Bruno Rosa é mais um exemplo de sucesso e realização com o tênis universitário

Bruno Rosa peqBruno Rosa foi um tenista juvenil muito promissor, chegando a ocupar o 8º posto no ranking da categoria. O seu talento era reconhecido por muita gente no mundo do tênis, inclusive por Gustavo Kuerten.

Porém, aos 20 anos, o catarinense tomou uma decisão que para muitos é considerada muito radical. Para ele, foi natural: “Não me arrependendo nenhum pouco”, afirma, sobre a decisão de ter jogado pela Rice University,  uma das melhores universidades norte-americanas, onde estudou Economia. Para ele, a disciplina aprendida no tênis foi fundamental para a sua dedicação e sucesso dentro da sala de aula

Aos 27 anos e bem  sucedido na sua área de formação, Bruno decidiu, muito mais por diversão, jogar o quali da Peugeot Tennis Cup. Depois de perder na segunda rodada, ele falou um pouco sobre sua experiência

Como foi o tempo de juvenil e transição para o profissional, já que você era considerado uma grande promessa?

Então, eu treinava com o Larri Passos, que pra mim é o melhor treinador do mundo, e tinha uma grande estrutura. Eu estava bem, entre os  400 melhores do mundo e subindo. Fui do 900º ao 400º em 6 meses, mas eu estava com 20 anos, na idade limite pra ir para o universitário. Precisava tomar essa decisão e tomei.

Por que você tomou essa decisão?

Combina muito mais com o meu perfil. Não combina com outros, mas foi o que eu achei melhor.

Como foi essa experiência?

Foi muito boa.  A partir do momento que eu tomei a decisão de que eu não queria jogar tênis profissional, foi muito simples: eu queria ir pra melhor universidade que eu pudesse ir. E eu fui para uma universidade muito boa. Estudei Economia na Rice University e joguei em um time que ainda não era top 10 dos Estados Unidos, mas tinha um bom nível de tênis. Eu joguei em um nível decente lá. Não poderia amolecer nos treinamentos. Eu estudava demais e treinava decentemente. A experiência foi ótima, pois pude focar no que queria, que era os estudos, mas ao mesmo tempo me mantive jogando um tênis de alto nível.

E qual foi a importância do Daquiprafora nesse processo?

Sem palavras para o pessoal do Daquiprafora. Eu tinha uma relação muito pequena com eles antes de ir, mas desde que comecei a me envolver na ida para os EUA, comecei a gostar demais do que eles fazem , do propósito da empresa.

Hoje em dia eu tenho uma relação de amigo, de conselheiro com o Felipe (Fonseca). São meus amigos, meus irmãos, que me ajudaram muito na ida, enquanto estive lá e na volta.  O cargo na empresa que eu trabalho é por influência do Felipe. Eles tiveram total envolvimento em todas as minhas decisões durante e após o processo. Até hoje, o Felipe é um cara que eu consulto em quase todas as minhas decisões. É um cara que eu confio demais.

O que você diria para aqueles que estão pensando em migrar para o tênis universitário?

Para aqueles que já estão pensando em ir, é muito mais fácil, até porque é algo natural, pois eles já querem ir. O problema são aqueles que não querem ir e que teriam uma enorme possibilidade se fossem. Os caras que não querem trabalhar com tênis depois.

E criam muita expectativa?

É, ao mesmo tempo tem aqueles com expectativa muito alta, um pouco irrealista. Acho que tem gente que iria se beneficiar demais de uma carreira universitária. Iriam jogar o tênis que eles querem, mas sair depois de quatro anos com uma carreira muito mais promissora. Tem muita gente no meio do caminho que não vai pra lá e nem joga tênis profissional, e em 10 anos corre o risco de não querer se envolver com tênis e não ter uma outra carreira promissora. São essas pessoas que às veze a gente tenta conversar e ver se não tem um outro caminho a seguir.

Foto: João Pires/Fotojump

Felipe Fonseca explica o que as empresas buscam no tenista universitário

Felipe Fonseca jogou tênis pela Winthrop University, universidade da NCAA Divisão I na Carolina do Sul, nos Estados Unidos. Ganhou bolsa devido ao seu talento no esporte. Hoje, diretor do Daquiprafora, orienta aproximadamente 80-90 tenistas por ano, para que sigam o mesmo caminho que escolheu no passado.

Confira a entrevista que fizemos com Felipe, contando um pouco sobre seu trabalho e sobre o Daquiprafora.

Tennis View – Você tem um balanço do último ano, de quantos tenistas vocês encaminharam aos EUA para jogar tênis universitário?

Felipe Fonseca – Temos ajudado aproximadamente 80-90 tenistas por ano

TV – Qual é o principal objetivo do Daquiprafora?

FF – Proporcionar aos jovens oportunidades de desenvolvimento para serem pessoas melhores no futuro, seja no esporte, na vida profissional, ou no pessoal. Queremos que eles voltem para o Brasil preparados para os desafios do futuro.

TV – Como é feito o processo de escolha das universidades para os atletas?

FF – Buscamos a universidade ideal para cada atleta de acordo com seu perfil: nível de tênis, notas, preferências como clima e localização, além do investimento que a família planeja fazer. Não existe um colégio perfeito para todos. Cada um terá a universidade ideal de acordo com seu perfil. Nosso trabalho é identificar a mais adequada para cada tenista dentro das suas capacidades e preferências. Já temos mais de 250 atletas espalhados por diferentes faculdades.

TV – Como motivar um atleta a ir para os Estados Unidos?

FF – Mostrando como e possível conciliar tênis e escola, algo importante para o futuro deles. Acreditamos que dá sim para jogar tênis de alto nível na universidade. Competir e evoluir no esporte sem ter que abrir mão dos estudos. Acreditamos que os tenistas de 18 anos (com raríssimas exceções) não estão prontos para ir ao circuito e 3-4 anos na universidade ajuda muito.

TV – Os resultados dos atletas são sempre positivos? Existem pessoas que desistem do curso no meio do caminho?

FF – Na maioria dos casos temos resultados positivos, mas aproximadamente 3% dos atletas largam a faculdade antes do final do 1º ano. Há casos de atletas que não se adaptam ao estilo de vida americano, as exigências (acadêmicas e esportivas), as regras… Alguns voltam por causa das namoradas que ficaram no Brasil, outros sentem falta das mordomias que tinham em casa. Mas de modo geral a maioria se adapta bem e sabe que esta oportunidade fará diferença no futuro profissional.

TV – Os atletas que se formam costumam arrumar emprego com mais facilidade quando voltam ao Brasil? Poderia dar alguns exemplos bem sucedidos?

FF – As empresas gostam muito de jovens que se formaram fora do Brasil, pois eles desenvolvem muitas habilidades importantes: maturidade, capacidade de adaptação, flexibilidade, iniciativa, saber se virar sozinho e independência. Fora o inglês fluente. Num mundo globalizado como o de hoje, estas competências são muito importantes e as grandes empresas sabem que quem se formou fora tem muitas delas. Temos muitos atletas já formados trabalhando em multinacionais, hoje em dia, como Itaú, Ambev, Santander, American Express, Ernst & Young, Citibank, Nike, GE, Bradesco e muitas outras.

Diego Boscolo

 

 

 

 

Ivan Cressoni é exemplo de tenista que se aproveitou do talento para chegar à universidade americana

Natural de Araras, interior paulista, Ivan Eduardo Cressoni teve o tênis em sua vida desde muito cedo: aos cinco anos de idade já praticava o esporte. Aos 16 anos, com incentivo do seu irmão, começou a jogar torneios e a partir daí, sua vida tomou um novo rumo.

“Eu comecei a jogar algumas competições de nível Future, mas não consegui os resultados esperados. Então passei a pensar na possibilidade de fazer algum curso em alguma universidade dos Estados Unidos”, explicou Ivan, mostrando que a oportunidade de conseguir uma bolsa, na época, já era recorrente, mas a dúvida sobre a mudança persistia. “Eu já havia recebido alguns convites de bolsas de 100% e mesmo achando boa ideia, não imaginava como seria a experiência”.

A escolha de mudar para os Estados Unidos para estudar não deixou arrependimentos no paulista. Muito pelo contrário. “Se eu soubesse o que era o esporte universitário, já teria ido muito antes”, comentou. A universidade de sua escolha foi a University of South Carolina. Lá, cursou administração com ênfase em economia e finanças. “A estrutura era muito boa, tanto na parte acadêmica, tanto na parte esportiva”.

Já na Carolina do Sul, Ivan sentiu dificuldades no início, pois não tinha muito conhecimento da língua. “Foi muito difícil no começo. Eu falava muito pouco inglês, então tudo ficava mais complicado na adaptação. Treinar, jogar, viajar, tudo acontecia de uma vez só. Fora isso, a comida também era muito diferente do que eu estava acostumado”, analisou.

Apesar disso, tudo deu certo para ararense, que embarcou para a universidade graças a ajuda do Daquiprafora. “O pessoal do Daquiprafora foi de extrema importância no processo de regulamentação de documentos, contato com o técnico, acesso à Bolsa Lemann. Decidi ir para os Estados Unidos em julho de 2006 e em janeiro de 2007 eles fizeram de tudo para que eu já estivesse por lá”, elogiou o ex-tenista, que conseguiu 100% de bolsa para os estudos.

Hoje, aos 26 anos e já formado, Ivan se diz satisfeito com sua carreira profissional e diz ainda continuar a praticar tênis nas horas vagas. “Atualmente trabalho em um lugar – Asset Management – com grandes profissionais, onde tenho a oportunidade de aprender muito. Entendo que só estou aqui devido ao tênis e sou grato a isso. Não esqueci do esporte ainda. Nos fins de semanas costumo bater uma bolinha para descontrair”.

“Quando fui para os Estados Unidos meu principal objetivo era voltar formado de lá. Isso eu consegui. Hoje tenho outras metas em minha vida, na qual luto diariamente para atingi-las, e como aprendi na universidade, tenho certeza de que vou alcança-las na hora certa”, finalizou.

University of South Carolina – www.sc.edu

A University of South Carolina é uma universidade pública, localizada em Columbia, no estado da Carolina do Sul. Foi fundada em 1805 e hoje em dia atende aproximadamente 40 mil estudantes. Oferece programas acadêmicos como artes, ciência, engenharia, direito, medicina, música, entre outros.

Diego Boscolo

Fundação Lemann e Daquiprafora começam projeto para acompanhar aluno-atleta no exterior

A Fundação Lemann, reconhecida por auxiliar tenistas, entre outros, a irem para os Estados Unidos jogar o circuito universitário em várias modalidades esportivas, está elaborando mais um projeto com o Daquiprafora, empresa responsável pela orientação de jovens, a obtenção das bolsas nas universidades e administração do processo de documentação dos atletas selecionados.

O Programa de Mentores tem o objetivo de acompanhar melhor o aluno-atleta depois que ele sai do Brasil.

“A ideia é, primeiro, deixar claro, tanto para os pais como para os próprios atletas, o tamanho da oportunidade oferecida pela Fundação Lemann. Depois, começar a prepará-los para encarar o que vão encontrar por lá, além de ajudá-los a controlar a ansiedade pré-embarque. Depois do embarque dos atletas, ainda manteremos contato para auxiliá-los nas dificuldades e no melhor aproveitamento da experiência”, explica Carolina Melo, ex-bolsista e que atualmente trabalha na Fundação Lemann. Nesta entrevista, ela fornece mais detalhes sobre o surgimento da ideia e como será o desenvolvimento da mesma para que o jovem viva uma melhor experiência durante seu período no exterior.

Quando e como que surgiu a ideia do programa?

A sensação que temos é que a ideia de mentorar os novos atletas sempre existiu. O Felipe Fonseca (Daquiprafora) colocou em contato alguns de nós, que vivenciamos o tênis universitário e que temos o desejo de contribuir com a nova geração de atletas bolsistas da Fundação Lemann, e a idéia se fortaleceu naturalmente. Um de nós, o Renato Varella, já havia tentado desenvolver esta ideia com dois atletas e pode trazer uma perspectiva mais prática para o time. Na realidade, acredito que, informalmente, todos nós já fomos mentorados e também atuamos como mentores. Gostaríamos, então, de formalizar a ideia em um projeto para que nenhum atleta deixe de ter o suporte necessário para fazer da experiência do esporte universitário a melhor possível.

Vocês já tem ideia desse perfil dos mentorados?

Os mentorados são muito talentosos no esporte que praticam, com grande potencial de desenvolvimento e com valores consistentes com o Projeto Bolsas Lemann. Muitos não têm um respaldo financeiro de suas famílias.

Como é feita essa preparação?

Pretendemos conversar com o mentorado antes de ele embarcar para seu primeiro semestre na universidade e ganhar a confiança dele para que fique à vontade para tirar suas dúvidas, reduzindo, assim, seu nível de ansiedade. Estamos preparando um guia básico de situações que o atleta vai encontrar lá, como abrir uma conta no banco, lavar roupas nos dormitórios da universidade e se registrar para aulas, para que ele leve consigo na viagem. Esperamos que o mentorado sinta-se à vontade o suficiente para nos contatar sempre que achar necessário durante todo o tempo que estiver no exterior. Mais tarde, surgirão dúvidas como: voltar ou não ao Brasil, mercado de trabalho, etc. Esperamos contribuir nestas questões também.

Qual sua função específica no programa?

Além de desenvolver o projeto com os demais membros do time, serei uma mentora em ação.

Qual objetivo principal do programa?

O objetivo principal do programa é dar suporte aos novos atletas para que enfrentem as dificuldades do esporte universitário nos Estados Unidos com mais tranqüilidade e atuem com bastante foco no objetivo final. Como podem imaginar, morar sozinho, viver uma cultura diferente, em um país diferente, com uma língua diferente, e ainda com grandes responsabilidades, não é uma tarefa fácil para um jovem de 18 anos. Como nós também vivemos tudo isso, acreditamos que podemos contribuir para que os novos atletas sejam melhores do que fomos.