Vamos Prevenir!

As lesões no tênis são muito frequentes, tanto em tenistas amadores quanto em profissionais. O impacto que uma lesão pode causar num profissional pode ser percebido pelo tempo que alguns destes atletas permaneceram afastados das quadras, como exemplo mais recente temos o Nadal – sete meses afastado. Atletas amadores também sentem na pele os efeitos do afastamento, como o mau humor no trabalho por não poderem utilizar momentaneamente sua válvula de escape para o estresse diário.

O custo que as lesões acarretam para estes atletas é imenso e a melhor forma de tentar diminuir este custo é a prevenção.

Apesar de ser um tema muito debatido e estudado recentemente, prevenir lesões esportivas é um tema muito polêmico e difícil de ser realizado.

A abordagem preventiva em tenistas começa com a análise dos fatores de risco extrínsecos e intrínsecos das lesões no tênis.

Os fatores extrínsecos são muito relevantes e abordam situações como:

  • Condição da quadra: quadras úmidas após uma noite de chuva aumentam o risco de escorregões e quedas, enquanto que quadras velhas e esburacadas que apresentam irregularidades no piso propiciam uma maior chance de entorses de tornozelo; FOTO 001 peq
  • Clima: o frio é um grande vilão do aquecimento corporal, onde os atletas precisam de um cuidado extra com pré-aquecimento para conseguir treinar adequadamente. O calor extremo também é um grande problema, pois com ele os atletas tendem a desidratar de forma acelerada levando a sintomas de cãibras ou até hipertermia;

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Material esportivo inadequado: o calçado inapropriado pode ser um fator relevante para entorses de tornozelo, impacto excessivo e quedas em quadras. O estado das raquetes, das cordas e das bolas, pode influenciar diretamente na sobrecarga de músculos e tendões do membro superior e o tipo de raquete (tamanho da cabeça e do cabo, equilíbrio do peso) também pode ser um fator preponderante de lesões no membro superior.

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  • Horas de jogos/treinos por semana: quanto maior a exposição nas quadras maior a chance de lesão. Importante para atletas que aumentam bruscamente a frequência de jogos durantes as férias e feriados, pois o corpo destes tenistas não está preparado para tal sobrecarga;

 

Os fatores de risco intrínsecos abordam situações como:

  • Idade: quanto maior a idade maior a chance de lesões musculares;
  • Lesões prévias: sempre um fator de risco para lesões musculares, lesões em tornozelo e joelho;
  • Desequilíbrios musculares: notadamente um fator de risco para lesões do ligamento cruzado anterior e disfunções patelofemorais no joelho além de lesões tendíneas e musculares de membros inferiores e superiores;
  • Técnica inadequada: o maior exemplo é a execução do backhand atrasado que gera grande sobrecarga no cotovelo podendo levar ao tennis elbow, mas também podemos citar a técnica pobre para execução do saque que pode gerar sobrecarga tanto no ombro quanto na coluna;

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  • Fadiga: o músculo fadigado apresenta maior lentidão no tempo de reação muscular além de não conseguir exercer a mesma quantidade de força que um músculo descansado;
  • Aquecimento insuficiente: fator conhecido para lesões musculares
  • Déficit de amplitude de movimento: podemos citar o déficit de rotação medial do ombro e de adução do quadril com fatores de risco de lesões das respectivas articulações.FOTO 005 peq

Além dos cuidados com os fatores de risco a prevenção de lesões do tênis pode utilizar-se de programas de exercícios preventivos que envolvem uma série de atividades que visam à melhora do:

Equilíbrio e da propriocepção

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Controle motor e do gestual esportivo FOTO 007 peq

Reequilíbrio muscular FOTO 008 peq

Estabilização do tronco. FOTO 009 peq

Existem uma grande quantidade de exercícios preventivos que podem ser elaborados por fisioterapeutas especialistas em esporte e o ideal é consultar um especialista para o desenvolvimento destas atividades de uma forma correta.

Vale lembrar que todos estes programas têm como conceito reduzir o número de lesões, contudo, todas as semanas recebo em minha clínica tenistas que buscam a seguinte proposta: Vamos fazer um treinamento para que eu não tenha mais lesões !! – Isto é inviável, pois, quanto mais se pratica tênis maior a chance de sofrer lesões. O ideal é estar bem preparado e atento para reduzir estas chances.

Grande abraço a todos!

Marcelo Bannwart Santos

Fisioterapeuta

Membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva (SONAFE)

Fisioterapia Mobilità

http://mobilitafisioterapia.blogspot.com.br/

marbannwart@yahoo.com.br

Ivan Cressoni é exemplo de tenista que se aproveitou do talento para chegar à universidade americana

Natural de Araras, interior paulista, Ivan Eduardo Cressoni teve o tênis em sua vida desde muito cedo: aos cinco anos de idade já praticava o esporte. Aos 16 anos, com incentivo do seu irmão, começou a jogar torneios e a partir daí, sua vida tomou um novo rumo.

“Eu comecei a jogar algumas competições de nível Future, mas não consegui os resultados esperados. Então passei a pensar na possibilidade de fazer algum curso em alguma universidade dos Estados Unidos”, explicou Ivan, mostrando que a oportunidade de conseguir uma bolsa, na época, já era recorrente, mas a dúvida sobre a mudança persistia. “Eu já havia recebido alguns convites de bolsas de 100% e mesmo achando boa ideia, não imaginava como seria a experiência”.

A escolha de mudar para os Estados Unidos para estudar não deixou arrependimentos no paulista. Muito pelo contrário. “Se eu soubesse o que era o esporte universitário, já teria ido muito antes”, comentou. A universidade de sua escolha foi a University of South Carolina. Lá, cursou administração com ênfase em economia e finanças. “A estrutura era muito boa, tanto na parte acadêmica, tanto na parte esportiva”.

Já na Carolina do Sul, Ivan sentiu dificuldades no início, pois não tinha muito conhecimento da língua. “Foi muito difícil no começo. Eu falava muito pouco inglês, então tudo ficava mais complicado na adaptação. Treinar, jogar, viajar, tudo acontecia de uma vez só. Fora isso, a comida também era muito diferente do que eu estava acostumado”, analisou.

Apesar disso, tudo deu certo para ararense, que embarcou para a universidade graças a ajuda do Daquiprafora. “O pessoal do Daquiprafora foi de extrema importância no processo de regulamentação de documentos, contato com o técnico, acesso à Bolsa Lemann. Decidi ir para os Estados Unidos em julho de 2006 e em janeiro de 2007 eles fizeram de tudo para que eu já estivesse por lá”, elogiou o ex-tenista, que conseguiu 100% de bolsa para os estudos.

Hoje, aos 26 anos e já formado, Ivan se diz satisfeito com sua carreira profissional e diz ainda continuar a praticar tênis nas horas vagas. “Atualmente trabalho em um lugar – Asset Management – com grandes profissionais, onde tenho a oportunidade de aprender muito. Entendo que só estou aqui devido ao tênis e sou grato a isso. Não esqueci do esporte ainda. Nos fins de semanas costumo bater uma bolinha para descontrair”.

“Quando fui para os Estados Unidos meu principal objetivo era voltar formado de lá. Isso eu consegui. Hoje tenho outras metas em minha vida, na qual luto diariamente para atingi-las, e como aprendi na universidade, tenho certeza de que vou alcança-las na hora certa”, finalizou.

University of South Carolina – www.sc.edu

A University of South Carolina é uma universidade pública, localizada em Columbia, no estado da Carolina do Sul. Foi fundada em 1805 e hoje em dia atende aproximadamente 40 mil estudantes. Oferece programas acadêmicos como artes, ciência, engenharia, direito, medicina, música, entre outros.

Diego Boscolo