Vivian Segnini ficou marcada na memória do brasileiro pela raça demonstrada em quadra, especialmente quando defendia o Brasil nos confrontos válidos pela Fed Cup. Porém, com pouco apoio financeiro para continuar com a carreira, a jovem decidiu em 2012, com apenas 23 anos, não jogar mais profissionalmente.
Porém, quando parecia que apenas uma porta estava se fechando, Vivian descobriu que outras estavam se abrindo. Com o apoio do Daquiprafora, umas das principais empresas no assessoramento de atletas e estudantes para universidades nos Estados Unidos, e da Fundação Lemann, ela decidiu buscar uma nova oportunidade nos Estados Unidos e, desde agosto de 2013, é assistente técnica da equipe da Winthrop University, em Rock Hill, Carolina do Sul, onde cursa Management.
“Eu sou a assistente técnica do time, ajudo o treinador nos treinos e acabo treinando junto com as meninas também. Durante as competições posso ficar dentro da quadra ajudando-as durante os jogos. E também ajudo na parte de recrutar novas jogadoras”, disse Vivian, que ainda ressalta a importância das duas insitituições citadas acima em todo esse processo.
“O Daquiprafora foi de extrema importância, primeiramente porque devido as regras da NCAA eu não posso mais jogar pelo time, e o Daquiprafora me mostrou a oportunidade de conseguir uma bolsa como assistente técnica. Eles conseguiram uma universidade muito boa, com um nível acadêmico muito bom e um time muito bom também. Além disso, sem a ajuda da Bolsas Lemman, seria muito difícil pra mim e minha família arcar com as despesas do processo antes de chegar aqui. Eles me deram todo o suporte necessário”.
O ambiente de competição nos Estados Unidos não era uma novidade para a brasileira, pois ela já havia disputado alguns torneios no país e até conhecia o circuito universitário:
“Como jogadora profissional joguei várias vezes nos Estados Unidos, alguma delas em centros de treinamento de universidades e também conheci muitas jogadoras que jogavam tênis universitário e sempre achei interessante. Quando parei de jogar, enxerguei como uma forma de estudar (que era o que eu mais queria) e também continuar envolvida com o tênis.”
Mesmo assim, o processo de adaptação não foi tão simples, mas ela conta como conseguiu superar as adversidades.
“Não foi fácil, apesar de estar acostumada a viajar bastante porque viajava muito como jogadora, é difícil estar longe da família e dos amigos. Além disso, o ritmo aqui é puxado, é preciso ter disciplina para lidar com os treinos, estudos, viagens e etc. Mas independente disso, todas as universidades aqui tem estruturas muito boas e eles dão muito apoio aos atletas e alunos internacionais, tornando a adaptação mais fácil.”
Com o tempo de vivência nos Estados Unidos, Vivian aproveita pra contribuir na quebra do mito de que jogar o circuito universitário significa abrir mão da carreira como jogadora profisional.
“É possível encontrar várias jogadoras com nível pra jogar profissional, a maioria americanas, porque percebo que elas enxergam que podem ir pra universidade estudar e ao mesmo tempo seguir melhorando o nível de tênis delas, aí quando elas tem 21, 22 anos, já tem um diploma e estão bem para jogar o circuito profissional. Mas a maioria das tenistas acham que se vierem para uma faculdade nos Estados Unidos tem que desistir de jogar profissional, não é verdade. O tênis universitário melhora muito o nível de tênis das jogadoras, afinal elas estão constantemente treinando e competindo.”
Convicta de que acertou na decisão de ir para os Estados Unidos, a brasileira ainda cita como tudo está sendo importante para o seu crescimento profissional e pessoal.
“As tenistas tem bolsa de estudos de 100%, livros, moradia, alimentação, materiais esportivos, fisioterapeuta, preparador físico e etc. Enfim, tudo. Depende de cada um tirar o máximo do que eles tem a oferecer.
Sem contar o benefício pessoal, a experiência de viver em outro país, outra cultura, conhecer pessoal do mundo todo, aprender outro idioma e muitas outras coisas é uma oportunidade única que poucas pessoas tem.”
Por fim, ela deixa uma importante mensagem para aqueles que pensam em jogar o circuito universitário norte-americano.
“Minha mensagem para aqueles que pensam em vir estudar ou trabalhar aqui nos EUA, é que venham. Pode parecer melhor ficar em casa perto da família, mas saindo dessa zona de conforto, muitas portas irão se abrir e será uma experiência única. E quando chegarem aqui, muitas vezes o começo é difícil, mas sejam fortes e busquem ajuda das pessoas, porque existem muitas na mesma situação e dispostas a ajudar.”