Bruno Soares, nº 3 do mundo no ranking de duplas, é um dos principais destaques do Rio Open, ATP 500 disputado nas quadras de saibro do Jockey Club Brasileiro.
Além do sucesso nas quadras, o mineiro, que ainda é extremamente simpático, falou um pouco com a Tennis View sobre interação com o público, formação acadêmica do tenista e o sonho de ser nº 1.
Sendo um dos jogadores brasileiros mais queridos pelo público em fóruns e redes sociais, o mineiro falou sobre essa relação com os torcedores.
“Eu gosto muito dessa interação. Primeiro porque esse é o meu jeito, sou um cara fácil de lidar, converso com todo mundo. E eu acho que o pessoal que está ali, que me segue, faz isso por gostar do que eu faço, eu também gosto do que faço, então acho legal ter essa interação, trocar uma ideia, mandar uma mensagem. Sempre que é possível, tento responder”
Além disso, o mineiro mostra gratidão ao tênis e acredita que essa relação é uma forma de retribuir um pouco tudo aquilo que o esporte lhe proporcionou:
“O tênis me proporcionou muita coisa boa, eu conheci muitas pessoas pelo tênis, então acho muito bacana essa interação por isso. Eu tenho grandes amizades que começaram assim. A pessoa vai em um torneio, eu encontro em um restaurante, acabo jantando junto e vira um grande amigo. Então, por isso acho legal manter essa interação com a turma. Eles estão ali admirando o que você faz e acho legal bater um papo com eles.”
Além de ser bem sucedido em quadra, o mineiro resolveu voltar a estudar há pouco tempo e agora cursa graduação em Marketing. Sabendo das dificuldades em conciliar a vida acadêmica com o circuito profissional, ele dá o seu conselho para os jovens jogadores.
“Eu recomendo demais estudar. Em uma época da minha vida, fiquei muito na dúvida se jogaria o circuito profissional nos Estados Unidos, mas estava com muita ansiedade para jogar tênis profissional e optei por não fazer a faculdade. Hoje vejo que existe essa possibilidade e recomendo pra todo mundo estudar.”
Mesmo assim, ele sabe que para estudar e jogar, além de toda a rotina de entrevistas e compromissos com patrocinadores, a exigência é grande.
“Eu sei que consigo tirar algumas horas pra estudar todos os dias. Se a gente tiver um pouco de disciplina e ser organizado, a gente consegue. Jogar tênis, poder cursar uma faculdade e ter um diploma futuramente, é válido pra qualquer ser humano. Então recomendo, principalmente para a turma mais nova, que está saindo do colégio. Eu estou no maior perrengue, depois de 13 anos voltando a estudar. Sofri ano passado (risos). O caminho de um profissional é muito árduo e quanto antes você se preparar para um eventual plano B, melhor.”
O mineiro já falou sobre o sonho de ganhar um Grand Slam, mas precisou pensar por alguns segundos quando foi perguntado se escolheria um título de Slam ou ser nº 1 do mundo:
“É difícil. Tenho que pensar um pouquinho aqui (risos). Eu escolheria ser nº 1 do mundo, pois pra ser nº 1, significa que você teve um ano muito bom. Então, mesmo que eu seja nº 1 sem ganhar um Grand Slam, com certeza eu ganhei muitas outras coisas, eu fui muito bem em alguns Grand Slams. E acho que a marca de você poder falar “Eu fui o melhor do mundo” por uma semana que seja, ninguém pode discutir. Acho que isso é uma coisa muito forte. Então, vou ter que votar pelo nº 1 do mundo (risos).
Indagado se pode chegar ao topo nesta temporada, Bruno respondeu:
“Nós estamos correndo atrás, é difícil, é uma coisa meio surreal, mas estamos em constante evolução, a gente vem melhorando a cada ano, a gente acredita nisso, mas se vai acontecer, o tempo dirá. O auge do duplista vem aos 35, 36 anos (ele tem 31 e Alexander Peya tem 33). O nosso auge ainda está por vir”.