Carol Meligeni destaca prêmio da Fed Cup e projeta confronto contra eslovacas

Definitivamente, Carol Meligeni elevou seu nível nesta temporada, em quadra e com reflexos fora dela.

Em março, a brasileira de 22 anos, que atualmente treina em Buenos Aires, foi premiada com o Fed Cup Heart Award , que escolhe tenistas que demonstraram esse espírito vencedor em quadra, como foi os eu caso, quando participou de forma decisiva da campanha que levou o time brasileiro ao título do Zonal Americano do torneio entre equipes.

Falamos com ela, que demonstrou não apenas felicidade e orgulho, mas muita gratidão por todos aqueles que participaram desta conquista.

Como foi essa indicação ao prêmio da Fed Cup? O que isso representa pra você, em uma semana com jogos tão importantes?

Fiquei muito feliz quando fiquei sabendo do prêmio. Essas questões de coração, garrra, é das que mais prezo quando jogo. Acredito que seja uma característica bem forte minha. Então, se reconhecida por isso, foi muito importante. Ainda mais em uma competição como a Fed Cup, que se joga não só por você, mas pelo país. Foi incrível, eu fiquei muito, muito feliz.

E como foi quando você soube do resultado?

– Foi muito bom. Eu venci algumas jogadoras…algumas não. Três das quatro que joguei eu nunca tinha vencido antes. Ganhar delas pela primeira vez, ainda mais em uma Fed Cup pelo Brasil foi muito, muito bom. Teve um gostinho diferente, foi incrível. Jogadoras experientes, com o ranking até superior que o meu…até não! Todas com o ranking superior que o meu, não naquela semana, naquela semana, mas que já tiveram o ranking melhor. Foi bem legal.  Jogos bem duros e vitórias importantes pra mim.

Qual foi a importância de ter a Roberta Burzagli no comando da equipe?

A Beta soube comandar muito bem o time. Todos que estavam ali com a gente, mesmo que não estivessem na quadra, foram muito imprescindíveis pro nosso título. Estávamos muito unidas. A equipe inteira. Não só quem tava jogando. A Beta soube levar muito bem isso.

E a experiência de conviver com o mestre Thomaz Koch?

Foi muito show conviver com o Thomaz. Eu já conhecia, já tinha visto algumas vezes. É um exemplo incrível. É um guru. Nossa! Exemplo de tranquilidade, zen…um cara que sabe demais, então é incrível passar um tempo com ele e aprender da experiência que ele tem. Muito, muito legal mesmo!

Aproveitando, como você projeta o confronto contra a Eslováquia (o Brasil enfrenta a equipe europeia nos dias 21 e 22 de abril, fora de casa)

A Eslováquia…claro que é um confronto duro. Achei boa a escolha da superfície. Pra gente é bom o saibro. Acho que temos condições de jogar em qualquer uma, mas melhor ter sido no saibro. A equipe delas é forte. Se eu não me engano todas são top-100…eu não sei bem a escalação exatamente, mas acho que a maioria é top-100, mas na Fed Cup isso não quer dizer nada. Nossa equipe é muito unida. Estamos super bem. Estamos confiantes e tem tudo pra ser um belo confronto.

Fala também como foi acompanhar a Bia Haddad naquela grande vitória sobre a Stephens, em Acapulco?

Eu fui pra assinar. Eu estava bem fora, bem alternate…mas a Bia estava lá e foi um pouco mais fácil tomar a decisão de ir lá assinar. Ela (Bia) falou: “Vem aqui, assina e se der errado você pode ficar aí a semana toda comigo, no quarto, pode treinar comigo, treinar com todas as outras.” Então meu treinador decidiu que eu ia assinar mesmo. Fui, assinei e acabei ficando um (lugar) fora (do quali), o que foi uma pena, mas aproveitei a semana, treinei com um monte de gente. Foi incrível estar ali naquela atmosfera, naquele nível de torneio, com pessoas boas, craques. Foi uma experiência muito legal pra mim de querer pertencer a esses torneios.

Foi muito bom…conviver com a Bia…nós somos muito amigas desde sempre, jogamos juntas desde pequena, somos muito amigas no tênis, fora do tênis, em tudo. Acompanhar a Bia vencendo a Stephens foi incrível, sério! Ela merece muito. Sempre falo pra ela que ela joga um absurdo de tênis. Em breve ela pode ser top-10! Ela joga demais. Só foi mais uma vitória pra mostrar pra ela do que ela é capaz. Ela é um exemplo. Foi incrível viver aquele momento com ela, o aquecimento, o pós-jogo, todas as entrevistas que ela teve que dar (risos)…foi muito legal participar de tudo aquilo com ela.

Carol Meligeni é premiada com o Fed Cup Heart Award

O tênis feminino brasileiro volta a ficar em evidência no cenário internacional. Destaque do país na disputa do Zonal Americano da Fed Cup, Carolina Meligeni Alves foi contemplada com o Fed Cup Heart Award, premiação que contou com o voto aberto pela internet entre os dias 15 e 22 de março. Ela superou a colombiana Maria Serrano entre as indicadas no continente.

“Muito legal, primeiramente, o reconhecimento da ITF na indicação do nome da Carol. E mais legal ainda o reconhecimento do público, premiando a Carol. Pude acompanhar a Fed Cup na Colômbia, e não tenho dúvidas que a Carol representa o verdadeiro espírito de equipe e de representação à pátria. Que este prêmio a motive ainda mais no seu dia a dia, e no próximo confronto na Eslováquia”, salienta Rafael Westrupp, presidente da CBT.

Além de receber uma pulseira Thomas Sabo gravada, que será apresentada no jantar oficial do sorteio contra a Eslováquia, em abril, Carolina ganhará um cheque de US$ 1 mil para destinar a uma instituição de caridade de sua escolha.

“Fiquei muito feliz pelo reconhecimento da luta e da entrega que tive durante a competição representando o meu país. Agora, fico feliz de poder usar isso, essa força que tive, para ajudar as pessoas que mais precisam”, destaca a atleta, que quer contemplar o Centro Infantil Boldrini, um hospital filantrópico especializado em oncologia e hematologia pediátrica de Campinas, considerado um centro de referência mundial no tratamento de câncer infantil e doenças do sangue.

Carol não é a primeira brasileira a ser reconhecida pelo prêmio que é destinado às tenistas que representam seus países com distinção, mostram coragem excepcional em quadra e demonstram elevado comprometimento com suas equipes durante a Fed Cup. Em 2010, Maria Fernanda Alves recebeu a honraria, que também foi destinada a Paula Gonçalves (2013) e Teliana Pereira (2014). Em 2018, Bia Haddad Maia também foi indicada ao prêmio.

A boa atuação de Meligeni durante o zonal americano da competição ajudou a equipe a avançar de fase no torneio. Nos dias 20 e ‪21 de abril, o Time Brasil enfrenta a Eslováquia, na casa das adversárias. Em caso de vitória, o Brasil conquistará a vaga para disputar o Grupo Mundial II da Fed Cup em 2020.

Foto: Sergio Llamera/ITF