Teliana encerra a temporada e quer voltar ao top 100 em 2017

O ano de 2016 foi um ano de desafios e aprendizado para Teliana Pereira. Depois de conquistar os 2 primeiros WTAs da carreira, em 2015, a tenista partiu para um novo patamar. Disputou os maiores torneios do mundo, em diferentes pisos, encarou as maiores tenistas do planeta. Aprendeu e cresceu. Os resultados não vieram, mas o desejo de continuar evoluindo permaneceu. Por isso, a tenista que chegou ao 43o. posto no ranking mundial, resolveu encerrar a temporada, descansar e iniciar 2017 com nova perspectiva.

Teliana encerra temporada e quer voltar ao top 100 em 2017

“Foi um ano difícil e de muito aprendizado. Joguei todos os grandes torneios e enfrentei grandes jogadoras. Joguei as Olimpíadas no meu país. Foi o ponto máximo da temporada. Ter enfrentado a Serena em Roland Garros, naquela quadra, também foi inesquecível. Acho que nem nos meus maiores sonhos eu poderia imaginar,” analisou Teliana, que veio de um lugar improvável para se tornar uma das maiores tenistas da história do Brasil.

Nascida no sertão pernambucano, se mudou com a família para Curitiba na infância, onde o pai começou a trabalhar em uma academia de tênis. As crianças passaram a frequentar as quadras, pegando bolinha e o francês Didier Rayon, proprietário e técnico do clube, começou a ensinar Teliana a jogar. Pouco tempo depois ela estava jogando os maiores torneios juvenis do mundo e hoje, depois de anos de trabalho e desafios com lesões, entrou para a história do esporte. Se tornou a terceira tenista do Brasil mais bem colocada no ranking mundial de simples, atrás apenas de Maria Esther Bueno e Niege Dias.

A subida meteórica no ranking em 2015, fez com que a brasileira conseguisse entrar direto nos maiores torneios do mundo neste ano e Teliana aproveitou a chance para experimentar algo inédito e jogar os campeonatos que todo mundo sonha disputar. “Todo mundo acaba olhando só os resultados. Mas, eu joguei os maiores torneios do mundo, contra as maiores tenistas. Claro que os resultados não chegaram nem perto do que eu gostaria, mas tudo foi um aprendizado e isso me ajudará lá na frente.”

Para voltar a figurar entre as melhores em 2017, Teliana resolveu antecipar o fim desta temporada. Tirou um mês de férias e volta a treinar na semana que vem, de olho nos torneios da Austrália. “Aproveitei para viajar e descansar. Estava precisando de uma longa parada como essa para me reenergizar e voltar 100%. Agora farei praticamente dois meses de pré-temporada.”

O principal objetivo da tenista é voltar a estar entre as top 100 (é a 201a. Atualmente). “É o meu grande objetivo para 2017, voltar ao top 100 e também jogar motivada e feliz em quadra. Vamos analisar, baseado no que aprendi, todos os aspectos que eu tenho que melhorar e eu sei que são muitos – vou trabalhar muito duro nas semanas que estão por vir. Ter convivido com as melhores tenistas, nos melhores torneios só meu vontade de continuar lá. Acho que não dá para comparar 2016 com os anos em que me lesionei. Realizei o sonho de muitas, muitas tenistas, joguei o circuito top e sei que posso voltar. Me sinto muito confiante e orgulhosa de tudo que já conquistei.”

CALENDÁRIO JANEIRO 2017

09 jan – WTA de Hobart
16 jan – Australian Open
A seguir
Torneios Challengers nos EUA

Teliana joga por vaga na semi em Contrexeville

Teliana Pereira está nas quartas-de-final do ITF de Contrexeville, na França, com premiação total de U$ 100 mil. Depois de jogar o torneio de Wimbledon, na grama, a brasileira iniciou uma nova gira de quatro torneios no saibro, começando pela França e depois seguindo para os WTAs de Bucareste, Bad Gastein e Florianópolis.

Nesta sexta-feira ele jogará por uma vaga na semifinal da competição francesa, contra a suíça Stefane Voegele, 104a. colocada no ranking mundial.

Para chegar às quartas, Teliana venceu na estreia a francesa Chloe Paquet, por 4/6 6/4 6/3 e nesta quinta ganhou da espanhola Georgina Garcia Pereza, por 3/6 6/2 7/5.

Teliana joga por vaga na semi em Contrexeville

“Estou feliz de estar jogando no saibro novamente. Foram dois jogos super difíceis, mas mentalmente me mantive firme para conseguir virar os jogos,” relatou Teliana. “Tenho um outro jogo duro com a Voegele e tenho que continuar melhorando no torneio.”

Teliana e Voegele já se enfrentaram duas vezes, em 2008, no ITF de Clearwater e em 2013, no WTA de Charleston, com vitórias da suíça.

A brasileira, 77a. colocada no ranking mundial, acredita que evoluiu desde que começou a gira no saibro, do início da temporada e ganhou o ITF de Medellin e o WTA de Bogotá. “Apesar de não ter começado bem esses jogos – preciso entrar mais atenta – estou jogando melhor do que em Medelin.”

foto de Cynthia Lum

Com melhor ranking da carreira, Teliana faz história de novo e arrasa na estreia na França

Teliana Pereira começou a semana quebrando mais recordes. Ao aparecer na 75a. posição no ranking mundial, a sua melhor até hoje, ela se tornou apenas a quinta brasileira na história a figurar entre as 75 melhores do mundo, depois de Maria Esther Bueno, Niege Dias, Patricia Medrado e Claudia Monteiro. Teliana é também a primeira brasileira, em 26 anos, a estar entre as top 75. Além disso, arrasou na estreia do ITF de Cagnes Sur Mer, vencendo a austríaca Tamira Paszek (165a), por 6/1 6/0.*

“Gosto de jogar aqui e me adaptei muito rápido, desde que cheguei de Marrakech. Joguei muito bem desde o começo do jogo, me impondo, como vinha fazendo nas minhas últimas partidas, sem dar chances pra ela,” disse Teliana, que já está nas oitavas-de-final e enfrenta na próxima rodada Aliaksandra Sasnovich, da Bielorússia, 146a. na WTA.
Com melhor ranking da carreira, Teliana faz história de novo e arrasa na estreia na França
Feliz com o melhor ranking da carreira (era a 81a. na semana passada), Teliana quer continuar evoluindo. “Estou feliz de mais por estar crescendo no ranking. Estar entre as 75 melhores do mundo é um grande sonho. Agora quero manter essa evolução e buscar objetivos maiores, mas com os pés no chão.”

DUPLAS – Teliana também joga duplas nesta semana em Cagnes sur Mer, ao lado da israelense Julia Glushko. A estreia é contra Nicole Melichar e Asia Muhammad.

O ITF de Cagnes Sur Mer, na França, com premiação total de U$ 100 mil é o quarto torneio da gira de saibro que a brasileira está disputando. Ela foi campeã do ITF de Medellin, do WTA de Bogotá e alcançou as oitavas-de-final em Marrakech. Depois de Cagnes sur Mer, ela joga em Saint Gaudens e Roland Garros.

Foto: AGif

Teliana desembarca no Brasil com o trofeu de Bogotá e o melhor ranking da carreira

Depois de fazer história e conquistar o primeiro título de WTA da carreira no domingo em Bogotá, quebrando um jejum de 27 anos do Brasil no circuito, Teliana Pereira desembarcou em São Paulo nesta segunda cedo, com o trofeu na mão e o melhor ranking da carreira, na posição de número 81 (chegou em Bogotá no 130o lugar). download-8

A tenista nascida em Pernambuco e radicada no Paraná, concedeu entrevista coletiva no Centro Cultural dos Correios, na capital paulista e falou do melhor momento da sua carreira, de lesões, das Olimpíadas, do tênis feminino, do ranking e dos próximos passos.

Teliana deixou São Paulo no início da tarde, para comemorar com a família em Curitiba e descansar antes de embarcar até quarta-feira para o Marrocos onde disputa o qualifying do WTA de Marrakesh, depois seguindo para dois Challengers na França (Cagnes sur Mer e Saint Gaudens) e Roland Garros.

Veja os principais trechos da entrevista

Sobre a conquista em Bogotá e o feito histórico para o Brasil
“Foi um momento muito especial. Ainda não caiu muito a ficha. Tudo vai ficar mais claro quando eu chegar em casa, guardar as minhas coisas no quarto, ver a minha família e comemorar com eles. Mas, o que mais me deixou alegre foi o fato de que o segundo semestre do ano passado foi bem complicado, eu não estava confiante, estava sem ritmo de jogo e superar tudo isso foi impressionante. É a realização do meu maior sonho. Eu estava conversando no início do ano com o meu irmão e o Alexandre – namorado – e eles me perguntaram qual era o meu maior sonho e eu disse que era ganhar um WTA. Hoje posso dizer que eu realizei e agora posso lutar por títulos ainda maiores,” disse Teliana.

“Cheguei em Medelin, fui passo a passo, melhorando, me permitindo não jogar tão bem e mentalmente crescer. Isso foi a chave para ter tido esses dois ótimos resultados.”

Melhor ranking da carreira
“Não tem segredo. Tenho que continuar trabalhando como venho fazendo há muito tempo. Treinar e sempre procurar melhorar. Continuar mantendo o meu jogo. O que eu joguei essas duas últimas semanas foi o meu estilo de jogo, mais sólido e mais rápida na quadra. Esse título me deu muita confiança e mostrou que posso ganhar de boas jogadoras.”

“Próximo passo é manter bons resultados nos torneios maiores. Vai ser algo muito importante. Depois seria terminar entre as 70 e depois entre as 50. Vamos com calma, conforme vão andando as cosias e colocando objetivos que você acha que pode alcançar.”

Jogo mais difícil em Bogotá
“Todo jogo é difícil. Quando eu saí de Medelín e vi que jogava contra a Schiavone fiquei muito feliz. Não é sempre que você joga contra uma campeã de Roland Garros e que foi quatro do mundo. Quando eu ganhei aquele jogo me deu muita confiança e foi quando eu pensei que eu realmente estava jogando bem e que eu podia ir andando.
O jogo contra a Svitolina foi o principal. Entrei na final muito confiante. Sabia que era mais sólida do que ela na final. Eu tive chance de ter quebrado o saque dela, mas estava encontrando o meu jogo. No segundo set, quando começou o jogo eu pensei – agora vou levar esse título.”

Roland Garros
“É o meu torneio favorito. O torneio que mais amo. Quero jogar bem, melhorando a cada dia e chegar lá, aproveitando o momento, com o meu ritmo de jogo. Tenho que jogar bem nesses torneios no saibro. Na quadra rápida ainda sofro bastante. O principal é continuar trabalhando e melhorando.”

O tênis feminino do Brasil e os títulos em Bogotá
“Não podemos esquecer. FOi um dia que só deu Brasil em Bogotá. Tiramos muitas fotos. Voltei com a Bia no vôo – a Paula foi para os EUA –  com o sorriso gigantesco de todas. Comemoramos muito. O tênis feminine precisa disso. Isso mostra que estamos crescendo e que podem apostar mais, temos boas jogadoras e só temos a crescer e dar muita alegria.”

“Ontem a gente deixou a nossa marca para todo mundo ver que estamos melhorando, que tem mais meninas querendo chegar. As meninas mais novas vão se empolgar e vão ver que também podem jogar em alto nível. Espero que daqui a pouco a gente não tenha só uma jogadora entre as 100, mas várias. Tenho certeza de que esse título vai ajudar muito.”

A escolha do calendário
” Estava em dúvida se jogava Charleston ou se jogava os dois torneios na Colômbia. Decidimos jogar tudo na altitude para chegar em Bogotá bem preparada e isso ajudou de mais. Eu cheguei também bem antes em Medelin, mais do que o normal, para me acostumar. Não é fácil jogar na altitude. Isso foi a chave para os ótimos resultados.”

Encarar as tops
“Vamos com calma. Tive bons resultados. Ganhei de ótimas jogadoras, mas ainda preciso melhorar muito o meu tênis, a tática e o mental.”

Olimpíadas
” É o sonho de qualquer esportista jogar Olimpíadas. Eu sempre amei e tive orgulho de representar o meu país e vou fazer de tudo para estar na minha melhor forma para jogar estas Olimpíadas aqui no Brasil.”