Mais um para admirar: Lleyton Hewitt

Faz tempo, muito tempo, que ele foi número um do mundo. Foi em novembro de 2001 que ele assumiu o primeiro posto do ranking mundial, tirando Gustavo Kuerten da liderança. E 12 anos depois Lleyton Hewitt continua jogando e vencendo.  Hewitt London tennisNesta sexta-feira ele avançou à semifinal do ATP de Queen’s, em Londres, derrotando o argentino Juan Martin del Potro. Para chegar a esta fase no tradiconal ATP londrino, Hewitt já teve que vencer quatro jogos.

O ATP 250 da grama inglesa é um dos raros que mantém chaves com 56 jogadores. Hewitt já passou por Michael Russell, Grigor Dimitrov, Sam Querrey e hoje por Del Potro. Enfrenta Marin Cilic na semi.

No início dos anos 2000 isso seria normal. Mas hoje em dia, não é. Hewitt tem 32 anos, é o 82º colocado no ranking mundial, já passou por uma série de cirurgias no pé e no quadril. Algumas vezes já houve rumores de aposentadoria, mas o australiano, campeão de seu primeiro ATP aos 16 anos de idade, em Adelaíde, ainda ama a competição.

Viaja com a esposa Bec e os três filhos, Mia, Cruz e Ava, mundo afora. Escolhe os torneios que quer jogar e quando o corpo não causa problemas, ele está com ritmo de jogo e confiança, consegue gritar Come On para comemorar as vitórias como em Queen’s.

Campeão 4 vezes em Queen’s, ganhando de Pete Sampras na final do ano 2000, de Tim Henman na de 2001 e 2002 e de James Blake na de 2006, Hewitt se tornou, ao longo dos anos, de um dos atletas mais detestados do circuito, para respeitado e admirado.

Quando estava no auge, viajava com os pais, quase não dirigia a palavra a ninguém nas áreas comuns aos jogadores no circuito e gritava tanto em quadra que irritava todo mundo. Inclusive, nunca pensei que escreveria assim sobre Hewitt.

Mas, com o passar do tempo, ele conseguiu demonstrar o quanto ama o esporte e o público entendeu.

Se sujeitou a jogar torneios menores, a enfrentar jogadores que se fosse cabeça-de-chave jamais veria do outro lado da rede, a ter que jogar quatro jogos para chegar à semifinal em Queen’s, por exemplo e a continuar disputando os Grand Slams sem ter privilégios.

Com a limitação de jogar poucos torneios, para previnir lesões, o ranking não vai subir tanto e a chance dele ser cabeça-de-chave em um Grand Slam fica distante.

No Australian Open perdeu para Tipsarevic, na estreia. Em Roland Garros caiu, em cinco sets, perante Gilles Simon, na primeira rodada.Hewitt wimbledon champion

Campeão do US Open no ano 2001 e de Wimbledon em 2002, Hewitt será um perigoso tenista solto na chave, daqui a 10 dias, quando o Grand Slam britânico começar.

Escrever de Hewitt, me faz lembrar Tommy Haas. O alemão conseguiu muito mais do que ele mesmo imaginava, ao se livrar de todas as lesões. É o 11º na ATP. Se Hewitt chegará tão longe novamente é difícil imaginar, mas independentemente de que lugar ele possa alcançar no ranking, é admirável o que ele vem fazendo.

Diana Gabanyi

Foto Hewitt Wimbledon – Cynthia Lum # Hewitt Queen’s – AEGON