A jovem Laura Pigossi esteve nesta semana disputando o Rio Open, torneio WTA International, disputado nas quadras de saibro do Jockey Club Brasileiro, no Rio de Janeiro.
Depois de perder na primeira rodada do qualifying de simples, ela conseguiu uma boa vitória na primeira rodada de duplas e, ao lado da montenegrina Danka Kovinic, chegou muito perto de uma vaga na semifinal, perdendo no match-tiebrek para Ysaline Bonaventure e Rebecca Peterson.
O triunfo nas duplas está longe de ser um acaso. Afinal, nem foi o primeiro em um torneio deste porte. No ano passado, no WTA de Bogotá, ela e a venezuelana Adriana Perez bateram a norte-americana Sloane Stephens e a argentina Paula Ormaechea na estreia, parando mais umas vez no match-tiebreak das quartas.
À beira do top-200 no ranking de duplas (já foi 154º), Pigossi deixa muito claro a sua ousada meta, traçada ao lado do seu treinador Renato Messias, que já a acompanha há 8 anos.
“Eu tenho que continuar jogando nesse nível, jogando contra as mais fortes, ganhando e perdendo, subindo o nível, e continuar o ano. Eu tenho que fazer mais…(se corrigindo) a minha meta esse ano é fazer mais 10 primeiras rodadas de WTA, jogar bastante WTA pra conseguir subir bem o ranking de duplas, pra chegar bem perto do top-100. Acho que essa é minha meta”
Mesmo com os bons resultados nas duplas e sendo nº 379 na lista de simples da WTA , a jovem de 20 anos faz questão de rechaçar a ideia de priorizar o circuito, e acredita que ainda é perfeitamente possível conciliar e buscar bons resultados em simples e duplas.
“Eu sou bem nova ainda, dá pra levar os dois, mas eu acho que dupla eu sempre joguei melhor, eu gosto bastante, é uma coisa que por pior que tenha sido meu jogo na simples, a dupla é sempre uma coisa que me relaxa, eu vou lá e jogo super bem. Tem que tentar levar essa coisa da dupla pra simples e uma vai puxando a outra, né? Na dupla eu fui lá e ganhei da Sloane Stephens (ex-nº 11 da WTA e que já venceu Serena Williams). Aí você chega pra jogar com ela em simples e pensa: “Cara, eu já ganhei dessa menina. Eu posso”. Não é mais uma coisa tão fora assim…tipo “Ai, meu Deus, vou jogar com ela”. Você vai se acostumando, acho que isso é o principal”, afirma.
Depois do sucesso de Teliana Pereira na edição do ano passado no Rio Open, esse ano foi a vez de Gabriela Cé e Bia Haddad, nas simples, e da própria Laura, nas duplas, que conseguiram avançar na chave principal. A brasileira ressaltou a importância desses bons resultados para todas as jogadoras do país.
“Pra mim, quanto mais brasileiras lá em cima, vai dando mais espaço para que as outras possam entrar também. Quanto mais brasileiras jogando, só vai subir o nível, o esporte vai ficar mais falado, todo mundo ganha.”
Jogar um WTA em casa acontece apenas duas vezes por ano para as brasileiras, com o Rio Open e o WTA de Florianópolis, e o apoio da torcida, para Laura, é realmente muito importante quando entra em quadra, servindo como uma motivação fundamental:
“Eu gosto bastante (de jogar em casa). Eu também me motivo muito com a torcida. Gosto da energia que fica. Acho muito importante. Se a gente tem a oportunidade de ter a torcida a favor, a gente tem que aproveitar cada momento e usar isso, pois quando jogamos fora, tem torcida contra e isso favorece as outras jogadoras. Então, quando a gente está aqui, temos que aproveitar”.
Na próximas semanas, Laura volta aos circuito de Challengers e ITF’s, mesclando com alguns WTA’s, mas sem esquecer o seu foco nesse ano e a busca pela realização de um grande objetivo:
“Desde que saí do juvenil, estou louca pra jogar Grand Slam (risos). Quero jogar duplas no Australian Open já no ano que vem”, concluiu.