Nesta sexta-feira, John Isner e Kevin Anderson entrarão em quadra para a disputa de uma das semifinais de Wimbledon.
Com estilos parecidos, de forte saque e muitos aces, utilizando muito bem a altura de mais de 2 metros, ambos sempre apresentaram características que “encaixam” em um piso veloz como a grama, mas não eram, antes do início do torneio, considerados favoritos para a presença em uma final, mesmo com a boa fase nos últimos meses – Anderson é o atual vice-campeão do US Open e Isner venceu seu primeiro Masters 1000 neste ano, em Miami.
Porém, os dois foram além das expectativas e fazem, nesta sexta, um verdadeiro confronto de gigantes.
O que nem todo mundo sabe é que eles têm algo em comum além da altura e das boas campanhas no circuito profissional: os dois passaram pelo forte e cada vez mais valorizado circuito universitário norte-americano de tênis (NCAA).
Isner jogou pela Universidade da Geórgia, onde ser formou em comuniação, e teve destaque nesta fase da sua vida, entre os anos de 2003 e 2006, enquanto Anderson defendeu a Universidade de Illinois.
Além disso, uma curiosidade: os dois se enfrentaram em uma partida na NCAA, com Isner saindo vencedor com parciais de 6/1 e, como não poderia deixar de ser, 7/6. No circuito ATP, Isner lidera o confronto direto por 8×2.
A semifinal de Wimbledon significa muito pra eles. Do ponto de vista profissional e, claro, financeiro – premiação garantida de 562 mil libras – Anderson, em especial, vem de um verdadeiro feito, virando um jogo sobre Federer na grama, depois de ficar dois sets abaixo e salvar match point.
Mais do que isso, essa semi é exemplar! Quantos jovens talentosos recebem oportunidades de estudo nos EUA, com bolsa, jogando o circuito universitário, mas ficam em dúvida? Muitos!
Por muitos anos, essa perspectiva foi muito desvalorizada, significando quase que abrir mão de um futuro como profissional. De uns tempos pra cá, entretanto, essa visão mudou. Muitos casos, inclusive de famosos, como os próprios Isner e Anderson, além de Bob Bryan, James Blake e outros tantos, apresentam o sucesso e a excelente alternativa que pode ser essa escolha.
A Tennis View sempre apoiou jovens que tomaram essa decisão, auxiliados por empresas como Daquiprafora, umas das principais empresas no assessoramento de atletas e estudantes para universidades nos Estados Unidos, e da Fundação Lemann, reconhecida por auxiliar tenistas.
Wimbledon, portanto, só reforça essa visão. John Isner e Kevin Anderson são cada vez menos exceções e se tornam a cada dia mais comuns. Existe vida pós a Universidade. E vida com muitos aces, vitórias e, quem sabe, títulos de Slam.
Foto: AELTC/Joel Marklund