Bellucci vence a 1a. em Gstaad e joga por vaga nas 4as. Feijão é eliminado.

Campeão de Gstaad em 2009 e 2012, o paulista Thomaz Bellucci. começou bem sua participação na edição deste ano do torneio suíço. Nesta terça-feira, o tenista número 1 do Brasil e 39o. do mundo derrotou o belga Kimmer Coppejans. 104o. do mundo, por 6/2 6/3, em 1h15min de partida.

Bellucci Gstaad

“Me sinto em casa aqui em Gstaad, aliás, na Suíça”, brincou Bellucci, que também conquistou o título do ATP de Genebra este ano. “Foi uma boa estreia. Era um jogo complicado, mas me mantive firme do começo ao fim e joguei bem na hora que tinha que jogar”, afirmou Bellucci.

Pelas oitavas de final, nesta quarta-feira, Bellucci terá pela frente o francês Stephane Robert, 375o. do mundo, que venceu o paulista João Souza, o Feijão, por 6/1 6/4. O confronto é inédito.

“O Robert fez um bom jogo contra o Feijão hoje. É um jogo que o saque vai fazer a diferença. Vou tentar sacar com uma porcentagem alta de primeiros saques para tomar a iniciativa da maioria dos pontos”, observou Bellucci.

Depois de perder a 9a seguida, Feijão afirma: “A derrota da Davis me abalou bastante”

João Souza, o Feijão, amargou nesta terça-feira em Paris a nona derrota seguida. Perdeu para o espanhol Daniel Gimeno Traver, por 76 64 64 na estreia em Roland Garros. O tenista que começou o ano com tudo, alcançando a semi do Brasil Open e as quartas do Rio Open, não consegue vencer desde a partida mais longa da Copa Davis, em que acabou perdendo para Leonardo Mayer por 3 sets a 2, em 6h42min.

Depois de perder a 9a seguida, Feijão afirma: "Aquela derrota da Davis me abalou muito"

Apesar de mais uma derrota Feijão não apareceu abatido na sala de entrevistas número dois em Rolannd Garros. Demorou para chegar – houve um desencontro com os profissionais da comunicação do torneio encarregados de trazer os jogadores para as entrevistas -, mas falou, como sempre, abertamente sobre a fase que vive e o jogo contra Gimeno Traver.

“Tive os meus momentos e as minhas chances. Especialmente no 1o. set. Tive mini break, mas nenhuma chance muito grande. Nesse nível não pode deixar escapar essas pequenas chances. No final das contas estou triste pela derrota, mas pelo que vinha jogando nas últimas semanas foi um bom jogo.”

Diante de poucos jornalistas brasileiros e alguns curiosos estrangeiros, Feijão falou também sobre o que aconteceu depois de uma boa fase, para ter caído tanto de produção.

” Esse jogo da Davis me abalou bastante. Aquela derrota foi bem chave na verdade. A minha energia caiu. Foi um jogo longo, histórico, mas eu perdi o jogo. De repente se eu tivesse ganhado a minha moral teria aumentado, o Brasil teria ganho e a energia de repente teria mudado. Independente de ter sido um jogo do jeito que foi, eu perdi. Quem realmente sentiu a derrota fui eu, mais do que ninguém. Desde então não consegui mais achar o nível que estava jogando antes. Caí, em vez de ter subido. Baixei muito meu nível. Aquele jogo me abalou e eu não consegui mais repetir o que eu vinha jogando. Me abalou na parte técnica e mental” contou Feijão, mas ciente de que “são águas passadas e que tem que seguir em frente.”

O brasileiro, que está na Europa com o técnico argentino Andres Schneiter, falou também sobre o calendário e a falta de confiança com as derrotas.

Feijão Cynthia Lum

“Eu estou na Europa há seis semanas. Joguei os maiores torneios, acabei arriscando um pouco a mais no calendário. Joguei com os melhores jogadores todas as semanas, então não tive os melhores resultados. Tênis é baseado muito em confiança. Principalmente nos momentos chaves. Quando você está com confiança, você não pensa. Quando eu tive as oportunidades hoje, pensei de mais, coisa que não vinha acontecendo até o jogo da Davis. As reações e os pensamentos estavam saindo de forma muito mais natural. Sem confiança você sempre duvida um pouco a mais”

Para recuperar a confiança e o bom tênis, Feijão acredita na dupla – vai jogar com Victor Estrella Burgos e em muita semanas de jogos na Europa.

“Todo tenista tem essa baixa. Não é a minha primeira vez e não vai ser a última. Agora é continuar trabalhando. Tem o jogo de duplas, que de repente dá para sentir o gostinho de ganhar um jogo de novo e vou ficar mais 10 semanas na Europa. Vou jogar mais 4 Challengers, Wimbledon, mais 2 Challengers e 3 atps.”

O brasileiro vai agora mesclar o calendário entre torneios de médio porte e de grande. ” Se tivesse jogado muito bem as outras semanas e aqui, não faria esse mix. Mas, como joguei pior impossível vou ficar 16 semanas aqui na Europa. No ano passado fiquei 13 semanas. Não tem outro jeito. Vou ficar jogando e vou ficar aqui com o meu treinador. Não tenho filho, nem namorada então tenho condições de fazer isso.”Dependendo de como for na dupla em Paris, Feijão joga ou não o Challenger de Prostejov, na semana que vem.Diana GabanyiFotos de Cynthia Lum