Especial Olímpico: A história do Brasil nos Jogos – Meligeni, o Melhor Brasileiro

Enquanto o Brasil está na contagem regressiva para receber os Jogos Olímpicos pela primeira vez, daqui a pouquíssimos dias, no Rio, a Tennis View prepara para você uma série de matérias especiais sobre o nosso esporte nos Jogos. A primeira delas relata a história do tênis e a história dos tenistas brasileiros nos Jogos Olímpicos.

O tênis marcou presença nos Jogos Olímpicos já na primeira edição, permanecendo na programação do evento até 1924, como competição amadora. Na sequência, a modalidade foi incluída como exibição em duas ocasiões: em 1968, na Cidade do México, e 1984, em Los Angeles. No ano de 1988, em Seul, o tênis voltou definitivamente a fazer parte do evento, daí em diante, sempre com a presença de tenistas brasileiros, porém, sem a conquista de medalhas.

Meligeni, o melhor brasileiro em uma olimpíada

O brasileiro com melhor desempenho na história dos Jogos Olímpicos foi Fernando Meligeni, que ficou com a quarta colocação na disputa de Atlanta, após perder na semifinal para o espanhol Sergi Bruguera e na disputa pelo bronze para o indiano Leander Paes. Outros 15 tenistas do nosso País também marcaram seus nomes no evento: André Sá, Andréa Vieira, Cláudia Chabalgoity, Flávio Saretta, Gisele Miró, Gustavo Kuerten, Jaime Oncins, Joana Cortez, Luiz Mattar, Marcelo Melo, Miriam D’Agostini, Marcos Daniel, Ricardo Acioly, Thomaz Bellucci e Vanessa Menga.

 

Campanha dos Brasileiros

 

2012 – LONDRES

  • Melo e Soares alcançaram as quartas-de-final de duplas, perdendo para Tsonga e Llodra
  • Sá e Bellucci perderam para os irmãos Bryan na estreia
  • Bellucci caiu na primeira rodada para Tsonga

 

2008 – Pequim

  • Bellucci e Daniel perderam na estreia de simples, respectivamente para e Benneteau
  • Melo e Sá vencem Berdych e Stepanek e perdem para Bhuphati e Paes

 

2004 – Atenas

  • Guga perdeu na estreia de simples para Massu, que se tornaria campeão do evento
  • Saretta perdeu na estreia para Roddick
  • Sá, ao lado de Saretta venceram Nadal e Moyá na estreia, perdendo em seguida para Black e Ullyett

Guga alcançou as quartas em Sidney

 

2000 – Sidney

  • Guga vence Pognon, Schuettler e Ljubicic, parando a um jogo da disputa de medalha diante diante de Kafelnikov, que mais tarde conquistaria o ouro
  • Cortez e Menga vencem chinesas N.Li e T.Li na estreia mas perdem para Marosi e Mandula na segunda rodada.
  • Guga e Oncins caíram na estreia de duplas diante dos campeões canadenses Nestor e Laureau

 

1996 – Atlanta

  • Meligeni vence Pescosolido, A. Costa, Philippoussis, Olhovskiy, perde para Bruguera na semi e disputa medalha de bronze com Paes, que acaba subindo ao pódio
  • D’Agostini e Menga perderam na estreia de duplas para Zvereva e Barabanschikova

Oncins fez história em Barcelona

1992 – Barcelona

  • Oncins vence Muskatirovic, Chang, Koevermans e para nas quartas diante de Cherkasov foi quadrifinalista em simples
  • Vieira e Chabalgoity vencem suecas na estreia e perdem para McQuillan e Provis, da Australia na segunda fase
  • Mattar caiu na primeira rodada de simples, para Haarhuis, e de duplas, ao lado de Oncins, para Sanchez e Casal

 

1988 – Seul

  • Acioly e Mattar chegaram à segunda rodada da chave de duplas, parando diante dos franceses Forget e Leconte
  • Miró venceu vence canadense Kelesi na 1ª rodada e para na sequência diante de Maleeva
  • Mattar caiu na primeira rodada de simples para Masur

Texto de Fabiana de Oliveira

 

Reis e Rainhas nas quadras de tênis da Cidade Maravilhosa

No dia 6 de agosto, começa a competição de Tênis na Rio 2016. Diferentemente das edições de 2008 e 2012, o torneio olímpico do Rio não contará pontos para os rankings de simples e duplas da WTA e ATP. Mesmo assim, os grandes reis e rainhas do tênis mundial estarão na cidade maravilhosa, buscando uma medalha pra lá de especial. Cinco chaves serão disputadas: simples masculina, simples feminina, duplas masculinas, duplas femininas e duplas mistas.

  1. Na simples masculina, os favoritos são “três dos quatro grandes”, já que Federer desistiu, por contusão: Djoko,   Murray e Nadal. Murray tentará o bi e confirmar a ótima fase mostrada em Wimbledon, pondo fim ao “reinado dentro do reinado” de Djokovic. Nadal, se o punho permitir, buscará repetir a dourada que ganhou em Pequim, 2008, enquanto Djoko estará atrás de seu primeiro título olímpico e sua segunda medalha, já que foi bronze em terras mandarins em 2008. O Brasil terá nessa chave Thomaz Bellucci e Rogerio Dutra e Silva, o Rogerinho, e os tenistas paulistas tentarão repetir o feito de Meligeni em Atlanta 1996 e chegar à semifinal olímpica, disputando, então, uma medalha inédita para o tênis brasileiro.

Murray, ouro olímpico em Londres

  1. A chave de simples feminina tem, obviamente, uma favorita: Serena Williams vai em busca do tri olímpico em simples ( venceu em 2008 e 2012) e do tetra em duplas femininas, junto com a irmã, Venus. Campeã de simples em 2000, em Sidney, Venus é uma das poucas tenistas que pode roubar o ouro da hermana, pois vem em boa fase, após alcançar a semi de Wimbledon nas simples e faturar as duplas ( já se preparando com Serena para a Rio 2016). Outras candidatas ao título em simples seriam a espanhola Garbine Muguruza e a alemã Angelique Kerber ( finalista em Wimbledon). O Brasil terá a pernambucana Teliana Pereira na chave de simples, que cresce muito quando jogam em casa, espera surpreender e vender caro cada ponto que disputar nas quadras rápidas do Centro Olímpico de Tênis. Nas duplas femininas, além do favoritismo das Williams sisters, temos como principais aspirantes ao ouro a forte dupla de Taiwan, Chan Yung-Jan e Chan Hao-Ching, as francesas Caroline Garcia e Kristina Mladenovic, as tchecas Andrea Hlavackova e Lucie Hradecka e a principal dupla feminina espanhola, Garbiñe Muguruza e Carla Suarez Navarro. As representantes brasileiras nas duplas femininas serão a paulista Paula Gonçalves e Teliana Pereira.

Serena e Venus ouro nas duplas em Londres

  1. Nas duplas masculinas temos a principal esperança de medalha do tênis brasileiro. Os mineiros Bruno Soares e Marcelo Melo formam uma dupla fortíssima e candidata, sim, ao ouro. Terão como principais adversarios os campeões de Wimbledon e atual dupla número 1 do mundo, formada pelos franceses Pierre-Hugues Herbert e Nicolás Mahut e os irmãos Bryan, campeões em Londres 2012. Não podemos esquecer  da armada espanhola, com destaque para a dupla Nadal e Marc Lopez, e da dupla colombiana, formada por Juan Sebastian Cabal e Robert Farah. Teremos ainda mais uma dupla no masculino formado por “laços de sangue”: a esquadra britânica Andy e Jamie Murray, o parceiro de Bruno Soares no circuito em 2016. Vale lembrar que, além de Melo e Soares, o Brasil será também representado pelo excelente duplista mineiro André Sá, em parceria com o filho ilustre de Tietê, Thomaz Belluci.

Irmãos Bryan, ouro em 2012

  1. A competição de duplas mistas foi reintroduzida no calendário olímpico somente em Londres 2012, ou seja, ficou quase cem anos sem ser disputada, desde Paris 1924, e é a chave em que possivelmente teremos as maiores surpresas. Na grama sagrada de Wimbledon (Londres-2012) , quem faturou o título foi a dupla de Belarus ( não chamem o país de Bielo Rússia), formada por Victoria Azarenka e Max “La besta” Mirnyi e a prata ficou com os anfitriões Laura Robson e Andy Murray. Para este ano, a competição gera grandes expectativas, uma vez que muitos dos “times” ainda não foram definidos. Será que Wawrinka vai jogar com Martina Hingis? Djokovic terá a companhia ( nas quadras) da bela Ana Ivanovic? E quem será a dupla de Teliana Pereira, Bruno Soares ou Marcelo Melo? E armada-mista-espanhola, virá de Muguruza e Nadal? Realmente teremos um cardápio muito interessante nas duplas mistas, com todos esses grandes jogadores e jogadoras fazendo parcerias únicas, muitas delas inéditas. A Índia pode surpreender com Sania Mirza e Rohan Bopanna ou Leander Paes ( que tirou o bronze do Fininho em 1996) e o favoritismo será das duplas francesa, suiça, sérvia e espanhola, mas tenho esperança de ver Teliana e “seu príncipe eleito” também no alto do pódio.

 

Rodrigo Papa, diplomata brasileiro, trabalhou na organização da Copa do Mundo FIFA 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.