O tênis tem uma nova número um do mundo, a australiana Ashleigh Barty.
Desde que o ranking mundial da WTA foi computadorizado pela primeira vez, em 1975, Barty é a 27a tenista a chegar a este posto, a segunda australiana depois de Evonne Goolagong, em 1976, uma tenista de origens aborígene como ela.
De Chris Evert a Barty passaram os maiores nomes do esporte. As lendas Navratilova, Graf, Seles, Austin, Hingis, Henin, Capriati, a ainda em atividade Serena Williams, a irmã Venus e muitas outras que passaram pelo topo, permaneceram muitas semanas, mas que o público médio do tênis não deve se lembrar.
Ana Ivanovic, Dinara Safina, Karolina Pliskova, Angelique Kerber, Simona Halep, Victoria Azarenka, Garbine Muguruza – todos nomes que fizeram história no nosso esporte, mas não se tornaram uma força do mesmo.
Tiveram seus momentos de glória, mas não pararam o mundo, não viraram o assunto da mesa de bar.
Osaka, que estava no posto até ser destronada por Barty, de 21 anos, pode vir a ter aquele impacto que tocam gerações, que influenciam de fato vidas.
A belga Kim Clijsters, número um há mais de 15 anos, por seu sorriso, simpatia e humildade, além dos títulos de Grand Slam, talvez lembre o jeito de ser de Barty.
Barty, recém campeã de Roland Garros, é um raro caso de coragem no esporte, não coragem de subir para rede e matar o ponto, mas coragem de fazer valer o que sente.
Campeã juvenil de Wimbledon em 2011, não aguentou a rotina do circuito. Nascida em um país de extrema tradição no tênis, sua vitória em Londres a colocaram como a nova número 1 (e não é que acertaram) e logo a levaram para treinar no centro da Tennis Australia, em Melbourne, longe da sua família e amigos em Ipswich.
Apesar do sucesso nas duplas – foi vice de Grand Slams com Casey Dellacqua, hoje já aposentada – Barty não estava aguentando tanto tempo longe da sua base, das suas origens.
Largou o tênis em 2014, por tempo indeterminado. Se dedicou ao cricket e teve sucesso em equipes.
Mas, depois de dois anos sentiu que estava madura e pronta para retornar ao circuito.
Foi em meados de 2016 em Eastbourne, que ela voltou a competir, sem ranking, mas ao lado do técnico Craig Tyzzer, que ela não deixa de mencionar em momento algum.
Celebrou a equipe ao vencer Roland Garros há duas semanas e neste domingo, ao vencer o WTA de Birmingham, na grama, feito que a levará ao topo do ranking mundial nesta segunda-feira, fez o mesmo. “Estou muito orgulhosa de todo o trabalho que eu e o meu time fizemos. É uma honra chegar a número um do mundo, um lugar ocupado por tantas lendas do nosso esporte.”
Humilde, sorridente, sincera e com um jogo capaz de triunfar no saibro parisiense e na grama inglesa, essa é a nova número um do mundo, que esperamos deixe a sua marca no esporte.
Todas as números um do mundo (desde 1975)
ATUAL – ASHLEIGH BARTY
STEFFI GRAF |
377* |
1987 |
||
MARTINA NAVRATILOVA |
332 |
1978 |
||
SERENA WILLIAMS |
319 |
2002 |
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CHRIS EVERT |
260 |
1975 |
||
MARTINA HINGIS |
209 |
1997 |
||
MONICA SELES |
178 |
1991 |
||
JUSTINE HENIN |
117 |
2003 |
||
LINDSAY DAVENPORT |
98 |
1998 |
||
CAROLINE WOZNIACKI |
71 |
2010 |
||
SIMONA HALEP |
64 |
2017 |
||
VICTORIA AZARENKA |
51 |
2012 |
||
AMELIE MAURESMO |
39 |
2004 |
||
ANGELIQUE KERBER |
34 |
2016 |
||
DINARA SAFINA |
26 |
2009 |
||
MARIA SHARAPOVA |
21 |
2005 |
||
TRACY AUSTIN |
21 |
1980 |
||
KIM CLIJSTERS |
20 |
2003 |
||
NAOMI OSAKA | 20 | 2019 | ||
JELENA JANKOVIC |
18 |
2008 |
||
JENNIFER CAPRIATI |
17 |
2001 |
||
ANA IVANOVIC |
12 |
2008 |
||
ARANTXA SANCHEZ VICARIO |
12 |
1995 |
||
VENUS WILLIAMS |
11 |
2002 |
||
KAROLINA PLISKOVA |
8 |
2017 |
||
GARBINE MUGURUZA |
4 |
2017 |
||
EVONNE GOOLAGONG |
2 |
1976 |
Diana Gabanyi
Foto saibro – Cynthia Lum
Foto grama – Jordam Mansfield/Getty Images