Especial olímpico: a história do tênis nos Jogos. Irmãs Williams, as maiores medalhistas

Jogos da XXXI Olimpíadas e XV Paraolimpíadas

Especial Olímpico: a história do tênis nos Jogos. As irmãs Williams, as mais vitoriosas

 

Esta é a primeira vez que a América do Sul abriga os Jogos Olímpicos, mais especificamente no Rio. Depois de jogos de sucesso em Londres, as Olimpíadas chegaram ao Rio de Janeiro e independente de atrasos, casos de corrupção, preocupações com a segurança, Zika, doping, entre outros, promete fazer história.

22 Cidades Já Sediaram o Evento

A história registra que os Jogos Olímpicos foram criados em 776 a.C. na Grécia Antiga, como homenagem a Zeus, divindade da mitologia grega, e teve fim em 324 D.C. por questões religiosas. A competição voltou a ser disputada em 1896, na chamada Era Moderna, foi interrompida após a edição de 1912, devido a I Guerra Mundial, voltou ao calendário dos atletas entre 1920 e 1936 e teve sua sequência novamente interrompida devido ao segundo conflito entre países, retornando definitivamente ao calendário no ano de 1948.

A primeira participação do Brasil nos Jogos Olímpicos foi em 1920, na Antuérpia, com uma delegação composta por 22 homens, distribuídos entre cinco modalidades esportivas. Na ocasião, foram conquistadas três medalhas, ouro, prata e bronze, em diferentes provas de tiro. Desde então, o evento sempre teve brasileiros em sua lista de inscritos, com exceção da edição de 1928, em Amsterdã, quando nosso País atravessava uma grave crise econômica

 

Americanos lideram ranking de medalhas

 

De 1896 a 2012, o tênis foi disputado em 14 edições dos Jogos Olímpicos. O maior número de medalhas de ouro, nas chaves de simples masculina e feminina, foi conquistado por representantes dos Estados Unidos, entre os quais Andre Agassi, último norte-americano a subir no topo do pódio da competição entre nações, em 1996. Na segunda colocação está a Grã-Bretanha, seguida pela França. A lista de medalhas de ouro se completa com representantes de outros oito países: África do Sul, Checoslováquia, Suíça, Rússia, China, Espanha, Alemanha e Bélgica.

 

Ranking dos países medalhistas de ouro

 

1º lugar – Estados Unidos – 8 medalhas

2º lugar – Grã-Bretanha – 7 medalhas

3º lugar – França – 3 medalhas

 

O quadro dos medalhistas de ouro

 

1988 – Seul

Simples – Miloslav Mecir (TCH) e Steffi Graf (ALE)

Duplas – Ken Flach/ Robert Seguso (EUA) e Pam Shriver/ Zina Garrison (EUA)

 

1992 – Barcelona

Simples – Marc Rosset (SUI) e Jennifer Capriati (EUA)

Duplas – Boris Becker/ Michael Stich (ALE) e Gigi Fernandez/ Mary Joe Fernandez (EUA)

 

1996 – Atlanta

Simples – Andre Agassi (EUA) e Lindsay Davenport (EUA)

Duplas – Todd Woodbridge/ Mark Woodforde (AUS) e Gigi Fernandez/ Mary Joe Fernandez (EUA)

 

2000 – Sidney

Simples – Yevgeny Kafelnikov (RUS) e Venus Williams (EUA)

Duplas – Sebastien Lareau/ Daniel Nestor (CAN) e Venus Williams/ Serena Williams (EUA)

 

2004 – Atenas

Simples – Nicolas Massu (CHI) e Justine Henin (BEL)

Duplas – Fernando Gonzalez/ Nicolas Massu (CHI) e Li Ting/ Sun Tian-Tian

 

2008 – Pequim

Simples – Rafael Nadal (ESP) e Elena Dementieva (RUS)

Duplas – Roger Federer/ Stalistas Wawrinka (SUI) e Serena Williams/ Venus Williams (EUA)

2012 – Londres

Simples – Andy Murray (GBR) e Serena Williams (EUA)

Duplas – Bob Bryan/Mike Bryan (EUA) e Serena Williams/Venus Williams (EUA)

Texto de Fabiana Barros de Oliveira

Reis e Rainhas nas quadras de tênis da Cidade Maravilhosa

No dia 6 de agosto, começa a competição de Tênis na Rio 2016. Diferentemente das edições de 2008 e 2012, o torneio olímpico do Rio não contará pontos para os rankings de simples e duplas da WTA e ATP. Mesmo assim, os grandes reis e rainhas do tênis mundial estarão na cidade maravilhosa, buscando uma medalha pra lá de especial. Cinco chaves serão disputadas: simples masculina, simples feminina, duplas masculinas, duplas femininas e duplas mistas.

  1. Na simples masculina, os favoritos são “três dos quatro grandes”, já que Federer desistiu, por contusão: Djoko,   Murray e Nadal. Murray tentará o bi e confirmar a ótima fase mostrada em Wimbledon, pondo fim ao “reinado dentro do reinado” de Djokovic. Nadal, se o punho permitir, buscará repetir a dourada que ganhou em Pequim, 2008, enquanto Djoko estará atrás de seu primeiro título olímpico e sua segunda medalha, já que foi bronze em terras mandarins em 2008. O Brasil terá nessa chave Thomaz Bellucci e Rogerio Dutra e Silva, o Rogerinho, e os tenistas paulistas tentarão repetir o feito de Meligeni em Atlanta 1996 e chegar à semifinal olímpica, disputando, então, uma medalha inédita para o tênis brasileiro.

Murray, ouro olímpico em Londres

  1. A chave de simples feminina tem, obviamente, uma favorita: Serena Williams vai em busca do tri olímpico em simples ( venceu em 2008 e 2012) e do tetra em duplas femininas, junto com a irmã, Venus. Campeã de simples em 2000, em Sidney, Venus é uma das poucas tenistas que pode roubar o ouro da hermana, pois vem em boa fase, após alcançar a semi de Wimbledon nas simples e faturar as duplas ( já se preparando com Serena para a Rio 2016). Outras candidatas ao título em simples seriam a espanhola Garbine Muguruza e a alemã Angelique Kerber ( finalista em Wimbledon). O Brasil terá a pernambucana Teliana Pereira na chave de simples, que cresce muito quando jogam em casa, espera surpreender e vender caro cada ponto que disputar nas quadras rápidas do Centro Olímpico de Tênis. Nas duplas femininas, além do favoritismo das Williams sisters, temos como principais aspirantes ao ouro a forte dupla de Taiwan, Chan Yung-Jan e Chan Hao-Ching, as francesas Caroline Garcia e Kristina Mladenovic, as tchecas Andrea Hlavackova e Lucie Hradecka e a principal dupla feminina espanhola, Garbiñe Muguruza e Carla Suarez Navarro. As representantes brasileiras nas duplas femininas serão a paulista Paula Gonçalves e Teliana Pereira.

Serena e Venus ouro nas duplas em Londres

  1. Nas duplas masculinas temos a principal esperança de medalha do tênis brasileiro. Os mineiros Bruno Soares e Marcelo Melo formam uma dupla fortíssima e candidata, sim, ao ouro. Terão como principais adversarios os campeões de Wimbledon e atual dupla número 1 do mundo, formada pelos franceses Pierre-Hugues Herbert e Nicolás Mahut e os irmãos Bryan, campeões em Londres 2012. Não podemos esquecer  da armada espanhola, com destaque para a dupla Nadal e Marc Lopez, e da dupla colombiana, formada por Juan Sebastian Cabal e Robert Farah. Teremos ainda mais uma dupla no masculino formado por “laços de sangue”: a esquadra britânica Andy e Jamie Murray, o parceiro de Bruno Soares no circuito em 2016. Vale lembrar que, além de Melo e Soares, o Brasil será também representado pelo excelente duplista mineiro André Sá, em parceria com o filho ilustre de Tietê, Thomaz Belluci.

Irmãos Bryan, ouro em 2012

  1. A competição de duplas mistas foi reintroduzida no calendário olímpico somente em Londres 2012, ou seja, ficou quase cem anos sem ser disputada, desde Paris 1924, e é a chave em que possivelmente teremos as maiores surpresas. Na grama sagrada de Wimbledon (Londres-2012) , quem faturou o título foi a dupla de Belarus ( não chamem o país de Bielo Rússia), formada por Victoria Azarenka e Max “La besta” Mirnyi e a prata ficou com os anfitriões Laura Robson e Andy Murray. Para este ano, a competição gera grandes expectativas, uma vez que muitos dos “times” ainda não foram definidos. Será que Wawrinka vai jogar com Martina Hingis? Djokovic terá a companhia ( nas quadras) da bela Ana Ivanovic? E quem será a dupla de Teliana Pereira, Bruno Soares ou Marcelo Melo? E armada-mista-espanhola, virá de Muguruza e Nadal? Realmente teremos um cardápio muito interessante nas duplas mistas, com todos esses grandes jogadores e jogadoras fazendo parcerias únicas, muitas delas inéditas. A Índia pode surpreender com Sania Mirza e Rohan Bopanna ou Leander Paes ( que tirou o bronze do Fininho em 1996) e o favoritismo será das duplas francesa, suiça, sérvia e espanhola, mas tenho esperança de ver Teliana e “seu príncipe eleito” também no alto do pódio.

 

Rodrigo Papa, diplomata brasileiro, trabalhou na organização da Copa do Mundo FIFA 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.