O Brasil embarcou na noite deste sábado com destino a Neu-Ulm, na Alemanha, para disputar o Playoff do Grupo Mundial da Copa Davis diante da equipe alemã, entre os dias 13 e 15 de setembro na quadra rápida da Ratiopharm Arena.
A equipe brasileira embarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos com os jogadores Marcelo Melo, Rogério Dutra Silva e Thomaz Bellucci, além da comissão técnica formada pelo capitão João Zwetsch, o auxiliar técnico Daniel Melo, o preparador físico Eduardo Faria, o fisioterapeura Paulo Roberto Santos e o médico Gilbert Bang.
Bruno Soares, que neste domingo disputa a final de duplas o US Open a partir das 13h30 (de Brasília), ao lado de Alexander Peya, embarca para a Alemanha na segunda-feira, enquanto os jogadores reservas Guilherme Clezar e Marcelo Demoliner já estão na Europa e se integram à equipe na Alemanha.
A Alemanha contará com os tenistas Philipp Kohlschreiber (25º do mundo em simples), Florian Mayer (47º em simples), Daniel Brands (51º em simples) e Martin Emmrich (35º em duplas), além do capitão Carsten Arriens, que como tenista profissional obteve seu primeiro título no Brasil, no Guarujá, em 1992.
Em um grande momento dos duplistas brasileiros, com Bruno Soares em 4º no ranking ATP e Marcelo Melo em 14º (deverá subir ao menos duas posições na segunda-feira), os jogadores de simples são Thomaz Bellucci (atual 118º) e Rogério Dutra Silva (134º). Mesmo reconhecendo o favoritismo dos alemães, o Brasil embarcou confiante em disputar um grande confronto e com chances de se manter no Grupo Mundial.
“A expectativa é de muita dificuldade, é um confronto em que o Brasil vai lutar muito para permanecer no Grupo Mundial. Está muito forte e presente em todos a ambição e a vontade de permanecer no Grupo Mundial. Sabemos que a Alemanha é uma equipe muito consistente, tem dois jogadores de simples muito consistentes em resultados, estão aí ano a ano no top 50 e em alguns momentos entram no top 30 e top 20”, afirma João Zwetsch.
“É um confronto muito complicado para nós, devemos ter uma quadra rápida, um jogo que não favoreça muito a característica dos nossos jogadores, que é sempre gostar de um pouquinho mais de tempo para jogar. Nos preparamos bem, o pessoal já está essa semana treinando, visualizando já os jogos, algumas coisas específicas, chegando lá vamos reforçar todas essas situações de treinamento e acho que a expectativa é de um confronto em que a nossa vontade, o nosso empenho e a nossa luta, a nossa garra vai ter que fazer diferença mais uma vez”, completa o capitão.
De volta à equipe da Copa Davis depois de ter participado pela última vez no confronto com a Rússia em São José do Rio Preto, no ano passado, Rogério Dutra Silva voltou dos Estados Unidos satisfeito com a campanha no US Open, onde furou o qualifying e venceu em uma longa partida o top 40 canadense Vasek Pospisil. O Grand Slam foi o primeiro torneio do paulista depois de ter ficado afastado das quadras para tratar uma lesão.
“Venho feliz, tive um resultado bom no US Open, foi importante ter jogado bem na quadra dura. Será um confronto difícil, fora de casa é mais difícil ainda. A equipe deles também, que os jogadores também jogaram bem ali no US Open, mas acho que a gente tem uma equipe forte e pode surpreender dentro da casa deles. Conheço todos (os jogadores da equipe alemã), acompanhei eles jogando lá, venho os estudando também”, afirma Rogerinho.
Thomaz Bellucci espera poder voltar a jogar um grande confronto na Copa Davis fora de casa e reforça que o Brasil tem chances de obter a vitória mesmo em condições desfavoráveis.
“É um confronto difícil de novo, eles novamente são favoritos por jogarem em casa, têm jogadores em melhor ranking, então temos de jogar bem soltos, tranquilos e sabendo que a responsabilidade de ganhar é deles, logicamente sabendo que a gente vai ter chances também, não é um bicho de sete cabeças. Como foi nos Estados Unidos, que a gente teve a nossa chance. A Copa Davis é uma competição sempre diferente, é especial para mim”, afirma Bellucci, que já enfrentou e venceu partidas com Kohlschreiber, Mayer e Brands.
“Com o Kohlschreiber eu já joguei várias vezes, com os outros dois também. São jogadores muito perigosos em uma quadra assim, o Kohlschreiber é um cara muito experiente, está jogando muito bem. Vai ser um confronto complicado, mas não dá para escolher adversário, playoff é sempre muito duro. A gente tem uma dupla muito forte, é o nosso ponto mais forte hoje, mas na simples também temos chances. Não se pode descartar de a gente ir lá e surpreender fora de casa”, completa Thomaz Bellucci.
Com pouco tempo para conseguir descansar após a semifinal do US Open, Marcelo Melo também embarcou confiante e mostra confiança nos jogadores de simples, que podem encarar e vencer os alemães para garantir a vitória brasileira.
“A gente vai tendo eles como favoritos, jogam em casa e têm uma equipe forte, mas o Thomaz, mesmo não estando em uma fase de bons resultados, joga muito bem. Acho que temos plenas chances de passar pela Alemanha, não vejo um confronto tão duro quanto era com os Estados Unidos por terem a dupla número 1 do mundo e dois jogadores de simples em melhor ranking. Precisamos acreditar que podemos vencer, aproveitar as oportunidades e pontos possíveis. O Rogerinho também vem jogando bem, pode surpreender e ganhar. Temos que ir confiantes que podemos ganhar esse confronto para o Brasil”, afirma Marcelo Melo.
Direto de Nova York, onde joga neste domingo a final do US Open, Bruno Soares também reconheceu a dificuldade de enfrentar os alemães fora de casa, mas lembrou que nos últimos anos o Brasil conseguiu fazer grandes confrontos mesmo sem ser favorito e promete o máximo de empenho da equipe.
“Eles jogam em casa e, com certeza, são favoritos. Mas a gente vem mostrando o grande trabalho que estamos fazendo na Copa Davis, a nossa evolução como equipe. A gente sempre entra lá e luta até o fim. É isso o que vamos fazer mais uma vez, vender isso bastante caro para eles e vamos em busca da vitória. Apesar de eles serem favoritos, a gente sabe que Copa Davis é uma competição extremamente diferente, que envolve muito mais coisas, então é chegar lá e fazer o nosso trabalho. Teremos uma semana para nos preparar e ir com tudo para cima deles”, finalizou Bruno.
Foto: Marcelo Ruschel/PoaPress