Quantas vezes já ouvimos que ranking não vale na Copa Davis, que a competição é diferente, que mexe com outros fatores importantes como pressão, defender uma nação, jogar em equipe, contar com o apoio da torcida, resistência física e mental, estratégia de convocação entre outros? Diversas, mas muitas acreditamos ser apenas conversinha do capitão para não falar em superioridade do time ou não ligamos muito. Mas, tudo isso aconteceu em diversos confrontos, com especial destaque para França e Alemanha.
Os confrontos de quartas-de-final da Davis, que não prometiam muita emoção, fora o duelo entre Itália e Reino Unido, em Nápoles, acabaram virando um exemplo típico do que a competição pode causar.
A França, jogando em casa, com Julien Benneteau e Jo-Wilfried Tsonga perdeu os dois jogos de simples para o time B da Alemanha. Haas, Kohlschreiber e Mayer não estão competindo. Benneteau foi superado por Tobias Kamke e Tsonga por Peter Gojowczyk. Tsonga até que ofereceu mais resistência e levou o confronto para o 5º set, mas foi o 119º colocado no ranking mundial, sentindo cãibras e estreante na Davis que acabou vencendo o jogo por 8/6 no quinto set.
A convocação de Benneteau já foi questionada por muitos e mesmo com Gasquet e Monfils não estando muito aptos a competir, ainda havia outros melhores ranqueados do que o tenista de 32 anos. Arnaud Clement, vai ter que se explicar diante da exigente torcida francesa.
A Suíça também levou um susto. Atual campeão do Australian Open, Stanislas Wawrinka perdeu, diante de 15 mil pessoas, na Palexpo Arena, em Genebra, para Andrey Golubev do Cazaquistão, 64º no ranking. Foi a primeira grande aparição dele em casa.
Roger Federer fez as honras da casa e venceu Mikhail Kukushkin.
O duelo entre Japão e República Checa, os atuais campeões, perdeu um pouco a graça sem o ídolo local Kei Nishikori, ainda lesionado e também sem Tomas Berdych. Mas, os experientes Radek Stepanek e Lukas Rosol não decepcionaram o número um do país e ganharam de Tatsuma Ito e Daniel Taro no Ariake Coliseum.
O confronto mais comentado até as quartas-de-final começarem, o entre Itália e Grã Bretanha, montado numa bonita arena com as bandeiras dos dois países desenhada nas arquibancadas foi suspenso no meio do segundo jogo. Fognini ganhou de James Ward, como esperado e Andy Murray vencia Andreas Seppi por 6/4 5/5 quando o jogo foi interrompido por falta de luz natural (começou tarde por causa da chuva).
O Brasil, jogando o zonal americano contra o Equador em Guaiaquil, começou com a vitória de Rogerinho Dutra Silva diante de Julio Campozano, mas foi pego de surpresa no 2º jogo. Guilherme Clezar e Emilio Gomez estavam empatados em 1 set quando o gaúcho sentiu uma dor na virilha e teve que abandonar a partida. Imprevisibilidade na Davis e complicação para o país que se tiver que ir para o 5º jogo, terá que contar com Marcelo Melo ou Bruno Soares, os nossos duplistas.
Seja confronto de quartas-de-final ou de zonal, a Copa Davis sempre traz essa emoção diferente dos outros torneios do circuito. Se Gojowczyk tivesse ganhado de Tsonga em um torneio qualquer do circuito, o impacto não teria sido tão grande. Mas dois alemães ganhando de dois franceses, na França, muda a história completamente. Se Clezar tivesse abandonado uma disputa com Emilio Gomez em um Challenger lamentaríamos mas não pensaríamos nas consequências para o Brasil.
O formato pode não ser o ideal, especialmente para os jogadores tops que às vezes acabam tendo que se comprometer durante 4 semanas a mais no circuito para levar o País à vitória, mas a competição é única, especialmente por esta imprevisibilidade.
Diana Gabanyi