Guga emociona ao entrar com a tocha no Maracanã. Tenistas são destaque.

O Brasil começou bem o primeiro dia da primeira olimpíada da América do Sul. A Cerimônia de Abertura encantou o mundo, encheu os olhos da nação de orgulho e ratificou a máxima de que ninguém sabe fazer uma festa como os brasileiros.

Guga emociona ao entrar com a tocha no Maracanã. Tenistas são destaque.

Teve Paulinho da Viola cantando o hino nacional, Caetano, Gil e Annita no palco, samba, Santos Dummont, a imigração, as diferenças, o desfile das nações, com diversos tenistas em destaque: Rafael Nadal, Andy Murray, Caroline Wozniacki e Gilles Muller de porta-bandeira e uma enormidade de astros do nosso esporte desfilando. Serena, Kerber, Del Potro, Fognini, os nossos brasileiros, todos curtiram a festa no Maracanã.

Marcelo Melo e Bruno Soares na cerimônia de abertura

No ápice da festa, Gustavo Kuerten voltou a emocionar não só o mundo do tênis, mas as bilhões de pessoas que assistiam o espetáculo na tv, ao entrar com a tocha no estádio, ser ovacionado, passá-la para Hortênsia que entregou para o heróis Vanderlei Cordeiro de Lima acender a pira.

O tênis agradece mais uma vez a enormidade de Gustavo Kuerten e suas estrelas.

Let the games begin.

Diana Gabanyi

Reis e Rainhas nas quadras de tênis da Cidade Maravilhosa

No dia 6 de agosto, começa a competição de Tênis na Rio 2016. Diferentemente das edições de 2008 e 2012, o torneio olímpico do Rio não contará pontos para os rankings de simples e duplas da WTA e ATP. Mesmo assim, os grandes reis e rainhas do tênis mundial estarão na cidade maravilhosa, buscando uma medalha pra lá de especial. Cinco chaves serão disputadas: simples masculina, simples feminina, duplas masculinas, duplas femininas e duplas mistas.

  1. Na simples masculina, os favoritos são “três dos quatro grandes”, já que Federer desistiu, por contusão: Djoko,   Murray e Nadal. Murray tentará o bi e confirmar a ótima fase mostrada em Wimbledon, pondo fim ao “reinado dentro do reinado” de Djokovic. Nadal, se o punho permitir, buscará repetir a dourada que ganhou em Pequim, 2008, enquanto Djoko estará atrás de seu primeiro título olímpico e sua segunda medalha, já que foi bronze em terras mandarins em 2008. O Brasil terá nessa chave Thomaz Bellucci e Rogerio Dutra e Silva, o Rogerinho, e os tenistas paulistas tentarão repetir o feito de Meligeni em Atlanta 1996 e chegar à semifinal olímpica, disputando, então, uma medalha inédita para o tênis brasileiro.

Murray, ouro olímpico em Londres

  1. A chave de simples feminina tem, obviamente, uma favorita: Serena Williams vai em busca do tri olímpico em simples ( venceu em 2008 e 2012) e do tetra em duplas femininas, junto com a irmã, Venus. Campeã de simples em 2000, em Sidney, Venus é uma das poucas tenistas que pode roubar o ouro da hermana, pois vem em boa fase, após alcançar a semi de Wimbledon nas simples e faturar as duplas ( já se preparando com Serena para a Rio 2016). Outras candidatas ao título em simples seriam a espanhola Garbine Muguruza e a alemã Angelique Kerber ( finalista em Wimbledon). O Brasil terá a pernambucana Teliana Pereira na chave de simples, que cresce muito quando jogam em casa, espera surpreender e vender caro cada ponto que disputar nas quadras rápidas do Centro Olímpico de Tênis. Nas duplas femininas, além do favoritismo das Williams sisters, temos como principais aspirantes ao ouro a forte dupla de Taiwan, Chan Yung-Jan e Chan Hao-Ching, as francesas Caroline Garcia e Kristina Mladenovic, as tchecas Andrea Hlavackova e Lucie Hradecka e a principal dupla feminina espanhola, Garbiñe Muguruza e Carla Suarez Navarro. As representantes brasileiras nas duplas femininas serão a paulista Paula Gonçalves e Teliana Pereira.

Serena e Venus ouro nas duplas em Londres

  1. Nas duplas masculinas temos a principal esperança de medalha do tênis brasileiro. Os mineiros Bruno Soares e Marcelo Melo formam uma dupla fortíssima e candidata, sim, ao ouro. Terão como principais adversarios os campeões de Wimbledon e atual dupla número 1 do mundo, formada pelos franceses Pierre-Hugues Herbert e Nicolás Mahut e os irmãos Bryan, campeões em Londres 2012. Não podemos esquecer  da armada espanhola, com destaque para a dupla Nadal e Marc Lopez, e da dupla colombiana, formada por Juan Sebastian Cabal e Robert Farah. Teremos ainda mais uma dupla no masculino formado por “laços de sangue”: a esquadra britânica Andy e Jamie Murray, o parceiro de Bruno Soares no circuito em 2016. Vale lembrar que, além de Melo e Soares, o Brasil será também representado pelo excelente duplista mineiro André Sá, em parceria com o filho ilustre de Tietê, Thomaz Belluci.

Irmãos Bryan, ouro em 2012

  1. A competição de duplas mistas foi reintroduzida no calendário olímpico somente em Londres 2012, ou seja, ficou quase cem anos sem ser disputada, desde Paris 1924, e é a chave em que possivelmente teremos as maiores surpresas. Na grama sagrada de Wimbledon (Londres-2012) , quem faturou o título foi a dupla de Belarus ( não chamem o país de Bielo Rússia), formada por Victoria Azarenka e Max “La besta” Mirnyi e a prata ficou com os anfitriões Laura Robson e Andy Murray. Para este ano, a competição gera grandes expectativas, uma vez que muitos dos “times” ainda não foram definidos. Será que Wawrinka vai jogar com Martina Hingis? Djokovic terá a companhia ( nas quadras) da bela Ana Ivanovic? E quem será a dupla de Teliana Pereira, Bruno Soares ou Marcelo Melo? E armada-mista-espanhola, virá de Muguruza e Nadal? Realmente teremos um cardápio muito interessante nas duplas mistas, com todos esses grandes jogadores e jogadoras fazendo parcerias únicas, muitas delas inéditas. A Índia pode surpreender com Sania Mirza e Rohan Bopanna ou Leander Paes ( que tirou o bronze do Fininho em 1996) e o favoritismo será das duplas francesa, suiça, sérvia e espanhola, mas tenho esperança de ver Teliana e “seu príncipe eleito” também no alto do pódio.

 

Rodrigo Papa, diplomata brasileiro, trabalhou na organização da Copa do Mundo FIFA 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.