Aos 32 e com 5 Grand Slams, Sharapova diz adeus às quadras

A russa Maria Sharapova anunciou nesta quarta-feira de cinzas a sua aposentadoria do circuito profissional.
Os sinais já eram evidentes de que estava difícil ela se recuperar e voltar a jogar o tênis que a levou a conquistar 5 títulos de Grand Slam.
Depois de ter sido pega no doping com Meldonium, em 2016 e ter ficado afastada do circuito por 15 meses, ela nunca mais foi a mesma.
Apesar de ter afirmado que foram as lesões que a tiraram do circuito, especialmente o ombro em que sofreu duas cirurgias, Sharapova nunca mais foi mesma depois do afastamento pelo doping. “Eu já vinha lesionada,” afirmou ela ao NY Times.

Acompanhei a história de Sharapova de perto. Quando ela surgiu no circuito, o Guga estava no auge. Li seu livro, acompanhei bem as suas últimas conquistas de Grand Slam quando ela trabalhava com um fisioterapeuta que chegou a tratar o Guga em uma época e vi, agora mais de longe, o seu fim.

Para mim, o que sempre me chamou mais a atenção da russa foi como ela e o pai, Yuri chegaram aos Estados Unidos, sem falar a língua, praticamente sem recursos, do outro lado do mundo, tendo passado por Chernobyl e se assentado na Sibéria, com um grande objetivo. E Sharapova e o pai Yuri chegaram a esse objetivo. Perseveraram, passaram dificuldades na Flórida, e chegaram ao topo do ranking mundial, não só na quadra, mas nos negócios.

Determinação sempre foi o lema da russa. Fosse na quadra treinando, jogando ou fechando um negócio, especialmente os de doces como Sugarpova.
Segundo ela foi essa determinação que a fez adiar tanto tempo o adeus das quadras.

Ela encerrou a carreira nos termos dela. Como ela quis, sem tour de despedida, fazendo como queria, sem se importar com o que os outros iam pensar.
Abaixo segue um relato da última conquista dela de Grand Slam

Maria Sharapova já completou o Grand Slam, já foi número um do mundo e continua sendo a atleta mais bem paga do mundo.

No ano passado ela conquistou o seu segundo título em Paris, surpreendendo a todos. Ninguém imaginava que a russa que conquistou Wimbledon aos 17 anos teria no saibro francês o seu único trofeu de Grand Slam repetido.
Vamos relembrar como foi a campanha de Sharapova em Roland Garros no ano passado?


Sharapova Roland Garros 2014

A primeira rodada foi contra a compatriota Ksenia Pervak. Vitória fácil por 6/1 6/2.

Na segunda fase ela teve que passar pela búlgara, com ocasionais bons resultados, Tsevetana Pironkova. A russa teve um pouco de trabalho no primeiro set mas venceu por 7/5 6/2.

O jogo mais tranquilo de Sharapova na quinzena em Paris foi a terceira rodada. Ela não deixou a argentina Paula Ormaechea fazer um game se quer. Bicicleta – 6/0 6/0.

Veio a segunda semana e os desafios da russa aumentaram.

Contra Samantha Stosur, nas oitavas-de-final, Sharapova perdeu o primeiro set mas se recuperou no jogo. Venceu por 3/6 6/4 6/0.

Nas quartas-de-final contra a espanhola Garbine Muguruza, que havia eliminado Serena Williams, Sharapova quase viu a adversária aprontar mais uma em Paris. Ela teve que virar o jogo depois de perder o primeiro set e acabou ganhando por 1/6 7/5 6/1.

Um jogo antes da final, Sharapova se deparou com a sensação do circuito, a canadense Eugenie Bouchard. Assim como nas duas partidas anteriores, a russa saiu perdendo o primeiro set,mas conseguiu reagir a tempo para selar a vitória por 4/6 7/5 6/2.

Sharapova Roland garros 2014

Na final, diante da novata Simona Halep, que jogava sua primeira decisão de Grand Slam, Sharapova também precisou de três dificílimos sets para conquistar o Trophee Suzanne Lenglen: 6/4 6/7 6/4 e ela se coroava bicampeã de Roland Garros.

Diana Gabanyi