Com apoio da Fundação Lemann e Daquiprafora, Jacqueline Rouquet jogou e se formou nos Estados Unidos

Jacqueline Rouquet peqJacqueline Rouquet levava um vida tranquila em Bragança Paulista, cursando Educação Física e jogando tênis. Em um torneio no qual se inscreveu principalmente pelo bom prêmio em dinheiro e o possível contato com técnicos norte-americanos, acabou se interessando pela possibilidade de jogar no circuito universitário dos Estados Unidos.

Sem grandes expectativas e com o auxílio do Daquiprafora, umas das principais empresas no assessoramento de atletas e estudantes para universidades nos Estados Unidos, e da Fundação Lemann, reconhecida por auxiliar tenistas, entre outros, a irem para os Estados Unidos jogar o circuito universitário em várias modalidades esportiva, Jacqueline embarcou nesse desafio e hoje, formada em gerenciamento esportivo, garante que não se arrepende: “Mais valiosa do que toda experiência nas quadras e nas salas de aula, são as experiências da vida”.

Confira como foi o nossa conversa com ela!

 

Quando e como surgiu a oportunidade de ir para os EUA estudar e jogar o circuito universitário?

Jogando um torneio em 2006 em São Paulo realizado por uma empresa de agenciamento. O torneio valia uma grana boa e servia como showcase para alguns técnicos americanos. Na época eu tinha 20 anos e estava fazendo faculdade de Educação Física aqui no Brasil. Fui jogar mais pela premiação do torneio mas me interessei pela oportunidade de jogar nos EUA. No fim, acabei indo através de outra empresa.

 

Em qual lugar você nasceu e morava aqui no Brasil?

Nasci em Bragança Paulista – SP, e morava lá na época.

 

Qual foi a universidade escolhida? O que você cursou?

Fui para o College of The Desert, em Palm Desert, Califórnia. E após um ano, transferi para a Mars Hill University, em Mars Hill, Carolina do Norte. A princípio minha major era nutrition (nutrição), mas depois mudei para Sports Management (gerenciamento esportivo).

 

Qual era a sua expectativa quando partiu para os EUA?

Pra ser sincera, não achava que iria me formar lá. Fui com a intenção de ficar tipo um ano, ou o tempo que eu aguentasse, jogando e aprendendo (principalmente o inglês) o máximo possível. E se não desse certo, eu voltaria pra cá e terminaria minha faculdade. Cheguei mais longe do que eu mesma achava que era capaz.

 

Quais foram as principais dificuldades? Já sabia falar inglês?

Eu mal sabia falar inglês, tanto que tirei uma nota ruim no TOEFL e tive que ir para uma Junior College. Com certeza a dificuldade com inglês atrapalhou um pouco. Por outro lado, me fez uma melhor aluna, pois se eu não estudasse antes, iria pra aula e não entenderia nada, então comecei a me preparar melhor.

A saudade de casa também afeta muito no começo, mas é só focar na vida lá e não querer viver Brasil e EUA ao mesmo tempo, que logo se acostuma com a distância.

Acho que a pior dificuldade é se adaptar com as diferenças: comidas diferentes, clima diferente, hábitos diferentes, tudo diferente. O segredo é não ficar comparando e saber aproveitar as coisas boas de cada lugar. Pode ser que a comida do Brasil seja melhor, e o clima também, mas ficar pensando nisso quando se está longe do Brasil não ajuda em nada. Então tem que aproveitar as vantagens de cada local. Somos adaptáveis, e quando menos percebemos, já nos acostumamos com os novos hábitos e até gostamos deles.

 

Qual foi a importância do Daquiprafora e da Fundação Lemann nesse projeto?

A Fundação Lemann foi essencial para a minha ida. Sem o apoio financeiro deles, eu certamente não teria ido para os EUA.

Já a Daquiprafora me ajudou com toda a parte de documentação necessária. Sem ter conhecimento algum sobre isso na época, seria impossível ter feito tudo por conta própria. Eles também me ajudaram com informações básicas de sobrevivência nos EUA, e me auxiliaram no processo de transferência para a universidade.

 

Como essa experiência a auxiliou na busca pela inserção no mercado de trabalho depois da universidade?

Não ajudou muito. E digo isso não só por mim, mas por vários amigos que eu conheço que tiveram e ainda tem dificuldade de conseguir um bom emprego aqui. Acho que o maior problema é a falta de experiência e de network no Brasil.

A validação do diploma aqui também é bem complicada. Conheço várias pessoas que tiveram seus pedidos recusados. Eu não pude me inscrever para um concurso da aeronáutica pois eles exigiam um diploma brasileiro.

 

Você permaneceu nos EUA? Ainda tem contato com a universidade?

Não permaneci nos EUA, voltei assim que me formei. Mas tenho vontade de voltar para os EUA fazer um mestrado. Tenho contato com alguns professores apenas.

 

Qual é o seu trabalho atual?

Sou professora de tênis.

 

Você recomenda a experiência aos jovens que ainda estão na dúvida sobre o circuito universitário?

Sem dúvidas! Os 4 anos que eu joguei e estudei nos EUA foram, com certeza, alguns dos melhores da minha vida. Uma experiência incrível!

A estrutura das universidades são demais! Não tem comparação com os clubes mais tops do Brasil. Além do que, você começa a ver o tênis de uma outra forma, não como um esporte individual, mas como um esporte de equipe. Aprende que cada componente da equipe é fundamental, não só os melhores jogadores, e que a vitória do time é o que mais importa.

Em relação aos estudos, acho muito interessante a flexibilidade do sistema americano. Lá você pode pegar quantas aulas deseja por semestre, escolher seus horários, e não precisa escolher sua major logo quando entra na universidade.
Mais valiosa do que toda experiência nas quadras e nas salas de aula, são as experiências da vida. Novas descobertas, momentos únicos, amigos que se tornam família, autoconhecimento…, memórias que vão estar sempre com você, mesmo que você esqueça as matérias que cursou ou os torneios que ganhou.