Semifinalista do Australian Open, Danielle Collins foi uma jogadora de sucesso no circuito universitário

Até o Australian Open deste ano, Danielle Collins não havia vencido um único jogo de Grand Slam em toda sua carreira. Em Melbourne, já está na semifinal, joga na madrugada de quinta-feira contra Petra Kvitova, mas as bases do seu bom tênis podem ter uma origem que pouca gente conhece.

A norte-americana, atual nº 35 do mundo – seu melhor ranking da carreira – teve uma trajetória de sucesso no tênis universitário norte-americano, sabidamente um circuito forte, com muito talento e que é cada vez mais uma alternativa escolhida por bons jogadores.

Anteriormente, o tênis universitário era visto como uma escolha de jovens que, com mínimas chances de sucesso na carreira profissional, preferiam garantir uma boa formação, com um diploma de uma universidade americana, com a possibilidade de bolsa através dos programas esportivos.

Porém, essa realidade mudou. São cada vez mais comuns os exemplos de jogadores que foram à Universidade, estudaram, se formaram jogando o circuito universitário e depois de tornaram bons profissionais. Bob Bryan, John Isner e James Blake são apenas alguns desses exemplos.

No Brasil, algumas instituições ajudam nesse processo, como o Daquiprafora, umas das principais empresas no assessoramento de atletas e estudantes para universidades nos Estados Unidos, e da Fundação Lemann, reconhecida por auxiliar tenistas, entre outros, a irem para os Estados Unidos jogar o circuito universitário em várias modalidades esportivas.

Collins é mais um caso de sucesso. No início, ela até chegou a questionar o motivo de alguns treinadores descartarem a possibilidade de unir a formação acadêmica ao esporte profissional e, dessa forma, decidiu seguir fora do comum. Passou um ano na Universidade da Flórida e depois foi para a Universidade da Virgínia, que já havia a recrutado no ano anterior, e cursou estudos de mídia.

Além disso, ela não apenas jogou o circuito universitário, como se destacou, sendo considerada em 2016 a melhor jogadora universitária do país, acumulando títulos individuais da NCAA em 2012 e 2014.

Mesmo convivendo com uma lesão no punho que a obrigava a tomar remédios continuamente – até fazer uma cirurgia – ela sentia que, depois da vida universitária, poderia ir mais longe. Vencer alguns jogadorEs (sim, homens) da IMG Academy foi um belo incentivo.

Hoje, na semi de um Grand Slam, pode-se dizer que ela é sim mais uma referência a ser seguida. E a própria norte-americana, em entrevista que deu ao site da sua Universidade, resumiu bem o que significa ter optado por uma vida muito além do tênis:

“Acho que ir para a faculdade me ajudou a me desenvolver como pessoa. Eu realmente sei quem eu sou, o que eu quero, o que eu quero fazer da minha vida, o que eu quero fazer com o meu tênis. Tenho outros interesses e paixões além do tênis. Acho que posso relaxar um pouco mais do que outras pessoas, porque elas podem ter jogado tênis a vida toda e não se aventuraram  muito. Estou muito feliz com a minha decisão [de ir para a faculdade]. Acho que foi a melhor coisa para mim.”

Foto: AJ Reynolds/OnlineAthens.com