Emílio Sánchez se despede do grupo de campeões brasileiros

Emilio peqApós duas semanas, os campeões do Circuito de Tênis Escolar e Universitário 2013, apresentado pelo Itaú por meio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte, concluíram, nesta sexta-feira (26 de julho), suas atividades na sede de Barcelona da Academia Sánchez-Casal. No período, como prêmio oferecido pela competição, os jovens desfrutaram de treino de tênis de alta performance e curso de idiomas – inglês ou espanhol -, além de participarem de passeios turísticos e culturais.

“Foi uma experiência incrível para os atletas. Foi muito completo, porque todos tiveram experiências tanto como pessoas como esportistas”, disse Marcelo Motta, um dos coordenadores do grupo. “Muitos viajaram pela primeira vez sem a família e a experiência fez com que eles amadurecessem. Na parte esportiva, a Sanchez-Casal é referência mundial e tanto os atletas como nós, coordenadores, aprendemos muito”, completou.

A união entre esporte e educação faz parte da filosofia de trabalho da Academia Sánchez-Casal, que tem como foco a formação de jovens promessas por meio do tênis e dos estudos. Co-fundador deste importante centro de treinamento, o ídolo do tênis espanhol Emílio Sánchez compareceu à academia para se despedir do grupo de brasileiros.

Foto: Divulgação/ Equipe Sánchez-Casal

Campeões Universitários do CTEU fazem curso para professor em Barcelona

Os universitários campeões do Circuito de Tênis Escolar e Universitário, apresentado pelo Itaú por meio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte, estão fazendo o curso para professores de tênis na academia Sánchez-Casal. Os tenistas brasileiros estão aprendendo um pouco mais sobre o esporte com Daniel Sorribas, ex-treinador do argentino Guillermo Cañas, ex-número 8 do mundo.
Sanchez Casal
Para o argentino Daniel Sorribas, o grupo de brasileiros que veio para a academia Sánchez-Casal fazer o curso para professores de tênis, é muito interessado. “Esse grupo tem um bom nível de tênis e está com muita vontade de aprender. Também é sempre bom receber tenistas sul-americanos, eles enriquecem o curso com novas ideias e podem falar mais sobre como está o esporte em seu país”, comentou Sorribas, que há nove anos ministra este curso na academia.

Para o gaúcho Yuri Radomsky, que também esteve na Sánchez-Casal em 2012 como campeão, o curso está sendo muito importante para seu desenvolvimento profissional. “É muito bom poder retomar o curso aqui na Sánchez-Casal. Assim posso assimilar mais as informações e fazer novas perguntas. Com certeza vai me ajudar quando estiver jogando torneios”, falou o tenista de Porto Alegre.

Sobre o Evento – O Circuito de Tênis Escolar e Universitário, apresentado pelo Itaú por meio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte, foi lançado em 2009, com seletivas estaduais no Paraná, em São Paulo e no Rio Grande do Sul, premiando com a viagem 24 atletas. Em 2010, com a inclusão do Rio de Janeiro no calendário, o número de beneficiados com o prêmio subiu para 32, saltando para 40, na temporada passada, com a chegada do evento à Bahia. Com o término da edição 2013, 136 atletas já foram premiados.

O Circuito de Tênis Escolar e Universitário 2013 foi apresentado pelo Itaú, por meio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte, com a organização do NEO – Núcleo de Estudos em Esporte e Ortopedia. O evento também contou com o apoio das Federações de Tênis do Paraná, da Bahia, de São Paulo, do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro e do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por meio da Fundergs. As etapas da Bahia e do Rio Grande do Sul também receberam o apoio da Braskem. Acompanhe as informações pelo site (www.escolaruniversitario.com.br), twitter (twitter.com/tenis_circuito) e facebook (facebook.com/escolaruniversitario).

Felipe Fonseca explica o que as empresas buscam no tenista universitário

Felipe Fonseca jogou tênis pela Winthrop University, universidade da NCAA Divisão I na Carolina do Sul, nos Estados Unidos. Ganhou bolsa devido ao seu talento no esporte. Hoje, diretor do Daquiprafora, orienta aproximadamente 80-90 tenistas por ano, para que sigam o mesmo caminho que escolheu no passado.

Confira a entrevista que fizemos com Felipe, contando um pouco sobre seu trabalho e sobre o Daquiprafora.

Tennis View – Você tem um balanço do último ano, de quantos tenistas vocês encaminharam aos EUA para jogar tênis universitário?

Felipe Fonseca – Temos ajudado aproximadamente 80-90 tenistas por ano

TV – Qual é o principal objetivo do Daquiprafora?

FF – Proporcionar aos jovens oportunidades de desenvolvimento para serem pessoas melhores no futuro, seja no esporte, na vida profissional, ou no pessoal. Queremos que eles voltem para o Brasil preparados para os desafios do futuro.

TV – Como é feito o processo de escolha das universidades para os atletas?

FF – Buscamos a universidade ideal para cada atleta de acordo com seu perfil: nível de tênis, notas, preferências como clima e localização, além do investimento que a família planeja fazer. Não existe um colégio perfeito para todos. Cada um terá a universidade ideal de acordo com seu perfil. Nosso trabalho é identificar a mais adequada para cada tenista dentro das suas capacidades e preferências. Já temos mais de 250 atletas espalhados por diferentes faculdades.

TV – Como motivar um atleta a ir para os Estados Unidos?

FF – Mostrando como e possível conciliar tênis e escola, algo importante para o futuro deles. Acreditamos que dá sim para jogar tênis de alto nível na universidade. Competir e evoluir no esporte sem ter que abrir mão dos estudos. Acreditamos que os tenistas de 18 anos (com raríssimas exceções) não estão prontos para ir ao circuito e 3-4 anos na universidade ajuda muito.

TV – Os resultados dos atletas são sempre positivos? Existem pessoas que desistem do curso no meio do caminho?

FF – Na maioria dos casos temos resultados positivos, mas aproximadamente 3% dos atletas largam a faculdade antes do final do 1º ano. Há casos de atletas que não se adaptam ao estilo de vida americano, as exigências (acadêmicas e esportivas), as regras… Alguns voltam por causa das namoradas que ficaram no Brasil, outros sentem falta das mordomias que tinham em casa. Mas de modo geral a maioria se adapta bem e sabe que esta oportunidade fará diferença no futuro profissional.

TV – Os atletas que se formam costumam arrumar emprego com mais facilidade quando voltam ao Brasil? Poderia dar alguns exemplos bem sucedidos?

FF – As empresas gostam muito de jovens que se formaram fora do Brasil, pois eles desenvolvem muitas habilidades importantes: maturidade, capacidade de adaptação, flexibilidade, iniciativa, saber se virar sozinho e independência. Fora o inglês fluente. Num mundo globalizado como o de hoje, estas competências são muito importantes e as grandes empresas sabem que quem se formou fora tem muitas delas. Temos muitos atletas já formados trabalhando em multinacionais, hoje em dia, como Itaú, Ambev, Santander, American Express, Ernst & Young, Citibank, Nike, GE, Bradesco e muitas outras.

Diego Boscolo

 

 

 

 

Ivan Cressoni é exemplo de tenista que se aproveitou do talento para chegar à universidade americana

Natural de Araras, interior paulista, Ivan Eduardo Cressoni teve o tênis em sua vida desde muito cedo: aos cinco anos de idade já praticava o esporte. Aos 16 anos, com incentivo do seu irmão, começou a jogar torneios e a partir daí, sua vida tomou um novo rumo.

“Eu comecei a jogar algumas competições de nível Future, mas não consegui os resultados esperados. Então passei a pensar na possibilidade de fazer algum curso em alguma universidade dos Estados Unidos”, explicou Ivan, mostrando que a oportunidade de conseguir uma bolsa, na época, já era recorrente, mas a dúvida sobre a mudança persistia. “Eu já havia recebido alguns convites de bolsas de 100% e mesmo achando boa ideia, não imaginava como seria a experiência”.

A escolha de mudar para os Estados Unidos para estudar não deixou arrependimentos no paulista. Muito pelo contrário. “Se eu soubesse o que era o esporte universitário, já teria ido muito antes”, comentou. A universidade de sua escolha foi a University of South Carolina. Lá, cursou administração com ênfase em economia e finanças. “A estrutura era muito boa, tanto na parte acadêmica, tanto na parte esportiva”.

Já na Carolina do Sul, Ivan sentiu dificuldades no início, pois não tinha muito conhecimento da língua. “Foi muito difícil no começo. Eu falava muito pouco inglês, então tudo ficava mais complicado na adaptação. Treinar, jogar, viajar, tudo acontecia de uma vez só. Fora isso, a comida também era muito diferente do que eu estava acostumado”, analisou.

Apesar disso, tudo deu certo para ararense, que embarcou para a universidade graças a ajuda do Daquiprafora. “O pessoal do Daquiprafora foi de extrema importância no processo de regulamentação de documentos, contato com o técnico, acesso à Bolsa Lemann. Decidi ir para os Estados Unidos em julho de 2006 e em janeiro de 2007 eles fizeram de tudo para que eu já estivesse por lá”, elogiou o ex-tenista, que conseguiu 100% de bolsa para os estudos.

Hoje, aos 26 anos e já formado, Ivan se diz satisfeito com sua carreira profissional e diz ainda continuar a praticar tênis nas horas vagas. “Atualmente trabalho em um lugar – Asset Management – com grandes profissionais, onde tenho a oportunidade de aprender muito. Entendo que só estou aqui devido ao tênis e sou grato a isso. Não esqueci do esporte ainda. Nos fins de semanas costumo bater uma bolinha para descontrair”.

“Quando fui para os Estados Unidos meu principal objetivo era voltar formado de lá. Isso eu consegui. Hoje tenho outras metas em minha vida, na qual luto diariamente para atingi-las, e como aprendi na universidade, tenho certeza de que vou alcança-las na hora certa”, finalizou.

University of South Carolina – www.sc.edu

A University of South Carolina é uma universidade pública, localizada em Columbia, no estado da Carolina do Sul. Foi fundada em 1805 e hoje em dia atende aproximadamente 40 mil estudantes. Oferece programas acadêmicos como artes, ciência, engenharia, direito, medicina, música, entre outros.

Diego Boscolo

Categoria universitária do Circuito de Tênis Escolar e Universitário encerra etapa carioca com surpresa

Nesta terça, chegou ao fim a etapa carioca do Circuito de Tênis Escolar e Universitário, apresentado pelo Itaú por meio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte, após um dia de jogos bastante disputados na categoria universitária. No masculino, Felipe Frias (Estácio de Sá) superou o favorito e campeão de 2012 Rodrigo Matias (UFF), com placar 6/1 6/2.

“Essa foi a primeira vez que eu participei do torneio e já tive sorte! Achei um evento muito organizado e com uma estrutura de campeonatos profissionais. Precisamos de mais eventos desse nível no Rio”, afirmou o atual campeão. “O prêmio de ir pra Espanha estudar e treinar tênis em uma das melhores academias do mundo é imperdível. Ter a oportunidade de vivenciar novas experiências, formas diferentes de jogar tênis e ainda conhecer uma nova cultura é algo que vou levar para a vida inteira”, finalizou Frias, que ainda irá para os Estados Unidos em agosto para estudar na faculdade de Lousville, em Kentucky, onde ganhou bolsa de estudos para fazer parte da equipe de tênis da instituição.

No feminino, Juliana Gonçalves (Estácio de Sá) confirmou o favoritismo e levou o trofeu de campeã após vencer a adversária Luana Guelero (Estácio de Sá) por 6/1 6/0. Ela ganhou, pelo terceiro ano, a oportunidade de ir até Barcelona para estudar e treinar tênis na Academia Sanchez-Casal, dos ídolos espanhóis, Emílio Sánchez e Sérgio Casal, que conquistaram juntos a medalha de prata nas Olimpíadas de Seul.

“Vou aproveitar que é minha terceira vez na Academia Sanchez-Casal para ver outros aspectos que a gente não consegue assimilar da primeira vez. É uma excelente oportunidade poder treinar com pessoas diferentes e conhecer outros tipos de jogos”, afirmou a campeã. Juliana também irá no segundo semestre para os Estados Unidos, mas ao contrário de Frias, ela estudará inglês para depois fazer a prova para entrar na faculdade.

Fotos: Ricardo Ramos

Fundação Lemann e Daquiprafora começam projeto para acompanhar aluno-atleta no exterior

A Fundação Lemann, reconhecida por auxiliar tenistas, entre outros, a irem para os Estados Unidos jogar o circuito universitário em várias modalidades esportivas, está elaborando mais um projeto com o Daquiprafora, empresa responsável pela orientação de jovens, a obtenção das bolsas nas universidades e administração do processo de documentação dos atletas selecionados.

O Programa de Mentores tem o objetivo de acompanhar melhor o aluno-atleta depois que ele sai do Brasil.

“A ideia é, primeiro, deixar claro, tanto para os pais como para os próprios atletas, o tamanho da oportunidade oferecida pela Fundação Lemann. Depois, começar a prepará-los para encarar o que vão encontrar por lá, além de ajudá-los a controlar a ansiedade pré-embarque. Depois do embarque dos atletas, ainda manteremos contato para auxiliá-los nas dificuldades e no melhor aproveitamento da experiência”, explica Carolina Melo, ex-bolsista e que atualmente trabalha na Fundação Lemann. Nesta entrevista, ela fornece mais detalhes sobre o surgimento da ideia e como será o desenvolvimento da mesma para que o jovem viva uma melhor experiência durante seu período no exterior.

Quando e como que surgiu a ideia do programa?

A sensação que temos é que a ideia de mentorar os novos atletas sempre existiu. O Felipe Fonseca (Daquiprafora) colocou em contato alguns de nós, que vivenciamos o tênis universitário e que temos o desejo de contribuir com a nova geração de atletas bolsistas da Fundação Lemann, e a idéia se fortaleceu naturalmente. Um de nós, o Renato Varella, já havia tentado desenvolver esta ideia com dois atletas e pode trazer uma perspectiva mais prática para o time. Na realidade, acredito que, informalmente, todos nós já fomos mentorados e também atuamos como mentores. Gostaríamos, então, de formalizar a ideia em um projeto para que nenhum atleta deixe de ter o suporte necessário para fazer da experiência do esporte universitário a melhor possível.

Vocês já tem ideia desse perfil dos mentorados?

Os mentorados são muito talentosos no esporte que praticam, com grande potencial de desenvolvimento e com valores consistentes com o Projeto Bolsas Lemann. Muitos não têm um respaldo financeiro de suas famílias.

Como é feita essa preparação?

Pretendemos conversar com o mentorado antes de ele embarcar para seu primeiro semestre na universidade e ganhar a confiança dele para que fique à vontade para tirar suas dúvidas, reduzindo, assim, seu nível de ansiedade. Estamos preparando um guia básico de situações que o atleta vai encontrar lá, como abrir uma conta no banco, lavar roupas nos dormitórios da universidade e se registrar para aulas, para que ele leve consigo na viagem. Esperamos que o mentorado sinta-se à vontade o suficiente para nos contatar sempre que achar necessário durante todo o tempo que estiver no exterior. Mais tarde, surgirão dúvidas como: voltar ou não ao Brasil, mercado de trabalho, etc. Esperamos contribuir nestas questões também.

Qual sua função específica no programa?

Além de desenvolver o projeto com os demais membros do time, serei uma mentora em ação.

Qual objetivo principal do programa?

O objetivo principal do programa é dar suporte aos novos atletas para que enfrentem as dificuldades do esporte universitário nos Estados Unidos com mais tranqüilidade e atuem com bastante foco no objetivo final. Como podem imaginar, morar sozinho, viver uma cultura diferente, em um país diferente, com uma língua diferente, e ainda com grandes responsabilidades, não é uma tarefa fácil para um jovem de 18 anos. Como nós também vivemos tudo isso, acreditamos que podemos contribuir para que os novos atletas sejam melhores do que fomos.