Bellucci vence o 1o. jogo e partida de Feijão é adiada. Amanhã tem duplas na Davis.

O Time Correios Brasil venceu o primeiro ponto do confronto contra a Croácia, válido pelo Playoff do Grupo Mundial da Copa Davis por BNP Paribas, realizado no Costão do Santinho Resort, em Florianópolis. O paulista Thomaz Bellucci derrotou Mate Delic por 3 sets a 1, com parciais de 6/1 6/4 3/6 6/4 em 2h33 de partida.Bellucci vence o 1o. jogo na Davis

 

“Estava difícil de jogar um bom tênis hoje. Estava ventando bastante e isso dificulta muito. Fiz o possível para deixar a bola mais em quadra, cometer a quantidade mínima de erros, acabei errando um pouco mais no 3º set, mas não achei que o jogo ficou fora do controle. Sabia que teria minha chance e foi isso que aconteceu. O jogo afunilou, ele não conseguiu lidar com a pressão e eu aproveitei”, analisou Bellucci.

“Acho que o aspecto mental (foi o mais importante no jogo). Na quadra, o vento estava constante. Mesmo com tantas dificuldades no 3º e 4º set, consegui ficar firme na partida. Vamos ver se consigo jogar melhor no domingo. Mas, se estiver nessas condições, vou ter que jogar mais seguro, não ir para as bolas que gosto”, acrescentou.

Logo no início do quarto set, Gustavo Kuerten, ex-número 1 do ranking e tricampeão de Roland Garros, chegou à arena que leva seu nome e, segundo Bellucci, trouxe sorte à equipe brasileira.

“Trouxe sorte para a gente. A presença dele é muito importante para a gente, com a experiência. Só de estar aqui, já significa muito, ainda bem que ele me deu torce. É uma grande honra ter ele do lado da quadra, prestigiando a equipe”, finalizou o atual número 1 do Brasil.

O segundo jogo do confronto entre Time Correios Brasil e Croácia, válido pelo Playoff do Grupo Mundial da Copa Davis por BNP Paribas, foi suspenso por conta da forte chuva, no Costão do Santinho Resort, quando o croata Borna Coric vencia o brasileiro João “Feijão” Souza por 6/4 7/6(5) 4/1.

Quando Feijão sacava em 40-30, o ambiente na Arena Guga Kuerten ficou escuro devido às nuvens carregadas. O árbitro Poncho Ayala chegou a interromper o jogo, mas decidiu retomar a partida em alguns minutos, o que não pôde ocorrer, já que antes mesmo do toss no saque do brasileiro, uma forte chuva causou a suspensão definitiva do duelo.

O segundo jogo de simples do confronto será retomado neste sábado, às 10h, e, em seguida, acontece o jogo de duplas com os mineiros Marcelo Melo e Bruno Soares contra os croatas Ivan Dodig e Franko Skugar.

Na primeira partida do dia, o paulista Thomaz Bellucci manteve a consistência para vencer Mate Delic por 3 sets a 1, com parciais de 6/1 6/4 3/6 6/4, em 2h33, e garantir o primeiro ponto brasileiro no confronto.

Copa Davis: lembranças dos grandes confrontos em Lérida e Porto Alegre

O Brasil enfrentará a Espanha de sexta a domingo, em busca de uma vaga no Grupo Mundial da Copa Davis, em São Paulo, em um confronto bem diferente das duas últimas vezes em que as nações se desafiaram.

Vi in loco, o Brasil perder da Espanha, em Porto Alegre, em 1998 e vencer os donos da casa, em Lérida, em 1999.

103507A pequena cidade de Lérida recebeu o confronto de primeira rodada, em um Clube local, pequeno, mas com muito ambiente de tênis. Guga, Meligeni, Oncins e Marcio Carlsson integravam o time brasileiro do capitão Ricardo Acioly. A Espanha, jogando em casa, foi com força máxima, Moya, Corretja, Costa e Mantilla.

O confronto tinha os dois últimos campeões de Roland Garros – Guga em 1997 e Moyá em 1998, além do vice de 98, Corretja. Muitas estrelas do esporte reunidas em uma pequena cidade.

Moyá era o número dois do mundo – havia se tornado o 1º semanas antes; Corretja, o 6º; Guga ainda era o 18º na ATP e Meligeni, o 59º. Ou seja, o favoritismo era total da Espanha.

Mas, Guga estava em momento inspirado. Viria a ganhar os Masters 1000 de Monte Carlo e Roma depois. Não deu chances aos adversários. Venceu Corretja no 1º dia por 6/3 6/4 7/5 (Meligeni havia perdido para o Moyá 6/2 6/7 6/0 6/4), ganhou nas duplas com Oncins por de Corretja e Costa, em um jogo que lembro ter demorado horas, por 6/2 5/7 4/6 6/4 6/3 e no 1º jogo de domingo, arrasou o amigo Moyá por 6/2 6/4 6/1 e garantiu a vitória do Brasil, for a de casa, diante de uma das nações mais poderosas do tênis.

 

O confronto no ano anterior também era válido pela primeira rodada do Grupo Mundial. O capitão ainda era o Paulo Cleto e o Brasil vivia a euforia da primeira vitória do Guga em Roland Garros. O Parque Moinho dos Ventos estava lotado para ver o novo ídolo brasileiro em ação. Moya e Corretja ainda não haviam disputado a final de Roland Garros, mas ambos estavam entre os top 20. Moyá era o 17º e Corretja o 7º. Guga na época era o 10º na ATP e Meligeni o 67º.

Fazia muito calor na capital gaúcha e o público insultava os espanhóis. Mas nada disso adiantou. Guga começou vencendo Moyá por 5/7 1/6 6/4 6/4 6/4 e Meligeni perdeu um jogo duríssimo contra Corretja por 4/6 6/4 3/6 6/4 6/4. Nas duplas, com o público pegando no pé de Javier Sanchez e Corretja, Guga e Oncins ganharam por 6/1 7/5 3/6 6/2. Mas, no último dia, Corretja empatou o confronto, derrotando Guga por 6/3 7/5 4/6 6/4 e Moyá acabou ganhando Meligeni por 7/6 6/2 6/2.

O duelo deste fim de semana em São Paulo talvez tenha o drama de um confronto de Davis, mas faltam personagens que na época fizeram o evento se tornar gigante. Jornais davam páginas e páginas de sua cobertura para a Copa Davis, mandavam correspondentes para os confrontos e a semana era uma loucura com tanto jogador top envolvido.

A  Espanha tem de estrela apenas o seu capitão, Moyá. Nadal, Ferrer, Robredo, Verdasco e Feliciano Lopez não vieram ao Brasil e nós, há tempos, não temos um jogador top. Dependemos das duplas para ganhar torneios, mas só com Bruno Soares e Marcelo Melo não dá para movimentar uma nação.

A oportunidade para o Brasil do líder Thomaz Bellucci e do segundo jogador de simples, Rogerinho Dutra Silva é boa contra uma Espanha desfalcada que joga com Roberto Bautista Agut, Pablo Andujar, David Marrero e Marc Lopez. É saber aproveitar e lembrar com saudosismo dos últimos confrontos que foram históricos.

Diana Gabanyi