Serena Williams se garante como nº 1 do mundo até o final da temporada

Serena Sony peqA norte-americana Serena Williams se garantiu como número 1 do ranking da WTA até o fim da temporada, repetindo os feitos de 2002 e 2009. Com isso, ela se torna a sétima jogadora da WTA a terminar o ano como nº 1 três ou mais vezes, juntando-se a  Steffi Graf (8), Martina Navratilova (7) , Chris Evert (5) , Lindsay Davenport (4) , Justine Henin (3) e Martina Hingis (3).

Ela já ocupou o topo do ranking em 6 oportunidades e desde fevereiro deste ano ocupa este lugar, quando se tornou a jogadora mais velha a se tornar nº 1 desde 1975.

“Serena tem provado ao longo da sua carreira que ela é uma campeã incrível, dentro e fora de quadra. Nesta temporada, ela continua a reescrever o livro dos recordes, provando que é uma das maiores atletas de todos os tempos”, disse Stacey Allaster, presidente e CEO da WTA.

Sua grande temporada inclui os títulos de Brisbane, Sony Open Tennis (seu sexto título em Miami) , Family Circle Cup (Charleston) , Mutua Madrid Open, Internazionali BNL d’ Italia (Roma) , Collector Swedish Open (Bastad) , Rogers Cup (Toront) , Roland Garros e Aberto dos EUA(seu 16º e 17º título de Grand Slam individual respectivamente). Com 55 títulos na carreira, ela agora está empatada em sétimo lugar com Lindsay Davenport e Virginia Wade, na lista das maiores campeãs de todos os tempos.

Além disso, seu prêmio de US$ 3,6 milhões depois do US Open foi o maior da história do tênis e fez dela a primeira mulher a ultrapassar os US$ 9 milhões em uma única temporada.

Guerra dos Sexos de Billie Jean King também comemora 40 anos e vira filme

O maior jogo de tênis da história comemora em 2013, 40 anos, assim como a instituição do ranking da ATP e a fundação da WTA. Principal articuladora para instituir a Women’s Tennis Association, Billie Jean King foi e ainda é a atriz principal do esporte feminino mundo afora. Personagem de vários documentários, King agora está nos cinemas com a “Guerra dos Sexos.”battle of the sexes movie

Disputada no dia 20 de setembro de 1973, no Houston Astrodome, contra Bobby Rigs, a “Guerra dos Sexos,”entrou para a história não só como o maior jogo de todos os tempos, com 31.000 pessoas na plateia e uma audiência na TV de 100 milhões, mas como uma partida que mudou para sempre o papel da mulher no esporte e além. Billie Jean King venceu a disputa com Riggs por 3 sets a 0, em um jogo que foi altamente divulgado e comentado mundo afora. Imagina na época, nos anos 1970, nos Estados Unidos, no auge da luta pela liberdade feminina, uma mulher desafiar um homem?
Foi notícia em todos os meios de comunicação possíveis, muito além do tênis. Eles apareciam nos mais diversos programas de televisão fazendo o “preview”do jogo, com Riggs dizendo que mulheres deveriam ficar em casa e que King não tinha chance alguma.  Meses antes ele havia derrota Margareth Court por 6/2 6/1.

Desde que comecei a acompanhar tênis ouço falar da “Battle of The Sexes.” Li sobre o assunto, especialmente no livro de Billie Jean King, “Pressure is a Privilege,”em que ela conta os detalhes da preparação para a partida.

Acabei de ler também o livro de Jimmy Connors, “The Outsider,”em que ele também conta passagens da “Battle of The Sexes,”até porque depois enfrentou Martina Navratilova e ganhou. Mas não foi fácil.

O que eu nunca havia visto eram imagens em vídeo desta noite no Houston Astrodome.

Billie Jean King battle of the sexes

Hoje a gente vê um espetáculo como o BNP Paribas Showdown, no Madison Square Garden, ou o Nadal e o Federer jogando em uma quadra metade de grama, metade de saibro e acho que é o maior espetáculo de tênis da Terra. Engano.

Nunca vi nada tão faraônico como aquele jogo em 1973. King entrou em quadra carregada por homens em um trono de realeza e Riggs, rodeado por mulheres.  Os Estados Unidos pararam para ver aquele jogo. Talvez seja algo que nunca mais a gente vá ver no nosso esporte.

A final de Roland Garros teve audiência mundial de 60 milhões na TV e estamos na era completamente digital.

Nos últimos dias Billie Jean deu inúmeras entrevistas falando da Batalha e da fundação da WTA que completou 40 anos no dia 20. E o que ela mais enfatizou foi que ëu estava muito certa de que era sobre uma mudança social, não era sobre o hype e nem por causa do dinheiro” O campeão ganhou U$ 100 mil – valor impensável na época.

De lá para cá, Billie Jean King se tornou a maior voz do esporte feminino mundial. Fundou também a “Women’s Sports Foundation,”ganhou a medalha da liberdade do Presidente Barack Obama, em 2009, e continua a advogar pelas mulheres mundo afora.

Serena Williams, Maria Sharapova, Caroline Wozniacki e muitas outras tenistas participam do filme. E como diz Billie Jean, “elas estão vivendo o nosso sonho.”

A premiere foi nesta semana em Londres, coincidindo, claro com a disputa de Wimbledon. Já entrei em contato como pessoal do filme para ver se há chance dele chegar por aqui.

Billie Jean King women's rightsEnquanto isso pode ser que a gente veja antes uma outra Guerra dos Sexos. Andy Murray, talvez empolgado com o buzz que está na Inglaterra com o filme, desafiou Serena Williams para uma partida em Las Vegas. A americana, apesar de ter dito hoje que “acha que não ganharia um ponto, mas que seria divertido.”

Mais do que divertido, levantaria novamente a questão da igualdade entre homens e mulheres, não apenas nas quadras.

Como disse Billie Jean, hoje com 69 anos, isso me motivou muito naquela época.

Ëra o que mais me motivava. Eu pensava nisso todos os dias. Mas apesar de termos avançado muito, ainda precisamos de muito mais mulheres em posições de liderança.”

Para quem não é super fã de tênis, o diretor James Erskine afirma que não é um filme tenístico e sim um filme sobre a “luta dos direitos das mulheres por igualdade com os homens e como isso aconteceu em uma quadra de tênis.

Diana Gabanyi

Fotos – divulgação The Battle of the Sexes