Gustavo Zanette, um dos desbravadores no circuito universitário dos EUA, virou sócio de grande empresa no Brasil

Gustavo ZanetteGustavo Zanette pode ser considerado um desbravador. No início dos anos 2000, o baiano de Salvador recebeu uma oportunidade única de estudar nos EUA, jogando o circuito de tênis universitário, ainda em um tempo em que apoio logístico e financeiro praticamente não existia.

Depois de se formar em jornalismo na Winthrop University, Gustavo continua atuando na área, sendo sócio do Daquiprafora, umas das principais empresas no assessoramento de atletas e estudantes para universidades nos Estados Unidos, ajudando outros jovens que querem realizar esse sonho, conseguindo uma boa formação e jogando em alto nível.

Confira um pouco mais da sua trajetória!

Quando e como surgiu a oportunidade de ir para os EUA?

Estava jogando um torneio no Club Med, na Ilha de Itaparica, e um amigo que estava no torneio também (ele já fazia faculdade nos EUA e estava de férias no Brasil) começou a me falar sobre a oportunidade, sobre a experiência dele lá e pouco mais de um ano depois desembarquei na Carolina do Sul. Lembro até o dia, 17/08/2000.

Em qual lugar você nasceu e morava aqui no Brasil? Como era sua vida jogando tênis aqui?

Sou de Salvador, onde comecei a jogar tênis, no Costa Verde Tênis Clube (na escolinha do Carlos Boar Matos, pai do Carlos Eduardo Matos, atual treinador do Thiago Monteiro lá na Tennis Route). Joguei o circuito juvenil no Brasil até os 18 anos, também jogava torneios por idade e classe na Bahia (Também treinei na Winner Tennis, com o Ary Godoy e no Baiano de Tênis, com o Carlos Abreu, o Xuxo). Não tinha muita ambição em ser jogador profissional, jogava porque gostava muito de estar na quadra. Quando terminei o ensino médio (uma curiosidade aqui, eu era da mesma sala que a Claudia Leitte, risos), entrei na faculdade em Salvador e comecei a jogar cada vez menos. Por sorte, aconteceu esse torneio no Club Med e acabou dando tudo certo.

Qual foi a universidade escolhida? O que você cursou ou está cursando?

Estudei na Winthrop University, no estado da Carolina do Sul. Era uma universidade da divisão 1 da NCAA, com uns seis mil alunos. Me formei em jornalismo, com uma especialização em espanhol.

Qual era a sua expectativa quando partiu para os EUA?

Para falar a verdade, não tinha ideia do que me esperaria nos EUA. A época era de internet discada, não havia youtube, whatsapp, nada disso. Só sabia que jogaria muito tênis e que faria parte de um time, algo que era novidade para mim.

Quais foram as suas principais dificuldades? Já sabia falar inglês fluentemente?

Já falava inglês, não tive muita dificuldade nessa parte. Minha principal dificuldade foi com as diferenças culturais entre americanos e brasileiros. Como lá nos EUA a maioria das pessoas tem a questão da iniciativa muito mais estimulada que os brasileiros, falando de uma forma geral, penei um pouco para entender que eu é quem deveria correr atrás de tudo sozinho, tanto para resolver meu problemas como para “cavar” oportunidades. No fim das contas, me adaptei tão bem que acabei ficando nos EUA por 8 anos. Trabalhei na equipe de assessores de imprensa da própria universidade por mais quatro anos.

Você teve algum apoio de alguma instituição para essa empreitada?

Na época não existia nada disso.

O que você faz atualmente?

Sou sócio da Daquiprafora há 5 anos e sou responsável da área esportiva da empresa. Todos os atletas da Daquiprafora passam por avaliação minha atualmente.

Você pretende seguir trabalhando nessa área?

Trabalhar com jovens é algo bastante gratificante e participar de um momento importante da vida de muitos deles é o que mais me motiva a seguir nessa área. Já vi muitos e muitos meninos tornarem-se executivos, empresários, funcionários importantes de empresas e isso não tem preço para mim.

Você recomenda a experiência de jogar nos EUA aos jovens?

Acho que a universidade americana pode dar ao jovem brasileiro um ótimo retorno para os muitos anos investidos no esporte, pois pode haver bastante redução de custo com uma bolsa esportiva. Além disso, o sistema de ensino americano tem muito a ensinar aos adolescentes brasileiros, sem contar na ótima oportunidade deles poderem conciliar os estudos com o tênis de alto rendimento. Hoje em dia, só consegue-se isso no Brasil com a universidade online. Fazer faculdade nos EUA foi provavelmente a melhor coisa que fiz na vida, algo que mudou minha vida e a vida de minha família. Conheci minha esposa nos EUA, fiz amigos – de muitos países do mundo – para toda a vida, aprendi bem dois idiomas e ainda mantive aberta a chance de morar novamente nos EUA, caso ainda queira. Realmente não poderia esperar muito mais da minha experiência por lá.