Vai começar e o Australian Open está mais agitado do que nunca

Enquanto muita gente ainda está de férias, outros entrando lentamente no ritmo de trabalho, alguns ainda curtindo o alto verão no hemisfério sul e outros se protegendo do frio polar no hemisfério norte, começa nesta noite de domingo (Brasília), o primeiro Grand Slam da temporada, o Australian Open, em Melbourne.Djokovic australian open

Bem diferente do ritmo das férias, mas com a atmosfera mais relax dos Grand Slams – conhecido também por ser o “happy slam” – o torneio já está agitado antes mesmo do primeiro saque da chave principal ser dado.

O “buzz” começou algumas semanas atrás com a contratação de Boris Becker para o cargo de “Head Coach” de Novak Djokovic e da inclusão de Stefan Edberg na equipe de Roger Federer. Sem falar em outros treinadores campeões de Grand Slam que entraram para o time de alguns tenistas nas últimas semanas do ano, como Sergi Bruguera com Richard Gasquet e Michael Chang com Kei Nishikori. Todo mundo está querendo ver como essas parcerias se desenvolverão.

Fotos de Becker treinando Djokovic na Rod Laver Arena já estão por todo lado. E o alemão tem uma missão difícil. Djokovic é tetracampeão do Australian Open, venceu os últimos 3 seguidos e não perde uma partida desde meados de setembro.

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Victoria Azarenka, a atual campeã como Djokovic, também chegou a Melbourne com nova equipe. O técnico Sam Sumyk permanece, mas ela inicia o ano como nova preparadora física e fisioterapeuta. Será que já notaremos alguma diferença?

Rafael Nadal volta a Melbourne depois da sentida ausência no ano passado. Campeão do primeiro torneio da temporada, em Doha, todos já se perguntam, se ele vai manter o ritmo alucinante de vitórias de 2013. A estreia é daquelas que todo mundo ouviu o “oh oh oh”quando a chave foi sorteada. Encara o “menino terrível”da Austrália, Bernard Tomic.

Andy Murray voltando de uma cirurgia nas costas, em que ficou meses parado, é uma incógnita para este Grand Slam.

Roger Federer, em seu primeiro torneio ao lado de Edberg, quer fazer melhor do que em 2013. Não jogou exibições durante o time off e se dedicou 100% à sua preparação para 2014. A semifinal em Melbourne, no ano passado, foi o seu melhor resultado em um Grand Slam no ano inteiro.

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David Ferrer joga o seu primeiro Grand Slam como cabeça-de-chave 3 e de técnico novo depois de toda uma carreira ao lado de Javier Piles.

Vai ser interessante observar como se sairão também Lleyton Hewitt, campeão do ATP de Brisbane há 1 semana e que resolveu jogar duplas ao lado de Patrick Rafter, sim ele mesmo; Juan Martin del Potro, que derrotou Tomic na final em Sidney; Tomas Berdych, sempre perigoso, mas que parece nunca conseguir chegar lá; assistir Jo-Wilfried Tsonga, uma vez vice-campeão na Austrália, com seu novo time formado por Nicolas Escude e Thierry Ascione.

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Sem falar em diversos outros nomes que estão na chave, em um lugar onde muitas surpresas podem acontecer.

É lá na Austrália, especialmente pela época da temporada, que de repente surgem finalistas ou até mesmo campeões inesperados. Foi o caso de Arnaud Clement, Thomas Johansson, Marcos Baghdatis, Jo-Wilfried Tsonga, entre outros.

Vamos ver também como vai se sair Thomaz Bellucci, depois de ter vencido 3 jogos e passado o qualifying.  Depois de um 2013 dos mais complicados, Thomaz parece ter começado o ano com o pé direito – e também de técnico novo, Francisco Clavet.

Entre as mulheres, é animador ver uma brasileira na chave principal de um Grand Slam. Apesar da estreia de Teliana Pereira na ser fácil, a tenista só tem a crescer com a experiência  – enfrenta a russa Anastasia Pavlyuchenkova, 30ª na WTA – na primeira rodada.

O drama, ou melhor, o “buzz” parece ser um pouco menor na WTA do que na ATP.

Será que Serena Williams continuará dominando o circuito da mesma maneira que fez em 2013?

E Na Li, manterá as boas campanhas dos últimos anos no Melbourne Park?

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O que esperar de Maria Sharapova ao lado de Sven Groeneveld, depois de meses longe das quadras. Ela jogou o WTA de Brisbane, mas não é muita medida.

A australiana Samantha Stosur, continua sendo a grande esperança de bons resultados do país, mas diante dos fiascos das últimas temporadas, ninguém mais ousa apostar suas fichas na campeã do US Open 2011. Quem sabe assim ela jogue menos pressionada por ela mesmo.

Como será que Ana Ivanovic vai se sair? Praticamente uma australiana adotiva, a sérvia começou o ano vencendo o WTA de Auckland e ganhando de Venus Williams na final. Nada comparável a uma chave de Grand Slam, mas será que suficiente para devolver a confiança à uma vez campeã de Roland Garros.

Venus por sua vez, tem uma estreia complicada contra a russa Ekaterina Makarova, que sempre costuma jogar bem na Austrália.

Vai ser interessante também observar Sloane Stephens, com o técnico Paul Annacone; as novatas americanas como Madison Keys & CIA; as britânicas Laura Robson e Heather Watson, ver como se sai Eugenie Bouchard, entre outras. E assistir ao duelo de quase 3 décadas de diferença entre Belinda Bencic, que no ano passado estava ganhando Grand Slam juvenil e Kimiko Date Krumm (27 anos as separam).

Eu especialmente estarei de olho nas tenistas e nos jogadores também, que daqui a pouco mais de um mês desembarcarão no Rio para jogar o Rio Open apresentado pela Claro hdtv.

Teremos também as duplas. Pena o sorteio que colocou Andre Sá e Feliciano Lopez diante de Bruno Soares e Alexander Peya, logo na primeira rodada. Melo jogará com Dodig.

Finalistas dos últimos 2 Grand Slams (Melo em Wimbledon e Soares em NY), os brasileiros buscarão uma primeira final em Melbourne.

Espero conseguir, em meio aos preparativos para o Rio Open, sim já estamos trabalhando a mais do que mil, conseguir manter o blog atualizado com frequência durante o Grand Slam e aproveitar as madrugadas de insônia para assistir muito tênis.

Diana Gabanyi