O Miami Open se transforma mais uma vez

Por Diana Gabanyi

Idealizado pelo ex-tenista profissional Butch Buchholz, ainda na década de 60, o Miami Open começou oficialmente nesta quarta-feira 20 de março de 2019, a sua terceira transformação. Do sonho de Butch Buchholz, ex-número cinco do mundo juvenil, campeão Junior dos quatro Grand Slams- Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open-,  que se concretizo nos anos 80, sempre esbanjando pioneirismo para hoje foram diversas fases da competição.


O torneio foi o primeiro, fora os quatro eventos do Grand Slam, a ser disputado em duas semanas, reunindo homens e mulheres com a premiação sendo dividida igualmente.
A primeira edição foi jogada em 1985 e na época foi chamado de o “Wimbledon do Inverno” , pois foi o primeiro grande torneio do ano- o Australian Open era então jogado em dezembro. A sede foi o Laver’s International Tennis Resort em Delray Beach, a 50 km de Miami, que assistiu a vitória de Tim Mayotte e a de Martina Navratilova, com ingressos esgotados.
Mais de duas décadas depois de sua criação o torneio era eleito  construtivamente pelos jogadores pela quinta vez como o Masters 1000 do ano e não se cansava de bater recordes.
Até que Larry Ellison, o magnata fundador da Oracle, comprou o torneio de Indian Wells e fez uma revolução no Masters 1000 californiano. O torneio de Butch Bucholz, já nas mãos da IMG ficara para trás. Em meio a uma batalha judicial com a ilha de Key Biscayne, não conseguia crescer e precisou se reinventar com a mudança para o Hard Rock Café Stadium, em outra região mais ao norte de Miami.
O espírito pioneiro e inovador do Masters 1000 de Miami é a imagem de seu principal criador- Butch Buchholz. Desde o início Buchholz lutou para fazer um evento grandioso e de primeira classe. Já em 1985, chamou para árbitro geral o mesmo  que por anos foi o grande árbitro de Wimbledon, Alan Mills e ainda contratou um designer de moda, Ted Tinling, como diretor de protocolo do então Lipton International Players Championships.
O próximo passo foi negociar com a ATP e a WTA o direito de  realização do torneio por 15 anos, dando inúmeros benefícios, como prêmio em dinheiro, porcentagem na venda de ingressos e direitos de transmissão de televisão. A tática deu certo e mesmo mudando de sede em 1986 quando foi para Boca Raton e em 1987, quando se estabeleceu até o ano passado em Key Biscayne.
O principal patrocinador do torneio mudou ao longo dos anos, sem nunca interferir na essência do maior torneio do circuito depois dos quatro Grand Slams. Foi como Lipton Championships que o campeonato estreou o estádio no Crandon Park em 1994, local que se tornou um dos centro nacionais de desenvolvimento de tênis juvenil da USTA- a Associação Norte-Americana de Tênis. Os primeiros campeões da nova casa foram Pete Sampras e Steffi Graf.
No ano 2000, Andy Roddick, então com 17 anos, venceu sua primeira partida como profissional mas o vencedor da primeira edição sob o nome de Ericsson Open foi Pete Sampras, na famosa decisão contra Gustavo Kuerten e no feminino, Martina Hingis ganhou seu único título em Miami.
A mudança de século trouxe novos reforços para o torneio que em 2002 passou a se chamar Nasdaq-100. Nesse mesmo ano, Butch Buchholz anunciava sua aposentadoria do cargo de diretor do torneio após 18 anos, e assistia à quinta vitória de Andre Agassi na chave masculina e a de Serena Williams na feminina.
Em 2007, a Sony Ericsson assumiu como patrocinador substituindo a Nasdaq e mudando a imagem do Torneio.
Da Sony, o evento passou a ser patrocinado curiosamente por um banco brasileiro, o Itaú, aproximando ainda mais o público do Brasil da competição mais nacional que temos fora do país.


Apesar de todo o glamour, ainda mais agora no Hard Rock Stadium, que teve a quadra central inaugurada hoje com a presença de Serena Williams, Roger Federer, Naomi Osaka e Novak Djokovic e já viu a primeira vitória, a de Victoria Azarenka, na quadra central, o torneio continua com uma intensa agenda humanitária. Os jogadores participam de visitas a hospitais e projetos sociais, além de atividades de desenvolvimento e divulgação do tênis.
Para os tenistas, os benefícios da mudança, apesar daquela melancolia de deixar o Crandon Park e a vista deslumbrante que passavam diariamente no caminho de Miami e da região da Brickell Avenue para Key Biscayne, são imensos. Muito mais quadras de treino, mais espaço na área dos jogadores (três vezes mais), na sala de ginástica, nas áreas comuns. Os top 8 da ATP e WTA tem até uma suíte privada para receber seus convidados.
O fá ganha com mais espaço e mais estrutura.
O tênis agradece

Fotos Divulgação Miami Open