Em um cenário perfeito, jogando em casa com o apoio da torcida, a brasileira Gabriela Cé conquistou sua primeira vitória na carreira no circuito WTA. Aos 21 anos, a tenista gaúcha venceu a francesa Pauline Parmentier por 2 sets a 1, com parciais de 6/2, 6/7 (1) e 6/0, após 2h29 de partida, em sua estreia no Rio Open apresentado pela Claro, nesta segunda-feira, na quadra central do Jockey Club Brasileiro. O torneio no Rio é o maior da América do Sul, com disputas simultâneas de um ATP 500 e de um WTA International. A premiação da chave masculina é de U$ 1,5 milhões, e a da feminina, de U$ 250 mil.
Número 261 do mundo, Cé tem feito boas campanhas em torneios ITF (com premiação até U$ 100 mil), e sua ascensão foi reconhecida com um convite para a chave principal do Rio Open. “A grandeza deste torneio é incrível para mim. Falei na quadra que é impressionante o quanto me sinto bem neste lugar. É uma coisa que não consigo explicar. É com certeza o maior torneio em que joguei”, disse a gaúcha, muito emocionada, após a vitória sobre a número 95 do ranking mundial.
Mesmo após perder a chance de fechar o jogo sacando em 5/4 no segundo set, Cé manteve a concentração e não cedeu games na parcial decisiva. “Analisando no geral, acho que lidei bem com a pressão, porque não é fácil jogar seu primeiro WTA com uma baita torcida e administrar para fechar o jogo. Eu lidei bem com essas condições e estou feliz demais”, comentou a jogadora treinada pelo ex-tenista Fernando Roese.
A próxima adversária de Cé será a sueca Johanna Larsson, e a gaúcha mostrou disposição de manter o embalo. Após a dura partida contra Parmentier, a brasileira fez um curto treinamento em uma quadra secundária. “A vitória de hoje mostrou para mim mesma o quanto posso jogar de igual para igual com essas jogadoras e agora é curtir e me preparar para o próximo jogo”.
Em outro jogo com brasileiro em quadra, Guilherme Clezar foi derrotado pelo holandês Thiemo de Bakker, de virada, por 5/7, 6/3 e 6/1.
O primeiro dia do Rio Open marcou também a estreia do espanhol Tommy Robredo, cabeça de chave número 3. Em um duelo de gerações, o jogador de 32 anos passou pelo sueco Elias Ymer, de 18, por 6/4 e 6/3, e conquistou sua primeira vitória em 2015. “Estou contente pela vitória, embora não tenha jogado como gostaria. Cometi muitos erros em bolas fáceis, mas o importante foi o resultado. Agora é melhorar para os próximos jogos”, disse o atual 18º do mundo, que enfrentará na próxima rodada o austríaco Andreas Haider-Maurer, que venceu, de virada, o espanhol Albert Ramos-Vinolas por 3/6, 6/3 e 6/2.
Em outro jogo da chave masculina desta segunda-feira, o experiente finlandês Jarkko Nieminen eliminou o italiano Marco Cecchinato por 4/6, 6/3 e 7/5. No feminino, a romena Irina-Camelia Begu, favorita número 2 e 34ª do mundo, venceu a australiana Olivia Rogowska, por 6/1 e 6/3.
Begu teve uma ótima participação na primeira edição do Rio Open. A romena chegou às quartas de final em simples e foi campeã de duplas com a argentina Maria Irigoyen, parceria que se repete em 2015. “Adorei voltar para cá, primeiramente porque é saibro, e em segundo lugar porque a cidade é legal e o torneio é muito bem organizado”, afirmou.
André Sá e Feijão dão show e vencem dupla argentina na estreia
Com a quadra 1 lotada, a dupla brasileira formada por André Sá e João Souza, o Feijão, não deu chance aos argentinos Maximo Gonzalez e Juan Monaco, e estreou com um grande triunfo no Rio Open, por 7/5 e 6/0. “No primeiro set eles jogaram bem, mas no segundo desapareceram, perderam a concentração e não fizeram mais nada”, comentou Sá.
Bem entrosado com o parceiro, Feijão não poupou elogios ao veterano de 37 anos. “É sempre um prazer jogar com o André. Nos damos muito bem fora das quadras e acho que isso é muito importante. Em termos de tênis, acho que a gente se completa, ele me ajuda na rede e eu o ajudo no saque e nas devoluções. Quando jogamos juntos, eu sempre falo que a gente pode ganhar de qualquer dupla. Além de tudo, ele sempre me passa sua experiência nas horas mais difíceis”, disse Feijão.
Outras duas duplas brasileiras também estrearam nesta segunda-feira, porém sem a mesma sorte que Feijão e Sá. Fabiano de Paula e Marcelo Demoliner foram derrotados pelo eslovaco Martin Klizan e pelo austríaco Philipp Oswald por 4/6, 6/3 e 10/5. No feminino, Carolina Meligeni Alves e Ingrid Martins perderam para Chieh-Yu Hsu, de Taiwan, e Elitsa Kostova, da Bulgária, por 6/3 e 6/4.
Foto: Agif