20 anos após 1º título de Guga, brasileiro Vik Muniz elabora pôster oficial de Roland Garros

poster-rg-2017Vinte anos após a conquista de Gustavo Kuerten no saibro de Roland Garros, a honra de elaborar o pôster da edição de 2017 do Slam parisiense será do artista brasileiro Vik Muniz, homenageando Guga e o famoso coração que ele desenhou na quadra do torneio.

Optando por usar pigmentos minerais no solo, Vik desenhou um jogador no momento do saque: “O cartaz é único, mas tem muitas semelhanças com várias obras anteriores minhas. Quando percebi isso, comecei a me concentrar nas cores, até chegar a tonalidade exata do saibro. As cores são verdadeiramente de todo o mundo, pois os pigmentos vêm da África, Ásia e Austrália. E como Roland Garros é um torneio internacional, provavelmente você tem elementos neste piso de todas as nações aqui representadas”, disse o artista.

O trabalho que fornece a fonte para o cartaz foi então fotografado e ampliado … e depois destruído. Sua natureza efêmera faz parte de sua própria essência.

“Eu vejo nisso uma semelhança com o fato de que uma partida de tênis, no minuto que acabou, torna-se parte da nossa memória. Acho que o cartaz ilustra essa analogia, semelhante à filosofia tibetana que exige que os monges lancem suas mandalas de areia no rio. E há também um paralelo com a rede de arrastar que varre as marcas na quadra depois de cada partida”, reflete o artista.

Esta é apenas a segunda vez na história do torneio que o cartaz foi baseado em uma fotografia, sendo o primeiro o cartaz de 1995, do artista americano Donald Lipski.

Nascido em São Paulo, em 1961, o artista brasileiro Vik Muniz é um mestre ilusionista em materiais, um virtuoso do engano visual. Ele desenhou nuvens no céu sobre Manhattan, pintou retratos de crianças em açúcar e recriou velhos mestres usando corda e chocolate.

Um artista cheio de surpresas, reconhecido pelo seu engenhoso uso de uma vasta gama de materiais, Vik Muniz trabalha meticulosamente materiais e pigmentos em criações efêmeras instantaneamente imortalizadas pela fotografia, experimentando sensações visuais e sensoriais inesperadas.

Vik Muniz vive e trabalha entre os Estados Unidos e no Brasil. Nos últimos 25 anos, seu trabalho tem sido mostrado regularmente por todos os maiores museus de arte contemporânea. As exposições de seu trabalho em 2016 incluíram Haia, Rio de Janeiro e Londres.

Foto: Vik Muniz-Galerie Lelong/FFT 2017