Rafael Nadal treinou duro na pré-temporada. Jogou todos os torneios de saibro a que se propôs no seu calendário. Ganhou o Masters 1000 de Monte Carlo pela 9a. vez na carreira. Jogou bem em Madri e Roma. Arrasou nas duas primeiras rodada em Roland Garros. Teve a melhor atuação de todas na chave masculina. O sonho do 10o. título em Paris não era mais um sonho distante, como parecia no ano passado, ou até mesmo no início desta temporada. Era real.
Mas, novamente Nadal foi traído por seu corpo. Nesta tarde de sexta-feira em Paris, se dirigiu à sala de entrevistas, onde nove vezes sentou e falou com os jornalistas exibiando a Coupe des Mousquetaires, com uma proteção no punho esquerdo, para anunciar que não poderia continuar competindo em Roland Garros.
” Ontem joguei com uma injeção no punho e com um anestésico. À noite a dor piorou muito. O médico disse que não poderia me dar essas injeções por mais cinco jogos e que corria o risco de agravar muito e eu ficar fora por muitos meses. Estou sentindo essa lesão há umas duas semanas, mas achei que daria para controlar,” disse um desiludido Nadal.
O espanhol fez uma ressonância na manhã desta sexta, que detectaram que o punho não está quebrado, mas está altamente inflamado. “Se eu continuar jogando, pode quebrar nos próximos dias. Ontem arriscamos ao jogar com a anestesia e e injeção, mas não daria para fazer isso por mais 5 jogos.”
Nadal deve ficar com o punho imobilizado por duas semanas e ainda não sabe se jogará o torneio de Wimbledon.
Antes mesmo de terminar a terceira rodada, Roland Garros já perdeu suas duas maiores estrelas dos tempos atuais, Roger Federer, que foi a Paris mas nem chegou a jogar e agora Nadal.
Novos tempos parecem estar chegando. Mas, será que os novatos Thiem, Zverev, Coric, e os mais experientes, Tsonga, Gulbis, Raonic, Isner, entre outros, conseguirão parar Djokovic. Ou será que Murray conseguirá chegar lá?
Será que agora teremos que nos acostumar a ver cada vez menos Federer e Nadal pelas quadras? A realidade de um tênis sem os dois maiores astro da última década e meia começa a se aproximar?
Alguns anos atrás dissemos que o tênis estava chato. Só ganhavam Federer ou Nadal. Agora que estamos mais pertos do fim do que do auge, já começamos a ficar nostálgicos.
Diana Gabanyi
Foto: Cynthia Lum