Especial Guga97 – Derrotando o Kafelnikov e eu embarcando

Guga já havia vencido um campeão de Grand Slam, Thomas Muster, na 3a. rodada. Vencera o Medeved, em 2 dias de jogo, na véspera. Entrava em quadra para enfrentar o russo Yevgeny Kafelnikov, então campeão de Roland Garros e número três do mundo.

Àquela altura, tudo podia acontecer. E aconteceu. Guga venceu um jogo de sets, virando a partida que estava 2 sets a 1 para o russo. Do 4a. set em diante, Kafelnikov ficou desnorteado.

O russo que era a grande estela da Diadora e usava uma roupa praticamente similar, da mesma linha do Guga – aliás o Guga era mais um na lista de patrocinados da marca italiana a vestir aquela roupa listrada azul e amarela – saiu de quadra de cabeça baixa e assim seria nos outros 2 títulos do brasileiro em Paris.

Vitória sobre o Kafelnikov. Guga na semifinal e eu embarcando para Paris.

Desde a vitória sobre Thomas Muster, a situação já estava difícil de gerir à distância. Sem what’s app, internet nos primórdios da revolução, o único modo de falar com o Guga e o Larri era o telefone do Hotel Mont Blanc.

Logo após o jogo com o Kafelnikov o Larri me ligou e embarquei para Paris na mesma noite. Hoje, 20 anos atrás.
Curiosamente volto a Paris, a Roland Garros, neste exato dia. Escrevo esse texto da sala de imprensa, onde tantas horas já passei.

A primeira coisa que fiz ao chegar aqui 20 anos atrás foi sentar em uma sala de imprensa e contar para os jornalistas estrangeiros quem era o Guga, o que era Florianópolis, quem era o Jacaré. Assim começava também a minha história com Roland Garros. É a 18a. vez que venho ao torneio e a mesa, apesar de não ser mais a número 1, ainda é minha, assim como o lugar reservado na quadra Philippe Chatrier.

Merci Roland Garros.

Diana Gabanyi