open. Fora da quadra prevalece a amizade e agora tem dois tenistas brasileiros na semifinal.”
Diana Gabanyi