Felipe Fonseca explica o que as empresas buscam no tenista universitário

Felipe Fonseca jogou tênis pela Winthrop University, universidade da NCAA Divisão I na Carolina do Sul, nos Estados Unidos. Ganhou bolsa devido ao seu talento no esporte. Hoje, diretor do Daquiprafora, orienta aproximadamente 80-90 tenistas por ano, para que sigam o mesmo caminho que escolheu no passado.

Confira a entrevista que fizemos com Felipe, contando um pouco sobre seu trabalho e sobre o Daquiprafora.

Tennis View – Você tem um balanço do último ano, de quantos tenistas vocês encaminharam aos EUA para jogar tênis universitário?

Felipe Fonseca – Temos ajudado aproximadamente 80-90 tenistas por ano

TV – Qual é o principal objetivo do Daquiprafora?

FF – Proporcionar aos jovens oportunidades de desenvolvimento para serem pessoas melhores no futuro, seja no esporte, na vida profissional, ou no pessoal. Queremos que eles voltem para o Brasil preparados para os desafios do futuro.

TV – Como é feito o processo de escolha das universidades para os atletas?

FF – Buscamos a universidade ideal para cada atleta de acordo com seu perfil: nível de tênis, notas, preferências como clima e localização, além do investimento que a família planeja fazer. Não existe um colégio perfeito para todos. Cada um terá a universidade ideal de acordo com seu perfil. Nosso trabalho é identificar a mais adequada para cada tenista dentro das suas capacidades e preferências. Já temos mais de 250 atletas espalhados por diferentes faculdades.

TV – Como motivar um atleta a ir para os Estados Unidos?

FF – Mostrando como e possível conciliar tênis e escola, algo importante para o futuro deles. Acreditamos que dá sim para jogar tênis de alto nível na universidade. Competir e evoluir no esporte sem ter que abrir mão dos estudos. Acreditamos que os tenistas de 18 anos (com raríssimas exceções) não estão prontos para ir ao circuito e 3-4 anos na universidade ajuda muito.

TV – Os resultados dos atletas são sempre positivos? Existem pessoas que desistem do curso no meio do caminho?

FF – Na maioria dos casos temos resultados positivos, mas aproximadamente 3% dos atletas largam a faculdade antes do final do 1º ano. Há casos de atletas que não se adaptam ao estilo de vida americano, as exigências (acadêmicas e esportivas), as regras… Alguns voltam por causa das namoradas que ficaram no Brasil, outros sentem falta das mordomias que tinham em casa. Mas de modo geral a maioria se adapta bem e sabe que esta oportunidade fará diferença no futuro profissional.

TV – Os atletas que se formam costumam arrumar emprego com mais facilidade quando voltam ao Brasil? Poderia dar alguns exemplos bem sucedidos?

FF – As empresas gostam muito de jovens que se formaram fora do Brasil, pois eles desenvolvem muitas habilidades importantes: maturidade, capacidade de adaptação, flexibilidade, iniciativa, saber se virar sozinho e independência. Fora o inglês fluente. Num mundo globalizado como o de hoje, estas competências são muito importantes e as grandes empresas sabem que quem se formou fora tem muitas delas. Temos muitos atletas já formados trabalhando em multinacionais, hoje em dia, como Itaú, Ambev, Santander, American Express, Ernst & Young, Citibank, Nike, GE, Bradesco e muitas outras.

Diego Boscolo