Em seu primeiro torneio depois de se recuperar de um problema nas costas, o espanhol Rafael Nadal levantou mais um troféu, o 62º de sua brilhante carreira. O número 1 do mundo derrotou o ucraniano Alexandr Dolgopolov, 54º, na noite deste domingo, por 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 7/6 (7-3), para conquistar a primeira edição do Rio Open apresentado pela Claro hdtv, disputado no Jockey Club Brasileiro, no Rio de Janeiro. Com o resultado, igualou a marca do argentino Guillermo Vilas, sétimo jogador com mais taças no currículo na Open Era. O maior vencedor é o norte-americano Jimmy Connors, com 109 troféus. O suíço Roger Federer é o terceiro da lista, ao lado do também norte-americano John McEnroe, com 77. Contando apenas os títulos no saibro, este foi o 43º. Vilas é o maior vencedor neste piso com três a mais do que Nadal.
Foi a primeira vez que o Brasil recebeu um torneio da série ATP World Tour 500, com apenas 11 disputas ao redor do mundo. O evento no Rio é o maior da modalidade na América do Sul por reunir simultaneamente um ATP 500, com premiação total de US$ 1.309.707, e uma etapa de WTA Internacional de US$ 250 mil. Pelo título, Nadal soma 500 pontos no ranking, recebe o prêmio de US$ 316.400, e o troféu, feito pelo designer Antonio Bernardo, foi entregue por Gustavo Kuerten. Com o vice-campeonato, Dolgopolov ganha US$ 142.650 e marca 300 pontos na ATP.
Depois de enfrentar uma dura batalha de quase três horas na semifinal, contra o compatriota Pablo Andujar, Nadal teve mais facilidade na decisão. Dolgopolov, que no caminho para chegar à decisão derrotou três cabeças de chave – os espanhóis Nicolas Almagro (5º) e David Ferrer (2º), e o italiano Fabio Fognini (3º) -, não repetiu o bom desempenho. Depois de perder o primeiro set por 6/3, ameaçou uma reação no segundo, ao quebrar o saque do dono de 13 títulos de Grand Slam e fazer 6 games a 5. Mas o espanhol de 27 anos empatou a série, levando o jogo para o tie-break, para fechar por 7/3.
Sem jogar desde a final do Australian Open, em 26 de janeiro, quando perdeu para o suíço Stanislas Wawrinka e reclamou de dores nas costas, Nadal comemorou a volta com o troféu. “Não pude fazer a melhor preparação, porque fiquei alguns dias sem treinar, então estou feliz por voltar a jogar e conquistar um título. Também valeu por tudo o que representa esse troféu, por ser a primeira edição do torneio, em um lugar tão bonito. O Brasil é uma país incrível, está em crescimento, a América Latina merece torneios como esse, e tem condições para receber um Masters 1000”, disse o espanhol, que já havia vencido outros dois campeonatos no país – Costa do Sauípe, em 2005, e em São Paulo, no ano passado. Sobre igualar a marca de Vilas, o campeão acha que é cedo para falar disso. “São apenas estatísticas. Quando eu parar de jogar, vamos ver o que conquistei e aí posso falar de números”.
Já Dolgopolov, que tem dois títulos na carreira, lamentou a quinta derrota para Nadal. “Eu poderia ter sido mais agressivo na partida, mas errei muito. O estilo de jogo dele é diferente, por isso me fez errar mais do que eu errei nas outras partidas”, explicou o ucraniano, ex-13º do mundo.
Antes da final, com a quadra central cheia, o ex-jogador Ronaldo disputou um animado tie-break com o duplista Bruno Soares. O pegador de bolas era o jogador de futsal Falcão e o juiz de cadeira, o ator Luigi Barricelli. Na plateia, Guga, o apresentador Luciano Huck, entre outros, se divertiram com a partida. Bruno fez o campeão mundial nas Copas de 1994 e 2002 correr de um lado para o outro. O maior artilheiro de Mundiais assistiu à vitória de Nadal e, ao final da decisão, conversou com o espanhol e o felicitou pelo título.
Foto: Rio Open/FotoJump