O assunto da Davis é sério. Capitães se reúnem em Roland Garros para mudar formato

A previsão do tempo avisou desde a semana passada que essa quinta-feira seria chuvosa. Mas, o dia amanheceu seco, apesar de escuro e até que me animei. Fui cedo para Roland Garros, consegui ver um André Sá impressionante jogando ao lado de Feliciano Lopez, até que ela realmente apareceu. A chuva veio grossa e gelada. Parou todos os jogos. Momento certo para tentar entender um pouco melhor a história da mudança na Copa Davis.

Depois que Feliciano Lopez perdeu o saque quando servia para a vitória ao lado de Sá, contra Collin Fleming e Jonathan Marray (o jogo parou em 76 54 – saque dos ingleses agora), atravessei a multidão de guarda-chuvas que se abriam e me espremi no meio das pessoas para conseguir voltar para a sala de imprensa e começar a pesquisar a história da Davis.

Rafter Davis Cup

Eu havia visto o Patrick Rafter ontem em Roland Garros, mas achava que ele estava aqui para acompanhar os jogadores da Austrália, como fazem a maioria dos capitães da Copa Davis. Ele até está aqui por causa da Copa Davis, mas por outras razões.

Um dos maiores jogadores do tênis australiano, representando o país na Davis, Rafter, hoje capitão, veio se reunir com outros capitães com nomes tão importantes quanto o seu na história do esporte, Jim Courier e Alex Corretja, para  tentar mudar o formato da competição, como o The Times publicou.

A ideia é que a Davis seja disputada a cada dois anos e durante uma semana, em apenas um local. Atualmente a disputa acontece em 4 rodadas, em três dias cada, tomando 4 semanas do calendário de quem vai à final.

O pedido dos capitães reflete também o desejo dos principais tenistas que não colocam mais a competição como prioridade no calendário. Nadal joga ocasionalmente, Federer já anunciou que não competirá, Murray também pouco compete pelo Reino Unido. Djokovic, com uma nação carente de ídolos como ele, é o que mais joga pela Taça.

Com o lançamento da International Premier Tennis League, outro assunto de destaque na sala de imprensa e dos jogadores, o calendário ganha mais concorrência e a Davis vai perdendo prioridade. A liga da Ásia idealizada pelo campeão de duplas Mahesh Bhuphati, fundador da GloboSport e influente no mercado asiático, qdistribuirá, no fim de 2014, milhões em prêmios e já tem a participação confirmada de Murray, Djokovic, Serena, Azarenka, Sampras, Agassi, entre outros. A Liga será baseada na Indian Premier League de Cricket e no sucesso do World Team Tennis, de Billie Jean King.

O zum zum zum nos bastidores de Roland Garros está forte e desta vez parece que a coisa é séria mesmo em relação a Davis. Já houve uma reunião alguns anos atrás sobre o mesmo assunto e a ITF esperou o assunto ser esquecido. Não foi e agora voltou mais forte.

Procurei o capitão brasileiro da Copa Davis por aqui, João Zwetsch, mas não encontrei. O Brasil jogou o Grupo Mundial, no início do ano, contra os Estados Unidos e enfrenta a Alemanha, em setembro, para permanecer entre as 16 melhores nações do tênis.