Brasil enfrenta Croácia com Bellucci, Feijão, Soares e Melo

O Brasil definiu nesta segunda-feira os jogadores que disputarão o confronto com a Croácia, no Playoff do Grupo Mundial da Copa Davis, entre os dias 18 e 20 de setembro no Costão do Santinho, em Florianópolis.

Brasil enfrenta a Croácia com Bellucci, Feijão, Soares e Melo

O capitão João Zwetsch repetiu a equipe que enfrentou em março a Argentina em Buenos Aires e convocou os tenistas Thomaz Bellucci, João “Feijão” Souza, Marcelo Melo e Bruno Soares para encarar os croatas.

Em grande fase mais uma vez no circuito, Bellucci é o destaque da equipe após retornar ao top 30 e ter feito uma boa gira no saibro europeu e nas quadras duras nos Estados Unidos, com sua melhor campanha no US Open.

“Thomaz está jogando nos últimos seis meses muito bem, encontrou novamente o nível alto que ele joga de tênis e a expectativa é que ele possa fazer uma Copa Davis muito boa”, analisa Zwetsch.

Com grande desempenho no confronto com a Argentina, quando fez jogos longos e esteve perto de colocar o Brasil nas quartas de final, Feijão integra mais uma vez o time em busca de uma retomada após resultados abaixo do esperado no segundo semestre.

“Feijão não vem em um bom momento, mas ao mesmo tempo é o nosso jogador que, fora o Thomaz, está jogando o circuito dos torneios maiores o ano inteiro, tentando subir um degrau e se firmar no nível mais alto. Ainda não foi possível, mas essa experiência toda de tantos torneios grandes, com jogadores de um nível alto é sempre importante. Todos esperamos que ele possa reencontrar novamente um bom tênis agora na Copa Davis, que o grande desempenho que ele teve contra a Argentina possa voltar firmemente na memória e a gente possa fazer uma boa preparação”, afirma o capitão brasileiro

Com nove vitórias consecutivas em confrontos de Copa Davis, Bruno Soares e Marcelo Melo repetem a parceria em Florianópolis contra uma difícil dupla formada com Ivan Dodig, parceiro de Marcelo.

“Acho que nossa dupla é sempre um ponto de equilibrio muito importante dentro da nossa equipe, desta vez não vai ser diferente. É um ponto crucial, o Marcelo está tendo um ano excepcional, o Bruno nem tanto, mas com um ótimo nível”, afirma Zwetsch.

Também foi convocado para fazer parte da equipe o reserva André Ghem, que retorna à Copa Davis pela primeira vez desde 2010, quando esteve nos treinos durante o confronto com o Uruguai, em Bauru. Os jovens que também passarão a semana treinando com o time serão Orlando Luz, João Menezes e Igor Marcondes, que pela primeira vez faz parte da delegação.

A equipe croata também vem ao Brasil com força máxima, contando com o atual campeão do US Open, Marin Cilic, além da revelação Borna Coric, de Ivan Dodig, campeão de duplas em Roland Garros ao lado de Marcelo Melo, e Franko Skugor, acompanhados pelo capitão Zeljko Krajan.

“É um confronto muito duro. Cilic está novamente nas quartas do US Open, com boas chances de ir à semifinal, é um jogador de altíssimo nivel, muito dificil de ser batido. A equipe da Croácia é consistente, tem o Dodig como um dos duplistas, parceiro do Marcelo que vem tendo um ano maravilhoso, da mesma forma que o Marcelo, tem o Coric que é um jovem jogador, mas já está aí entre os 40 do mundo com 18 anos, ou seja, não é comum com certeza”, analisa João Zwetsch.

“Vai ser uma Copa Davis vibrante, muito dura como foram as últimas, Argentina e Espanha, o que é bom, pois nessas condições todo mundo ganha. O público vai assistir pode ver jogos de altíssimo nível e ao mesmo tempo com uma emoção de fazer parte fortemente dos jogos, do confronto e o que a gente espera é poder aproveitar a condição de jogar em casa  com o apoio da nossa torcida que sempre faz uma diferença muito grande”, finaliza.

Ingressos ainda podem ser adquiridos na internet

Para o público que quiser acompanhar de perto o confronto entre Brasil e Croácia, ainda é possível garantir presença. Os ingressos de arquibancada estão disponíveis no site www.ingressonacional.com.br com o valor de R$ 300.

Esta é uma grande oportunidade para ver campeões de Grand Slam em um confronto emocionante na busca pelo Grupo Mundial da Copa Davis 2016

Foto: Cristiano Andujar

Depois de perder a 9a seguida, Feijão afirma: “A derrota da Davis me abalou bastante”

João Souza, o Feijão, amargou nesta terça-feira em Paris a nona derrota seguida. Perdeu para o espanhol Daniel Gimeno Traver, por 76 64 64 na estreia em Roland Garros. O tenista que começou o ano com tudo, alcançando a semi do Brasil Open e as quartas do Rio Open, não consegue vencer desde a partida mais longa da Copa Davis, em que acabou perdendo para Leonardo Mayer por 3 sets a 2, em 6h42min.

Depois de perder a 9a seguida, Feijão afirma: "Aquela derrota da Davis me abalou muito"

Apesar de mais uma derrota Feijão não apareceu abatido na sala de entrevistas número dois em Rolannd Garros. Demorou para chegar – houve um desencontro com os profissionais da comunicação do torneio encarregados de trazer os jogadores para as entrevistas -, mas falou, como sempre, abertamente sobre a fase que vive e o jogo contra Gimeno Traver.

“Tive os meus momentos e as minhas chances. Especialmente no 1o. set. Tive mini break, mas nenhuma chance muito grande. Nesse nível não pode deixar escapar essas pequenas chances. No final das contas estou triste pela derrota, mas pelo que vinha jogando nas últimas semanas foi um bom jogo.”

Diante de poucos jornalistas brasileiros e alguns curiosos estrangeiros, Feijão falou também sobre o que aconteceu depois de uma boa fase, para ter caído tanto de produção.

” Esse jogo da Davis me abalou bastante. Aquela derrota foi bem chave na verdade. A minha energia caiu. Foi um jogo longo, histórico, mas eu perdi o jogo. De repente se eu tivesse ganhado a minha moral teria aumentado, o Brasil teria ganho e a energia de repente teria mudado. Independente de ter sido um jogo do jeito que foi, eu perdi. Quem realmente sentiu a derrota fui eu, mais do que ninguém. Desde então não consegui mais achar o nível que estava jogando antes. Caí, em vez de ter subido. Baixei muito meu nível. Aquele jogo me abalou e eu não consegui mais repetir o que eu vinha jogando. Me abalou na parte técnica e mental” contou Feijão, mas ciente de que “são águas passadas e que tem que seguir em frente.”

O brasileiro, que está na Europa com o técnico argentino Andres Schneiter, falou também sobre o calendário e a falta de confiança com as derrotas.

Feijão Cynthia Lum

“Eu estou na Europa há seis semanas. Joguei os maiores torneios, acabei arriscando um pouco a mais no calendário. Joguei com os melhores jogadores todas as semanas, então não tive os melhores resultados. Tênis é baseado muito em confiança. Principalmente nos momentos chaves. Quando você está com confiança, você não pensa. Quando eu tive as oportunidades hoje, pensei de mais, coisa que não vinha acontecendo até o jogo da Davis. As reações e os pensamentos estavam saindo de forma muito mais natural. Sem confiança você sempre duvida um pouco a mais”

Para recuperar a confiança e o bom tênis, Feijão acredita na dupla – vai jogar com Victor Estrella Burgos e em muita semanas de jogos na Europa.

“Todo tenista tem essa baixa. Não é a minha primeira vez e não vai ser a última. Agora é continuar trabalhando. Tem o jogo de duplas, que de repente dá para sentir o gostinho de ganhar um jogo de novo e vou ficar mais 10 semanas na Europa. Vou jogar mais 4 Challengers, Wimbledon, mais 2 Challengers e 3 atps.”

O brasileiro vai agora mesclar o calendário entre torneios de médio porte e de grande. ” Se tivesse jogado muito bem as outras semanas e aqui, não faria esse mix. Mas, como joguei pior impossível vou ficar 16 semanas aqui na Europa. No ano passado fiquei 13 semanas. Não tem outro jeito. Vou ficar jogando e vou ficar aqui com o meu treinador. Não tenho filho, nem namorada então tenho condições de fazer isso.”Dependendo de como for na dupla em Paris, Feijão joga ou não o Challenger de Prostejov, na semana que vem.Diana GabanyiFotos de Cynthia Lum

Aplausos para Feijão, o tenista que mudou o rumo do confronto com a Argentina

O Brasil ainda pode ganhar o confronto. O Brasil ainda pode perder.

Independente do resultado o que ficará marcado para sempre deste confronto entre Brasil e Argentina foi o jogo que acabamos de assistir entre João Souza, o Feijão e Leonardo Mayer, com vitória do hermano por 7-6(4), 7-6(5), 5-7, 5-7, 15-13. Foram 6h42min de jogo, tornando a partida a mais longa da história na Copa Davis e a segunda mais longa do tênis, perdendo apenas para aquele jogo entre Nicolas Mahut e John Isner que teve duração de 11h05min em 2 dias, em Wimbledon.

Fejão épico
Feijão perdia o jogo por 2 sets a 0 e Mayer liderava o 3o. por 4/1 quando começou a virada.

Feijão foi conseguindo minar um pouco o jogo do Mayer e cresceu na partida. Venceu o terceiro set por 7/5 e o quarto pelo mesmo placar.

Já era quase 15h30 quando o 5o. set começou. Depois do 4/4 cada game virou um drama.

Mayer teve match point, Feijão teve break point e assim foi até o final do jogo.

Não dava para saber o que iria acontecer em cada game.

Uma hora Feijão parecia mais inteiro, outra era o argentino.

O portenho tinha match point e Feijão salvava. Sem medo, arriscava e entrava.

Mayer gesticulava, reclamava, encarava outro match point e perdia. Mas, continuava vivo no jogo.

Tão vivo que em certo momento, mesmo já com mais de 6h de jogo, no intervalo chamava a torcida e cantava com os companheiros de equipe.

Coisas que só uma Copa Davis ou um jogo de tanta duração, com torcida por países pode fazer.

No fim, no match point número 11, Mayer venceu. Feijão poderia ter ganhado o jogo. Foi mais um ponto entre os tantos outros do jogo que deu a vitória ao argentino.

Mas, ninguém saiu de cabeça baixa.

Feijão sai de cabeça muito erguida.

Foi ele quem fez a diferença no confronto.

Quando saiu o sorteio que designou a Argentina para enfrentar o Brasil, na primeira rodada do Grupo Mundial, em setembro do ano passado, o país vizinho era mais do que favorito.

Feijão era o 101o. colocado no ranking mundial, estava disputando torneios Challenger no circuito e Bellucci , o 79o. Apesar da vitória contra a Espanha, também terminou o ano jogando torneios da série Challenger.

Como o Brasil iria vencer a Argentina com apenas um jogador no top 100 e a dupla, que é uma das melhores do mundo na Davis com Melo e Soares?

Mas, o ano começou e Feijão trocou o Challenger de São Paulo (não entrou no calendário este ano), que costumava jogar, pelo ATP de Doha. Ganhou uma rodada na chave, foi disputar o qualifying do ATP de Sidney, teve match point para entrar na chave principal e jogou direto o Australian Open.

Veio o Brasil Open e Feijão foi à semifinal. Veio o Rio Open, um ATP 500 e Feijão foi às quartas-de-final.

Ganhou pontos no circuito não jogando torneios Challengers, mas jogando contra tenistas tops, treinando com eles e ganhando muita confiança.

Como resultado viu seu ranking subir para a 75a. posição, a sua melhor da carreira e o colocando como número um do Brasil.

Feijão, que sempre gostou de jogar com este clima de Davis, sempre cresceu com a torcida ou em situações desafiadoras, mudou todo o confronto.

A Argentina que sempre teve uma série de jogadores entre os top 100, teve que se deparar com um jogador estabelecido entre os 100 e muito, muito confiante e ainda amargar com a ausência de Del Potro em quadra e com a decisão do capitão Orsanic, de deixar Juan Monaco de fora.

Com o status de hoje, Feijão está pronto para enfrentar qualquer um dos jogadores argentinos e mostrou isso em quadra.

Foi praticamente o elemento surpresa (para os argentinos) da Davis.

Entrou quase um desconhecido no circuito e saiu como herói.

Dizer que o Brasil parou para assistir o Feijão seria muita presunção, mas que muita gente que não acompanha tênis parou para ver o que estava acontecendo, parou e mundo afora virou comentário em todos os lugares, daqueles que só acontecem quando há algo épico se passando. Feijão ganhou novos fãs, cresceu perante os olhos de todo o mundo e viu muita gente falar de tênis.
Com certeza muitos tenistas mirins escolheram um novo nome para ídolo e ele se chama João Souza, Feijão.

Diana Gabanyi

Foto: Cristiano Andujar

 

Feijão vence jogo de quase 5 horas e marca primeiro ponto para o Brasil na Davis

O Brasil começou a disputa da primeira rodada do Grupo Mundial da Copa Davis com vitória, em Buenos Aires.

Feijão vence jogo de quase 5 horas e marca o primeiro ponto do Brasil na Davis

Nesta sexta-feira o número um do país, João Souza, o Feijão, derrotou o número dois argentino, Carlos Berlocq, por 6/4 3/6 5/7 6/3 6/2, na quadra armada em Tecnópolis.

O jogo, debaixo de forte calor na capital portenha, teve duração de 4h57min.

Feijão volta a jogar no domingo, caso o confronto ainda não esteja definido, para enfrentar o número um Leonardo Mayer, que joga agora com Bellucci.

 

Feijão abre confronto da Davis com a Argentina

Tenista número um do Brasil, João Souza, o Feijão abrirá o confronto da primeira rodada do Grupo Mundial da Copa Davis, contra a Argentina.

Nesta sexta-feira, em Tecnópolis, onde o confronto será disputado, Feijão 75 no ranking mundial, faz o seu primeiro jogo no Grupo Mundial da competição centenária contra o número 2 argentino, Carlos Berlocq, 67.

Feijão abre confronto da Davis com a Argentina

Thomaz Bellucci, 87, entra em quadra na sequência, para enfrentar o número 1 do país vizinho, Leonardo Mayer, 29o. na ATP.

No sábado, nas duplas, Bruno Soares e Marcelo Melo enfrentam Diego Schwartzman e Federico Delbonis.

O último dia de confronto, o domingo, terá Feijão contra Mayer e Bellucci diante de Berlocq.