Em evolução, Ghem afirma como chegou ao melhor ranking aos 32 anos: “Sempre acreditei muito no meu tênis”

Ghem - ranking peqHá 8 anos, na Costa do Sauípe, o gaúcho André Ghem causou uma das maiores surpresas do tênis brasileiro no momento, vencendo Gustavo Kuerten de virada. Uma feito e tanto, mesmo com o ídolo nacional com o seu desempenho já comprometido com as dores no quadril.

Ghem fez sucesso, deu muitas entrevistas e continuou sua batalha, jogando principalmente os Challengers. Beliscou algumas boas campanhas, enfrentou dificuldades e contiunou perseverando. Venceu um Challenger no mesmo ano e chegou ao seu ápice no ranking, o posto nº 181. Na verdade, o que parecia ser o ápice.

Em 2014, oito anos depois e com 32 de idade, ele continou sua busca pela evolução e, em uma idade que geralmente já é de declínio físico e técnico para muitos tenistas, superou sua marca. Depois de boas campanhas, chegou ao nº 171 da ATP no dia 22 de setembro.

Conversamos um pouco com o brasileiro que falou do seu momento atual, de evolução, a importância da experiência de treinar com Thomaz Koch e deixou claro: não fica sonhando, mas se o bom momento continuar, gostaria sim de ser lembrado para jogar a Copa Davis.

Como você avalia, de uma forma geral, a sua recente ascensão no ranking, mesmo aos 32 anos, uma idade que geralmente já é de declínio físico e técnico para muitos tenistas?

Eu me sinto muito bem. Continuo trabalhando forte para seguir evoluindo e cada vez acrescentar mais armas ao meu jogo. Acredito bastante no trabalho que venho fazendo e acredito que posso continuar subindo e evoluindo.

De onde você tirou motivação para buscar bons resultados e chegar ao melhor ranking?

Sempre acreditei muito no meu tênis. Tive alguns problemas na minha carreira, mas nunca deixei de acreditar no meu potencial. Amo o que faço e agora, mais maduro, a visão das coisas se torna muito mais clara. O ranking é uma soma de fatores, de muitos buracos tapados.

Houve alguma mudança técnica, metodológica ou mesmo na preparação física para você conseguir esse resultado?

Tenho feito uma preparação bem específica, que acredito ter uma participação muito grande nessa sequência de bons resultados.

Qual foi a importância da experiência de trabalhar com o Thomaz Koch para a sua evolução?

Viajamos juntos alguns meses e ele foi muito importante para me ajudar a colocar alguns pingos no “is”. Estamos sempre em contato, mas no momento não estamos viajando juntos.

Qual é o seu objetivo de agora em diante em relação ao ranking?

Não tenho uma meta de ranking nesse momento. Quero ir longe, ganhar torneios, os números serão apenas uma conseqüência disso.

Se a evolução e os bons resultados continuarem, você ainda possui expectativas de convocação para a Copa Davis?

Não é algo que fico sonhando, mas obviamente gostaria de ser chamado se estivesse num bom momento.

Falando em Davis, o que você achou do sorteio que colocou o Brasil diante da Argentina, fora de casa, no ano que vem?

Tinha piores, com certeza. Todos nós sabemos que entre os últimos dez, quinze anos, esse tem sido um dos piores ou o pior momento do tênis de ponta da Argentina. Vai ser muito duro, mas acredito que temos chance de fazer o crime na capital portenha.

Quais são seus patrocinadores e apoiadores atualmente? Você consegue viajar tranquilamente com essa verba?

De apoio tenho da Head com raquetes, Solinco com cordas e Tretorn de roupas. Não tenho nenhum patrocínio ou ajuda financeira, o que faz com que eu viaje na maior parte do tempo sozinho. Se não fosse o Interclubes que jogo na Europa, não sei como seria, mas dificilmente poderia continuar viajando com certa tranquilidade. Um caminho solitário é sempre mais difícil.