Aos 23 anos, Bruno Semenzato está perto de realizar um grande objetivo, mas engana-se quem pensa que tem relação com seus resultados no circuito profissional.
O ex-top 100 juvenil está muito perto de se formar em Economia e Política Pública em uma das universidades mais renomadas do mundo, a Duke University, nos Estados Unidos, além de continuar jogando em alto nível, no circuito universitário norte-americano.
Com o auxílio do Daquiprafora, umas das principais empresas no assessoramento de atletas e estudantes para universidades nos Estados Unidos, e da Fundação Lemann, reconhecida por auxiliar tenistas, entre outros, a irem para os Estados Unidos jogar o circuito universitário em várias modalidades esportivas, Bruno foi para os Estados Unidos, enfrentou dificuldades no primeiro semestre, mas não duvida da importância da experiência e garante: Recomendo a absolutamente todos os tenistas brasileiros.
Confira como foi nossa conversa com ele!
Quando e como surgiu a oportunidade de ir para os EUA estudar e jogar o circuito universitário?
Quando comecei a me destacar no juvenil, recebi vários convites de escolas muito boas para continuar meus estudos e jogar tênis em altíssimo nível ao mesmo tempo. Foi aí que surgiu a oportunidade de estudar em Duke, uma escola que está entre as 10 melhores do mundo academicamente e na época estava entre as 5 dos EUA no ranking de tênis. Fui muito bem aconselhado por um grande amigo, Bruno Rosa, que veio da mesma escola que eu, do Larri Passos, e tinha acabado de se formar nos Estados Unidos. Também recebi total apoio do próprio Larri, do Bocão (que viajava muito comigo) e obviamente dos meus pais, que sempre me aconselharam a optar por esse caminho.
Em qual lugar você nasceu e morava aqui no Brasil?
Nasci em Lins e morei lá até os 8, cresci em Rio Preto e morei em Balneário Camboriú dos 14 aos 19.
Qual foi a universidade escolhida? O que você cursou ou está cursando?
Escolhi a Duke University, onde estudo Economia e Política Pública.
Qual era a sua expectativa quando partiu para os EUA?
Eu queria continuar jogando um tênis de alto nível e estudar na melhor universidade possível. Eu já tinha decido que não queria mais jogar profissional, mas caso ficasse no Brasil para estudar, teria que abrir mão do tênis competitivo completamente, pois aqui não temos tênis universitário. Foi aí que decidi estudar em Duke.
Quais foram as principais dificuldades? Já sabia falar inglês fluentemente?
As principais dificuldades foram relacionadas a parte acadêmica. Eu fala sim Inglês e muito bem, porém jamais estudei em uma escola Americana. Estava muito focado no tênis nos últimos anos e de repente me vi estudando economia em uma das melhores universidades do mundo. No começo tinha que estudar 5 vezes mais que todo mundo, só para estar no mesmo nível que eles. No segundo semestre, depois de ralar muito, eu já estava muito bem adaptado. Uma dica que eu daria aos tenistas que pensam em fazer isso, é que se preparem ao máximo desde cedo. Se eu tivesse me preparado devidamente, teria poupado esses primeiros meses de sofrida adaptação.
Qual foi a importância do Daquiprafora e da Fundação Lemann nesse projeto?
O Daquiprafora foi fundamental em toda a minha carreira universitária. Eles me ajudaram muito no processo de aplicação e escolha da universidade. Também me deram muito apoio durante esses anos estudando lá, me conectando a oportunidades de estágio e auxiliando em qualquer problema que surgisse no dia-a-dia lá. O Lemann abriu muitas portas em Harvard e quase fui para lá. No final optei por Duke pois eles me aceitaram em Janeiro.
E como foi aliar o circuito universitário ao profissional?
Sempre consegui jogar bastante tênis durante as férias. Foi muito bom poder continuar vivendo o tênis profissional, mesmo que só por alguns meses. Conseguia jogar por 3 meses durante o ano e isso era o suficiente para chegar muito bem preparado para a temporada universitária e sempre manter alguns pontos na ATP. Alcancei dois dos meus melhores resultados durante as férias do meu primeiro ano em Duke. Fui vice-campeão de um Future no Brasil e passei o qualy de um challenger também no Brasil. Sempre digo que quanto mais se estuda, melhor se joga tênis.
Pelo que vi aqui, seu último jogo como profissional foi em agosto do ano passado. O que o fez parar? Pretende voltar ao circuito?
Meu objetivo ao jogar esses torneios profissionais era me preparar para a temporada de tênis universitário. Fui para os EUA com o objetivo de focar na parte acadêmica e me dedicar muito mais aos estudos do que ao tênis. Porém, tenho a certeza de que se quisesse continuar, poderia. O nível jogado na divisão 1 é altíssimo e sem dúvida faz com que os jogadores melhorem durante os 4 anos que jogam lá. Eu sempre estive muito mais focado no mundo dos negócios e decidi desde cedo usar essa experiência nos EUA para me preparar o máximo possível.
Qual é a sua atividade atual?
Estou a um semestre de me formar, trabalhei em um fundo de private equity chamado Encourage Capital, em NY nesse verão, e por enquanto pretendo seguir trabalhando lá em janeiro do ano que vem. Futuramente pretendo voltar para o Brasil, empreender e possivelmente dar continuidade aos negócios da minha família.
Você recomenda a experiência aos jovens que ainda estão na dúvida sobre o circuito universitário?
Recomendo a absolutamente todos os tenistas brasileiros. Acho que essa experiência acadêmica é extremamente fundamental, principalmente para a formação de um tenista profissional.