Ricardo Acioly, diretor de relações do Rio Open, é um dos principais responsáveis pelo sucesso do maior torneio de tênis da América do Sul, disputado no saibro do Jockey Club Brasileiro, na capital carioca.
Nesta quinta-feira, ele falou um pouco sobre suas impressões da quarta edição do torneio, ressaltando que os principais objetivos da organização, no que se refere ao atendimento ao público, estão sendo muito satisfatórios:
“Eu acho que o evento melhora a cada dia, a cada ano se supera e nosso objetivo é que a experiência da pessoa que assiste fique mais rica, mais envolvente. Nosso papel na organização e promoção do evento é que a cada ano a pessoa fale: “legal! Isso está mais bem feito”. O objetivo não é só o torneio de tênis e acho que no curto prazo a gente deu outras coisas que agregam e que fazem com as pessoas queiram estar aqui. O Rio Open passou a ser um evento da cidade, onde as pessoas querem viver um bom tênis, mas circulam, tem entretenimento, com banda, comida legal, pode conviver com outras pessoas e o tênis é a ferramenta que a gente usa pra isso.”
Além disso, Acioly também garantiu que os jogadores e técnicos estão muito satisfeitos com o torneio, inclusive com o novo horário de jogos, a partir das 16:30hs, evitando o calor mais forte:
“Do lado dos jogadores e dos técnicos, só tenho escutado coisas boas, cada dia melhorando. Ter um horário com jogos mais tarde é melhor, não só pra quem tá jogando, mas pra quem tá assistindo também. Se você tá jogando e tem gente na arquibancada, é gostoso. Por isso, por volta das 18hs as quadras já estão ficando cheias e os caras tão curtindo jogar, isso que é legal.”
Outro assunto do qual Acioly não fugiu de opinar foi sobre momento econômico do tênis brasileiro e do esporte em geral, com um valor menor de investimentos, afirmando que os Jogos Olímpicos tem muito a ver com o que está acontecendo:
“Acho que todo mundo tá sentindo, todos os esportes estão sentindo. Acho que depois da Olimpíada, a gente tá vendo o que realmente tá acontecendo com o esporte, o que tá ficando pro esporte. Todas as Federações estão reajustando seus contratos, algumas não tem contrato de patrocínio…enfim, todo mundo tendo que viver uma realidade diferente do que foi nos últimos 8, 10 anos, quando você tinha uma injeção muito forte, motivado pela Olimpíada, que catalisou tudo isso. Eu já esperava isso. É normal isso acontecer. No caso do tênis, a gente tá vivendo o processo que a gente plantou. Não é uma coisa de 1 ano, de 6 meses que tá fazendo a diferença.” afirmou o ex-capitão brasileiro na Copa Davis, que ainda falou sobre a relação entre investimento e qualidade dos jogadores brasileiros:
“Eu acho que o nível de jogador que a gente tem, tá de acordo com o nível de estrutura que a gente tem, com o nível de investimento que a gente tem e com o nível de organização que a gente tem também. Eu tenho certeza que poderia ser melhor. Eu acho que algumas iniciativas de crescimento do tênis não estão muito claras. O tênis de base, por exemplo, ele não tem um projeto específico de desenvolvimento. Não é um crítica, mas é uma realidade. Hoje em dia, existem poucos circuitos infanto-juvenil pra se jogar. Anos atrás, tínhamos mais, mas a gente tá vendo que agora temos basicamente um circuito, que é limitado, obviamente, e tem menos crianças jogando. Então, acho que nesse sentido, alguma coisa tem que ser feita.
Dessa forma, Acioly destaca que é necessário uma atenção maior para o tênis de base, principalmente para as crianças:
“Na parte de iniciação esportiva, dos pequenininhos, tá sendo feito por iniciativas individuais, privadas, por projetos, não é um plano equacionado no crescimento geral, com uma liderança. Acho que a Confederação tá fazendo um papel legal nos últimos anos, fez coisas legais, mas ainda deixa a desejar em uma liderança mais clara do que ela vê para o tênis brasileiro.”
Por fim, Pardal, como é conhecido no circuito, falou sobre o que espera do final do Rio Open e sobre a expectativa para um possível título de brasileiro:
“Esse ano eu já tinha pensado: “Poxa, esse é um ano de brasileiro na final”. Acho que o Thiem é o cara a ser batido, mas o Bellucci jogou bem. Quem vencer entre ele e o Monteiro (nesse momento é lembrado que o vencedor desse jogo enfrenta Casper Ruud ou Roberto Carballes Baena nas quartas)…é uma grande chance. E cada vez mais a quadra vai estar cheia, torcida…aproveitando o carnaval, quem sabe a gente faz a festa e sambe aqui no domingo (risos)” concluiu.