Teliana desembarca no Brasil com o trofeu de Bogotá e o melhor ranking da carreira

Depois de fazer história e conquistar o primeiro título de WTA da carreira no domingo em Bogotá, quebrando um jejum de 27 anos do Brasil no circuito, Teliana Pereira desembarcou em São Paulo nesta segunda cedo, com o trofeu na mão e o melhor ranking da carreira, na posição de número 81 (chegou em Bogotá no 130o lugar). download-8

A tenista nascida em Pernambuco e radicada no Paraná, concedeu entrevista coletiva no Centro Cultural dos Correios, na capital paulista e falou do melhor momento da sua carreira, de lesões, das Olimpíadas, do tênis feminino, do ranking e dos próximos passos.

Teliana deixou São Paulo no início da tarde, para comemorar com a família em Curitiba e descansar antes de embarcar até quarta-feira para o Marrocos onde disputa o qualifying do WTA de Marrakesh, depois seguindo para dois Challengers na França (Cagnes sur Mer e Saint Gaudens) e Roland Garros.

Veja os principais trechos da entrevista

Sobre a conquista em Bogotá e o feito histórico para o Brasil
“Foi um momento muito especial. Ainda não caiu muito a ficha. Tudo vai ficar mais claro quando eu chegar em casa, guardar as minhas coisas no quarto, ver a minha família e comemorar com eles. Mas, o que mais me deixou alegre foi o fato de que o segundo semestre do ano passado foi bem complicado, eu não estava confiante, estava sem ritmo de jogo e superar tudo isso foi impressionante. É a realização do meu maior sonho. Eu estava conversando no início do ano com o meu irmão e o Alexandre – namorado – e eles me perguntaram qual era o meu maior sonho e eu disse que era ganhar um WTA. Hoje posso dizer que eu realizei e agora posso lutar por títulos ainda maiores,” disse Teliana.

“Cheguei em Medelin, fui passo a passo, melhorando, me permitindo não jogar tão bem e mentalmente crescer. Isso foi a chave para ter tido esses dois ótimos resultados.”

Melhor ranking da carreira
“Não tem segredo. Tenho que continuar trabalhando como venho fazendo há muito tempo. Treinar e sempre procurar melhorar. Continuar mantendo o meu jogo. O que eu joguei essas duas últimas semanas foi o meu estilo de jogo, mais sólido e mais rápida na quadra. Esse título me deu muita confiança e mostrou que posso ganhar de boas jogadoras.”

“Próximo passo é manter bons resultados nos torneios maiores. Vai ser algo muito importante. Depois seria terminar entre as 70 e depois entre as 50. Vamos com calma, conforme vão andando as cosias e colocando objetivos que você acha que pode alcançar.”

Jogo mais difícil em Bogotá
“Todo jogo é difícil. Quando eu saí de Medelín e vi que jogava contra a Schiavone fiquei muito feliz. Não é sempre que você joga contra uma campeã de Roland Garros e que foi quatro do mundo. Quando eu ganhei aquele jogo me deu muita confiança e foi quando eu pensei que eu realmente estava jogando bem e que eu podia ir andando.
O jogo contra a Svitolina foi o principal. Entrei na final muito confiante. Sabia que era mais sólida do que ela na final. Eu tive chance de ter quebrado o saque dela, mas estava encontrando o meu jogo. No segundo set, quando começou o jogo eu pensei – agora vou levar esse título.”

Roland Garros
“É o meu torneio favorito. O torneio que mais amo. Quero jogar bem, melhorando a cada dia e chegar lá, aproveitando o momento, com o meu ritmo de jogo. Tenho que jogar bem nesses torneios no saibro. Na quadra rápida ainda sofro bastante. O principal é continuar trabalhando e melhorando.”

O tênis feminino do Brasil e os títulos em Bogotá
“Não podemos esquecer. FOi um dia que só deu Brasil em Bogotá. Tiramos muitas fotos. Voltei com a Bia no vôo – a Paula foi para os EUA –  com o sorriso gigantesco de todas. Comemoramos muito. O tênis feminine precisa disso. Isso mostra que estamos crescendo e que podem apostar mais, temos boas jogadoras e só temos a crescer e dar muita alegria.”

“Ontem a gente deixou a nossa marca para todo mundo ver que estamos melhorando, que tem mais meninas querendo chegar. As meninas mais novas vão se empolgar e vão ver que também podem jogar em alto nível. Espero que daqui a pouco a gente não tenha só uma jogadora entre as 100, mas várias. Tenho certeza de que esse título vai ajudar muito.”

A escolha do calendário
” Estava em dúvida se jogava Charleston ou se jogava os dois torneios na Colômbia. Decidimos jogar tudo na altitude para chegar em Bogotá bem preparada e isso ajudou de mais. Eu cheguei também bem antes em Medelin, mais do que o normal, para me acostumar. Não é fácil jogar na altitude. Isso foi a chave para os ótimos resultados.”

Encarar as tops
“Vamos com calma. Tive bons resultados. Ganhei de ótimas jogadoras, mas ainda preciso melhorar muito o meu tênis, a tática e o mental.”

Olimpíadas
” É o sonho de qualquer esportista jogar Olimpíadas. Eu sempre amei e tive orgulho de representar o meu país e vou fazer de tudo para estar na minha melhor forma para jogar estas Olimpíadas aqui no Brasil.”

Teliana vence 1o. WTA da carreira em Bogotá e Brasil volta a conquistar título no circuito depois de 27 anos

O Brasil tem uma nova campeã de WTA. Depois de 27 anos, Teliana Pereira reescreveu a história do tênis nacional ao conquistar o primeiro título de WTA da carreira, em Bogotá, derrotando Yaroslava Shvedova, do Cazaquistão, por 7/6(2) 6/1. Com 26 anos de idade e 130a na WTA, a tenista nascida em Pernambuco e radicada em Curitiba, ganhou um cheque de U$ 43 mil e marcou 280 pontos no ranking mundial, que devem colocá-la na sua melhor posição no ranking(até hoje foi a 87a), quando a nova lista for divulgada na segunda-feira. Teliana emocionada

“Acho que ainda estou em choque. Não estou acreditando. Foi a melhor semana da minha vida. Desde sempre eu treinava sonhando em ganhar um WTA e agora consegui. Foi muito importante ter jogado Medelin. Lá também tinha altitude, como aqui e foi uma preparação muito boa,” disse Teliana, que venceu a 10a partida seguida. Ela foi campeã de um Challenger em Medelin na semana passada e hoje ganhou a Copa Claro Colsanitas, o WTA International de Bogotá, sem perder um set na competição.

A brasileira que nunca havia enfrentado Shvedova, 75a. no ranking já esperava uma partida difícil. “Hoje sabia que seria um jogo duríssimo. A Yaroslava saca muito bem e quando o jogo começou eu não sabia onde ficar para devolver o saque. Mas depois fui mais pro fundo e tudo melhorou. O mais importante é que eu estava muito sólida a semana toda. Fisicamente eu estava muito bem também.”

Nascida no país de Maria Esther Bueno, mas sem tenistas entre as melhores nas últimas décadas – a última a ganhar um WTA foi Niege Dias em 1988, em Barcelona, Teliana espera que a vitória em Bogotá impulsione o tênis nacional. “Nem sei o que dizer sobre esse recorde. Estou muito contente. Precisamos de mais gente jogando tênis no Brasil. Precisamos de mais jogadoras entre as top 100. Temos boas tenistas. Estamos melhorando. E esse título é muito importante também não só para o Brasil, mas para a o tênis da América do Sul,” disse a brasileira, a melhor tenista da região.

Após conquistar o tão esperado trofeu de WTA, Teliana lembrou de momentos difíceis da carreira, como as lesões no joelho, mas principalmente no ano passado. “Foi o momento mais difícil. Tive muitos problemas no joelho. Fiquei um ano e meio sem jogar em 2009. Voltei a jogar e estava muito bem, até que no ano passado, em setembro, aconteceu a mesma coisa e me lesionei de novo. Essa segunda vez foi mais difícil. Eu estava em uma fase boa, jogando bem. Mentalmente quando acontece uma coisas dessas é muito duro. Você tem que parar, voltar a jogar sem ritmo, sem confiança e a verdade é que nos últimos meses estava jogando muito bem. Eu tentava bastante, o joelho estava muito bem, mas mentalmente estava duro. Aí veio Medellin semana passada, ganhei o torneio, melhorando a cada rodada e pensando em jogar melhor a cada dia e olha o que aconteceu hoje?”

A tenista aproveitou para agradecer o irmão e treinador Renato, que viaja com ela o circuito, o namorado, a equipe e a família. “É um sonho realizado não só meu, mas da minha família, do meu namorado e da minha equipe.”
Ela lembrou também, na cerimônia de premiação, do primeiro treinador, Didier Rayon. Foi na academia do francês, em Curitiba, que ela começou a jogar tênis, quando a família se mudou do sertão de Pernambuco para lá, onde o pai foi trabalhar. Na academia de Rayon ela e os irmãos eram pegadores de bola e começaram a jogar tênis a partir daí.

O WTA de Bogotá foi o segundo de uma série de cinco torneios que Teliana disputa antes de Roland Garros. Ela foi campeã em Medelin e hoje em Bogotá e agora segue para Marrakesh (27 de abril), Cagnes Sur Mer e Saint Gaudens, antes de chegar a Paris.

Teliana vence favorita ao título e disputa 1a. final de WTA da carreira em Bogotá

Teliana Pereira continua escrevendo a história do tênis feminino do Brasil. Neste sábado, no Club Campestre de Bogotá, ela derrotou a cabeça-de-chave 1, a ucraniana Elina Svitolina, 27a. colocada no ranking mundial, por 7/6(7) 6/3 para avançar à primeira final de WTA da carreira. Ela será a primeira brasileira a disputar uma final de WTA, desde 1988, quando Niege Dias conquistou o título em Barcelona. A adversária de Teliana na final deste domingo às 13h, com transmissão do BandSports, sairá do confronto entre Yaroslava Shvedova, do Cazaquistão e Mariana Duque Marino, da Colômbia. Teliana vence favorita e disputa 1a. final de WTA da carreira, em Bogotá

” É um sonho estar num final de WTA. Sempre acreditei que seria possível e agora vou ter essa oportunidade. É a recompensa de todo um trabalho e dedicação de muito tempo com a minha equipe. Estou muito feliz também, por estar levando o tênis feminino do Brasil para os grandes torneios do mundo. O nosso tênis pode crescer e estamos no caminho certo,” comemorou a tenista de 26 anos.

A final do WTA International de Bogotá, que está sendo disputado no saibro e distribui U$ 250 mil em prêmios, é o melhor resultado da carreira de Teliana. Até hoje ela havia alcançado a semi neste mesmo torneio em 2013 e a semi do Rio Open, no ano passado. Por já estar na final, a tenista nascida em Pernambuco e radicada em Curitiba, já garantiu 180 pontos no ranking mundial, que devem colocá-la de volta no top 100 – atualmente está no 130o. lugar. Se conquistar o título, marcará 280 pontos e poderá superar a sua melhor colocação, a 87a, alcançada em 2013.

A vitória sobre Svitolina foi a 9a seguida de Teliana. No domingo ela foi campeã do Challenger de Medellin e para chegar à decisão em Bogotá venceu Francesca Schiavone, Mandy Minella, Lourdes Dominguez Lino e agora Svitolina.

” Entrei em quadra para fazer o que eu venho fazendo desde a semana passada em Medellin. Com a Svitolina eu sabia que precisava jogar alto e fundo e quando tivesse oportunidade, teria que ir pra cima, mexendo ou indo pra rede. Deu certo, estou muito, muito feliz e agora é descansar e me preparar para essa final.”

Das possíveis adversárias da final deste domingo, Teliana enfrentou apenas a colombiana Duque Marino, 134a. na WTA e venceu as duas vezes. Contra Shvedova, 75a. ela nunca jogou.

Teliana entra direto na chave principal do WTA de Bogotá

A tenista número um do Brasil, Teliana Pereira, entrou direto na chave principal do WTA de Bogotá, que começa na segunda-feira. Atual 162a. do ranking mundial, a tenista esperava a desistência de uma jogadora para entrar na chave, mas acabou se beneficiando de uma regra da WTA, que deixa sempre uma vaga para uma tenista top 20 poder se inscrever na última hora. Como não houve inscrição, Teliana conseguiu entrar na chave, sem precisar disputar o qualifying.
Teliana Pereira entra direto na chave do WTA de Bogotá
Ela disputa o WTA colombiano, da série Internacional, com premiação de US$ 250 mil, pela quarta vez na carreira, com o melhor resultado sendo a semifinal em 2013. No ano passado ela perdeu na estreia para a espanhola Lourdes Dominguez Lino.

Mas, antes de chegar a Bogotá, ela ainda compete no Challenger de Medellin (U$ 50 + H), em que está nas quartas-de-final e enfrenta na noite desta sexta a tenista austríaca Patricia Mayer Achleitner (153a. na WTA).

O Challenger de Medellin é o primeiro de uma série de seis torneios que a tenista brasileira disputa no saibro. Depois ela segue para Bogotá,  Marrakesh, Cagnes Sur Mer, Saint Gaudens e Roland Garros.