Guga reúne alunos e professores de escolas de tênis de 6 países em evento inédito

Numa grande ação inédita, o tricampeão de Roland Garros participou ontem (07) do Encontro Internacional de Escolas de Tênis, promovido pela Escola Guga, reunindo virtualmente professores e alunos de onze instituições do Brasil, Argentina, Equador, Estados Unidos, Espanha e Escócia, além de representante da ITF e um dos principais protagonistas da trajetória de Guga no tênis, Larri Passos.

As escolas de tênis convidadas tiveram a oportunidade de enviar perguntas ao Guga em três blocos do evento, dividido por idiomas. Pela primeira vez Guga respondeu perguntas de atletas e técnicos ao redor do mundo. Foram 12 questões que versaram sobre a história do tenista que conquistou a liderança do ranking mundial da ATP, em 2000.

Relembrando sua iniciação no tênis, Guga destacou o poder visionário do pai que em conjunto com Larri Passos enxergou nele o potencial de um campeão mundial. “Eles acreditaram nas minhas conquistas muito antes de eu começar a sonhar”, afirmou Guga, esclarecendo que o técnico tem que ter convicção no sucesso do atleta. “O Larri acreditava 100% a mais do que eu mesmo que seria possível chegar onde a gente chegou”, declarou.

Entre as várias questões a grande maioria teve o mesmo objetivo: entender como se constrói um campeão nas quadras. Guga e Larri foram categóricos nas respostas: muito trabalho e simplicidade. “O melhor do mundo também precisa melhorar. Todo o tenista, todo atleta, precisa fazer o melhor possível diariamente. Assim se constrói uma rotina saudável, e o desenvolvimento, o sucesso se torna uma consequência”.

Falando especificamente para os professores que participaram do evento Larri Passos declarou que o tênis é o esporte mais difícil do mundo. “Se uma criança bate bem, aprende a passar a bola de direita, de esquerda, sabe sacar, essa criança já é excepcional. É isso que o professor precisa ensinar, porque quem chega ao Top 10 é gênio”.

Sobre a relação técnico/tenista/família Guga afirmou: “É preciso respeito e confiança! E isso envolve toda a família do atleta. A partir do momento que eu estou convencido que o meu filho vai seguir esse caminho (no tênis) e eu tenho convicção que essa é a pessoa certa, eu tenho que confiar. A base dessa relação precisa ser a confiança. E o caminho envolve honestidade, clareza e muito trabalho. A família precisa torcer muito também pelo técnico. Saber respeitar o tempo também é importante!”

Guga também respondeu perguntas das 54 unidades franqueadas da Escola Guga no país, reiterando que a proposta de ensino do tênis e beach tennis na Escola Guga vai além do ganhar ou perder. E finalizou o evento encorajando a nova geração do tênis. “No pior cenário possível é preciso se sentir encantado dentro de uma quadra de tênis. Vocês têm todas as condições de fazer igual e até melhor do que a gente fez”.

ATP, WTA, ITF e Grand Slams se unem na criação de fundo de ajuda aos jogadores impactados financeiramente pela Covid-19

Os órgãos dirigentes do tênis mundial se uniram para arrecadar mais de US $ 6 milhões para criar um Programa de Ajuda ao Jogador, destinado a apoiar jogadores particularmente afetados pelo impacto contínuo da pandemia do COVID-19.

A iniciativa viu a ATP, a WTA, os quatro torneios do Grand Slam – Open da Austrália, Roland-Garros, Wimbledon e US Open – e a ITF, unidos em uma demonstração de apoio aos jogadores que enfrentam desafios sem precedentes devido ao impacto global do COVID-19. Atualmente, o tênis profissional está suspenso até 13 de julho de 2020.

Além das contribuições próprias, a ATP e a WTA administrarão as distribuições financeiras do Player Relief Program, que vê as respectivas contribuições dos quatro torneios do Grand Slam e da ITF divididas igualmente entre homens e mulheres. O Programa de Ajuda aos Jogadores terá como alvo um total de aproximadamente 800 jogadores de simples e duplas, necessitando de apoio financeiro. A elegibilidade para o Programa de Ajuda ao Jogador levará em consideração a classificação de um jogador e os ganhos em dinheiro com prêmios anteriores, de acordo com os critérios acordados por todas as partes interessadas.

A iniciativa das sete partes interessadas fornece a espinha dorsal financeira do Programa, com oportunidades para contribuições adicionais a seguir. Os recursos arrecadados por meio de iniciativas como leilões, doações de jogadores, jogos virtuais de tênis e muito mais, proporcionarão oportunidades para maior apoio ao avanço do Programa e serão bem-vindos.

A criação do Programa de Ajuda ao Jogador é uma demonstração positiva da capacidade do esporte de se unir durante esse período de crise. Continuaremos a colaborar e monitorar o apoio necessário ao tênis, com o objetivo de garantir a saúde a longo prazo do esporte em meio a esse desafio sem precedentes ao nosso modo de vida, e nossos pensamentos permanecem com todos os afetados no momento.

Há 20 anos, Guga fazia grande partida, mas perdia pro Sampras na final de Miami em jogo de alto nível e marcações duvidosas

Há exatos 20 anos, no dia 02 de abril de 2000, Gustavo Kuerten entrava em quadra para fazer mais um grande jogo na sua carreira, na final do Masters 1000 de Miami – na época Masters Series – diante do norte-americano Pete Sampras, um dos maiores de todos os tempos, que jogava com o apoio da torcida.

Ainda nos tempos de finais em 5 sets, os dois jogaram em altíssimo nível por mais de 3 horas, em partida que acabou com vitória de Sampras por 6/1 6/7(2) 7/6(5) e 7/6(8).

A partida ficou marcada também por bolas duvidosas, especialmente uma no tiebreak do set decisivo. Em um tempo sem desafio, restou ao brasileiro e toda sua torcida a reclamação diante dos árbitros.

Meses depois, os dois se reencontraram, na semifinal da Masters Cup, em Lisboa, com vitória do brasileiro, que seguia para a final, pro título e pro topo do ranking.

Na chave de Miami, Guga passou por grandes desafios desde o início, encarando Arnaud Clement, Goran Ivanisevic, Gianluca Pozzi, Wayne Ferreira e Andre Agassi antes da final.

O jornal O Globo do dia seguinte reconheceu a grande atuação do brasileiro, com a capa abaixo:

Confira também em seguida o release pós-final, produzido pela Diana Gabanyi, editora-chefe da Tennis View e então assessora de imprensa do Guga:

GUGA É VICE-CAMPEÃO EM MIAMI
Próximo desafio é a Copa Davis
Gustavo “Guga” Kuerten fez de tudo, mas não conseguiu conter o jogo do norte-americano Pete Sampras, número dois do mundo e acabou ficando com o vice-campeonato do Ericsson Open, o quinto maior torneio do mundo. Neste domingo, na final, Sampras venceu Guga por 3 sets a 1, parciais de 6/1 6/7 (2) 7/6 (5) 7/6 (8), em 3h18min de um tênis espetacular.
Depois de um primeiro set complicado, em que não teve praticamente chances diante de Sampras, Guga teve seu serviço quebrado no 1×2 e no 1×5, perdendo por 6/1. Na segunda série a situação também começou bem complicada para o brasileiro, que perdeu seu saque no 2×2. Mas, quando o dono de 12 títulos de Grand Slam sacava para fechar o set, no 5×4, Guga conseguiu quebrá-lo e levar a decisão para o tie-break, em que atuou brilhantemente vencendo por 7/2 e empatando o jogo.
No terceiro set não houve quebras de serviço e Guga conseguiu se sair de situações difíceis, como três break points no 3×4 e a decisão foi outra vez para o tie-break. Desta vez, no entanto, mesmo tendo salvado dois set points, Sampras fechou o set e ficou com uma vantagem de 2 sets a 1.
Na quarta série, com a quadra central do Crandon Park alternando gritos de ole Guga e let’s go Pete, o jogo virou uma verdadeira guerra de jogadas fantásticas de ambos os tenistas e outra vez sem quebras de serviço a decisão do set foi para o tie-break. Sampras abriu 6/2 e teve quatro match points seguidos, que Guga salvou com excelentes serviços e devoluções de saque. No 6/7, mais um match point para o norte-americano e Sampras fez dupla-falta. Depois no 7/8, com outro match point, Guga conseguiu se salvar empatando tudo.Mas, no seu serviço uma bola de Sampras foi na linha, segundo o juiz e Sampras teve o sétimo match point, que não desperdiçou.
“Foi uma grande semana para mim, especialmente com o apoio da torcida brasileira que foi maravilhosa. Pelo menos tentei ganhar do Agassi e do Sampras no mesmo torneio, mas meu jogo não foi suficiente. De qualquer maneira estou feliz pela semana que tive e ter disputado essa final, pela primeira vez, foi incrível,” disse Guga, na cerimônia de entrega de prêmios.
Durante o jogo Guga marcou 16 aces, quatro duplas-faltas, teve 57% de aproveitamento do primeiro serviço, venceu 68% dos pontos com o primeiro saque, fez 54 winners, 19 erros não forçados, 68% de aproveitamento na rede e 147 pontos vencidos no total.
De acordo com os cálculos da ATP, com os 350 pontos conquistados por ter alcançado a final, Guga (Banco do Brasil/Diadora/Head/Pepsi/Rider), atual 6º colocado no ranking mundial, aparecerá na quarta posição nesta segunda e na Corrida dos Campeões, em que hoje é o 26º, será o oitavo.
Diana Gabanyi

Daniel Azulay era muito mais que um pintor e fã de tênis. Era gênio da arte e inspiração pra vida

Daniel Azulay nos deixou nesta sexta-feira, dia 27/03, aos 72 anos. Difícil encontrar alguém que hoje tenha pelo menos 30 anos de idade e não tenha tido a infância ou adolescência marcada por esse gênio das artes.

Criador de personagens simbólicos, Daniel também tinha uma ligação com o tênis já que, além de praticante, era presença constante nos torneios e ainda foi o responsável por desenhar pôster do Rio Open.

Diana Gabanyi, editora-chefe da Tennis View, teve a chance de participar de uma de suas obras recentes mais marcantes, quando fez a entrevista para o livro A Porta, lançado em 2011.

Confira a reedição dessa entrevista e algumas fotos, como nossa singela homenagem ao gigante Daniel Azulay:

Diana Gabanyi – Daniel, A Porta é um marco tão grande na sua carreira e na sua vida que virou nome de exposição e é o nome deste livro. Como você chegou a esta produção, de pintar uma porta em tamanho natural?

Daniel Azulay – Eu pintei A Porta como uma válvula de escape. Eu estava encostado num canto de parede, sem perspectiva pessoal, com problemas familiares, num momento de insatisfação com a parte comercial dos meus cursos de desenho. Minha mãe estava doente –  faleceu em 2006 –  e justo nesta época, não sei onde, li um ditado que diz: “se as oportunidades não baterem à sua porta, construa uma porta para você.” Foi aí que decidi pintar a porta. Só que eu não podia pintar uma portinha. Tinha que ser uma porta que eu pudesse passar por ela, uma porta do tamanho da porta que a gente tem que passar todos os dias.

 

DG – Imagino que você não tinha ideia de quantas portas A Porta te abriria.

DA – Eu não tinha me dado conta de como a porta é presente na vida de todo mundo. Quando você nasce, passa por uma porta. Quando você passa pela vida, passa por outra porta. Eu não tinha dimensão física e nem espiritual disso e fui pintando. É quase mágico. A porta abriu. Dela, surgiram várias exposições ao redor do mundo e aí eu vi que a porta é um redemoinho. Você pisa num vácuo e vai na direção do vento.

 

DG – Quando você começou a pintar essa obra, acabou pintando uma série de outros quadros neste período, que não diretamente são um reflexo da Porta.

DA – Fui produzindo tão aleatoriamente que as pessoas, especialmente o meu irmão JomTob Azulay, disse, quando montei a exposição A Porta, que parecia uma coletiva de artistas, de tantos estilos diferentes reunidos.

 

DG – Mas, de fato, A Porta é uma obra única, que foi vendida para um colecionador de São Paulo. Você não chegou a pensar sobre a criação de uma série de Portas?

DA –Até me sugeriram fazer uma série de portas.

A galeria Walter Wickiser, com mais de 40 anos de existência em Manhattan, queria uma exposição só de portas, em que as variações aconteceriam nas frestas. Foi uma grande ideia, mas uma fresta é muito pouco para mim. Sou muito mais do que uma fresta.

 

DG – Tão mais do que uma fresta, que você pintou uma porta em tamanho natural e praticamente em 3D. Como foi esse processo criativo?

DA – Eu queria que as pessoas pudessem admitir a possibilidade de passar pela porta. Para você fazer uma pessoa sentir isso, eu tinha que sentir. Se fizesse um retângulo em pé as pessoas não teriam a sensação de passagem, de ter a curiosidade de ver mais do que aquela fresta tinha para ver.

Para criá-la, eu sabia o que não queria. Não é um raciocínio lógico.  Não é uma esquadria. É uma visão poética. A poesia que existe em torno que me inspira. As pessoas me veem como uma pessoa de imagem, que eu sou, um artista, mas sou inteiramente movido à poesia, à ideia.

DG – A Porta é uma produção mais recente. Mas, a sua carreira de artista começou quando você era muito jovem, recém-formado em Direito.

DA – Meu pai é advogado de renome. Fortunato Azulay, autor de livros e conferencista, e queria que todos os filhos primeiro se formassem em direito.

Eu não fui uma criança que gostasse muito de ler, porque meu pai me obrigava a ler e era contra história em quadrinhos, me proibia de ler Fantasma, Mandrake. Ele achava que se fosse viciado em história em quadrinhos, não leria nenhum livro.

Eu ainda fui criado sem televisão, caminhando do gibi para os livros naturalmente e comecei a ler os que tinham imagem. Eu nasci com uma coisa magnética com figuras. Me lembro de ir para o colégio decorando os nomes dos edifícios e analisando o grafismo de como cada edifício enfeitava a sua fachada. Sou tão apaixonado por imagem, quanto por caligrafia, por fontes, por palavras, e cresci equilibrando isso. A imagem precisa de texto, o texto precisa de imagem.

 

DG – Foi isso que te levou a ser um desenhista de humor, como você gosta de falar?

DA – Eu sonhava em ser cartunista. Mas prefiro chamar de desenho de humor.

 

DG – E estes desenhos de humor te levaram a fazer uma exposição, “Jerusalém,” que mereceu destaque em uma coluna do Carlos Drummond de Andrade, no Jornal do Brasil, reverenciando a sua maneira singular da captar a essência do humano e remetendo às figuras das culturas judaicas e árabes que você pintou naquela época.

DA – Nem me passou pela cabeça que as figuras eram conflitantes, por pertencerem a credos diferentes, envolvendo questões sociais, de assentamento de terra, de dogmas religiosos.

Era 1969 e eu estava em Jerusalém para jogar tênis nas Macabíadas, os Jogos Mundiais Judaicos . Era a minha primeira vez em Jerusalém e me lembro mesmo da mancha andando na luz, que é muito mais forte lá. É como acender um refletorem umestúdio.

A sensação que eu tinha era que o meu olho brilhava tanto que aquela figura de negro, de batina, com túnicas e roupas pretas, me atraía. Peguei um vidrinho de nanquim, uma peninha de escrever, que não era nem de desenhar e fiz uma coisa que eu nunca tinha feito. Manchei várias folhas e depois comecei a construir os desenhos em torno das manchas.

 

DG – E não foi só do Drummond que você chamou a atenção. Do Uri Geller, também com “Jerusalém”.

DA – O Uri Geller, nos anos 70, ficou fascinado com as obras, por ser israelense e por ser um mágico ilusionista.

 

DG – E Jerusalém virou uma exposição. Podemos considerar então que foi a sua primeira Grande Porta. Quem te influenciou a desenhar daquele jeito?

DA – Foi uma influência direta do grande Saul Steinberg. Ele foi um inspirador daqueles rabinos e quem me apresentou o Steinberg foi o Ziraldo.

Ele tem um refinamento que faz a imagem se transformar em muito mais do que um desenho. É uma mensagem filosófica.

Nesta mesma linha do Steinberg, o Ziraldo me apresentou os desenhos refinados do Andre François e do Ralph Steadman.

Acho que em Jerusalém consegui fazer isso. Você olha os rabinos e vê a sutilieza, a transparência, a delicadeza, a atitude casual, sem precisar de explicação.

 

DG – Curiosamente, a técnica que você usou, o Dripping, você voltou a usar recentemente.

DA – Exatamente. Desde 2006 venho gotejando de novo. Não sabia na época, que existia o Dripping Art, o Jackson Pollock.Fiz por instinto. Achava o grafismo da mancha muito interessante.

De fato comecei em 1969 pintando com gotas de nanquim e os quadros todos tem esse gotejamento, que produz um efeito extraordinário.

 

DG – Da mesma maneira que Jerusalém abriu a sua primeira grande porta, ela fez você, depois da exposição, voltar as suas atenções para o mundo infantil.

DA – Depois de Jerusalém resolvi não fazer mais nada para adultos, me despedi e comecei a escrever e ilustrar livros para crianças, fui para a televisão, cheguei às oficinas de desenho onde fiquei mais de 20 anos.

 

DG – Você passou anos sem expor depois de Jerusalém, mas continuou ligado à arte.

DA – Fiz muita televisão e muitos retratos encomendados de pessoas.

Depois comecei a fazer paisagens do Rio de Janeiro, mas já era na época da Porta.

 

DG – Da série A porta, a bicicleta tem um papel muito importante na sua obra. Coincidiu com o seu momento. Na porta você estava sem perspectiva. A bicicleta é da mesma fase, em que você buscava o equilíbrio?

DA – É, veio tudo junto.Mas, antes disso tive um caminho muito complicado. Foi muito difícil fazer arte. Nunca estudei, sou auto-didata e formado em direito. A arte é uma percepção que nasce com você.

Para mim, desenho sempre foi como respirar.Surgiu naturalmente. O Dali – Salvador –fala algo muito interessante: “Desenhar é a integridade da arte, não há oportunidade de trapacear. Ou é bom, ou é ruim.”

 

DG – E isso é você?

DA – Acho que sim. Uma das coisas mais importantes da vida é você ser verdadeiro com você, e com os outros. Quem não me conhece pessoalmente, quando vê uma obra minha,pode ver uma parte de mim, um comprometimento, uma sinceridade.

Aquilo que está pronto é como você queria que fosse, não é aleatório e você constata isso no conjunto da obra.

 

DG – Mas, voltando à bicicleta, porque a bicicleta? De tantos objetos ou outras coisas ligadas a movimento, uma  moto?

DA – Porque a bicicleta é uma imagem perfeita da flexibilidade que a gente tem que ter na vida, do jogo de cintura, de ter maleabilidade para acompanhar as mudanças.

Eu não fiz outra coisa na vida a não ser acompanhar.
Tem um ditado que diz: “Pedra que rola, não cria limo.”

Se você fica preso, parado, é como criar ferrugem, pegar poeira.Se você está em constante movimento, acompanha o curso da vida.

E essa flexibilidadetem uma sequência, como uma história em quadrinhos, seguindo formas diferentes, até adquirir um equilíbrio pleno. Uma bicicleta começa torta e termina certa.

A escultura do múltiplo é a bicicleta torta, projetando uma sombra numa bicicleta certa.

 

DG – Assim como a mancha, dos ortodoxos em Jerusalém, a sombra é muito presente na bicicleta.

DA – Quando imagino uma bicicleta, não penso num veículo, num meio de transporte. Vejo a sombra projetada. É o reflexo do torto em busca do equilíbrio. A minha bicicleta pintada, esculpida, é um par de asas, um redemoinho, uma roda-gigante, um carrossel, em que estamos todos em órbita, dançando ao redor da luz.

 

DG – De todas estas obras do período da Porta, excluindo a Porta em si que tem cores sombrias, todas as outras são muito coloridas Esse colorido é uma influência do meio, do lugar onde você vive?
DA –É da nossa cultura moura, da nossa influência européia, do abadá. O Brasil é um país colorido e apesar de nunca ter querido fazer arte decorativa, o meu sentimento é tão vivo que não poderia deixar de usar isso, até porque sou uma pessoa alegre, não faria sentido fazer pinturas obscuras, sombrias.

Você conquista o mundo e as pessoas atraído pelas cores. Gosto de chamar a atenção das pessoas para a luz. A luz existe, brilhe com ela.

 

DG – Você já explicou, mas ainda assim é surpreendente que tudo isso tenha vindo nas mesma época. O Maracanã, a Natação, a Bicicleta.

DA – Uma jornalista do New York Times escreveu que achava que eu estava numa fase alucinada. Eu estava muito angustiado. É um alívio saber que pude dar vazão a isso tudo. Eu ia enlouquecer se não conseguisse fazer todos esses quadros, durante aquele ano e meio.

A arte é importante para o equilíbrio emocional e tem essa propriedade extraordinária.

Acho que passei  dez anos sendo testado como aqueles caras da NASA, só que num estúdio, desenhando, fazendo música, brinquedos. Passei por uma grande experiência biônica, de pensar e produzir. Quando o Cazuza, por exemplo, chegava para gravar o clip dele no programa de televisão com os músicos, eu criava com o diretor do programa, um clip em animação feito na hora. Eu desenhava, recortava com a tesoura, e não fazia duas vezes, porque não dava tempo de errar. Quando parei de fazer televisão não tinha como romper com esse ritmo frenético.

 

DG – Com essa sua relação especial com as crianças, as suas obras também tem um tom de brincadeira, como o caso do quadro “Três Macacos.”

DA  – Tem uma pessoa que fez graça e me disse: “Você está me devendo um macaco, só estou vendo dois.”

Eu pintei o quadro “Três Macacos,” fazendo um jogo de palavras, induzindo a pessoa a imaginar o terceiro. O terceiro está sempre em movimento, ele passa e você mal consegue ver.

 

DG – A sua obra toda tem muito ligação com esporte. É influência de ter jogado tênis, de jogar até hoje, ou  é uma influência do Rio?
DA – É uma mistura de tudo isso. Se eu nascesse em Rondônia, ou num outro ambiente, provavelmente não teria isso. O Rio é uma cidade de luz e movimento, espontânea, casual e por ser um balneário, tem uma geografia diferente. O fato é que as praias, o frescobol, a casualidade carioca que o João do Rio falava de flanar pelas ruas me levaram a descobrir o movimento e o corpo em movimento, retrata essa dinâmica.

 

DG – Mas, antes dessa inspiração esportiva e carioca, você teve a sua fase paisagens, muito bem representada pela sua obra “cookie jar.”

DA – Eu havia feito um programa para crianças contando a história da antiguidade, desde os povos egípicos e muito da história da antiguidade chegou através da cerâmica utilitária.

O homem pôde compreender a sua história através de fragmentos de jarras. Fiquei muito interessado, em como uma jarra pode contar a nossa história.

 

DG – O estilo de pintura do “cookie jar,” é bem diferente das outras?

DA – Eu queria dar um cunho popular e me sinto muito à vontade de não sentir limitação técnica para expresser as minhas ideias.

Gosto da referência rastafari, da Jamaica, e gosto muito de frases de caminhão.Tem desenhos artísticos, ingênuos, primitivos e achei interessante fazer uma releitura disso.

 

DG – Outras obras suas que representam muito o Brasil, esporte, o Rio, são o Futebol e o Maracanã. Mas o Maracanã vai além de ser apenas uma pintura numa tela. É uma obra interativa.
DA – Ela podia ser uma tela só. Mas fiz uma tela que podeter 15variações. São 15 módulos magnéticos, telas de chassigrampeadas, com magnetos nas costas. É um quadro grande, com mini-telas, como se fosse um quebra-cabeça.

Foi pura inquietação.  Quando fiz a imagem do Maracaña, vi que ia ficar muito óbvio. Foium processo de investigação em que analisei as outras possiblidades que existiam de não repetir, afinal o Maracanã éum cliché tão grande.

 

DG – Nesta sua série múltipla, com uma explosão de ideias, você também fez reproduções do Catupiry e da Coca-Cola, duas de suas paixões, num momento Pop Art.

DA – Foi uma posiblidade extraordinária que eu nunca tinha experimentado. Quando você compra o produto, há uma embalagem. Quando você compra uma roupa, ela é a segunda pela da pessoa, há uma identidade.

Comecei a brincar com os símbolos e peguei marcas consagradas, com a intenção de transformá-las numa obra de arte, mas confesso que fiquei muito receoso, especialmente com o quadro do Catupiry.

Foi umaobra que deu muito trabalho. São duas telas grandes, uma escultura pintada, desforme e que você percebe o tempo todo a marca do Catupiry.
Quando pensei que iria expor, comecei a imaginar o que aconteceria se a Catupiry achasse queeu estava distorcendo o valor mais importante do produto, que é a identidade da marca.

Depois de quase seis meses fazendo o quadro, liguei para eles, me apresentei dizendo que tinha feito um quadro, que iria expô-lo e que tinha transformado o Catupiry em obra de arte equeria ver a possiblidade deles comprarem a obra. Fiz isso pisando em ovos, pois não sabia qual seria a reação deles.

Eles compraram o quadro, mas foi o processo mais ao contrário que fiz na vida.

 

DG – Você teve o receio do Catupiry, mas não teve receio de ser comparado ao Warhol?

DA – Tive mais receio de ser comparado com o Daniel Azulay da turma do lambe-lambe, do algodão doce.

Todo mundo passa um pouco pela Pop Art do Warhol, assim como muitos artistas foram influenciados pelo cubismo de Picasso. O que fica indelével, verdadeiro, é mostrar coerência no que você faz.

Se você trocar latas Campbell por latas de ervilha, não vai mudar muito. Vai continuar sendo uma cópia de Pop Art superficial e sem significado de maior expressão. Já tive muitas dúvidas. Mas, você tem que acreditar em você, no que você é, no que você quer fazer e no produto final. A obra fala por si. As pessoas e o tempo naturalmente vão corrigindo as curvas da indiferença.

A rejeição faz parte do processo. Até você  contornar as dificuldades, passa por muitas bicicletas tortas para encontrar o equilíbrio.

 

DG – De fato foi um momento de explosão criativa e isso fica bem claro na “Origem da Vida,” que deu nome à sua exposição na Suécia.

DA – A Porta tinha sido o nome da exposição em Helsinki e quis mudar quando fui para a Suécia e ficou A Origem da Vida. Depois que a porta abriu, não queria ficar só nela. A Origem da Vida eu comparo com uma porta que abre aquele horizonte, que diz o que aconteceu depois que a porta abriu, começou uma vida nova.  Com A Porta, naturalmente, foi vindo um convite atrás do outro e até 2014  vou para China e o Japão. A Porta me abriu uma nova vida, que era uma coisa que eu estava buscando.

Eu estava procurando uma saída.

 

DG – Apesar de você estar sempre em movimento e de ter obras dos mais variados temas, os animais presentes nas suas obras se restringem apenas ao Macaco, aos Cavalos e a um Cachorro especificamente. Inclusive, a obra do Cachorro você diz que é a única que não vende.

DA – Eu só fiz um ou dois quadros sobre cachorro e é o do Labrador de uma amiga, o único quadro que não vendo porque foi uma coisa muito estranha.

Fui encontrar essa amiga pensando que fosse fazer o retrato dela, mas ela não estava interessada e só falava nos cachorros e acabei fazendo o retrato do Labrador, pela expressão dele olhando para cima, no momento que fotografei.

Resolvi experimentar uma técnica de bico de pena e transpor isso para a tela.

Quando comecei a pintar o cachorro pensei:“esse cachorro está olhando para onde?”Resolvi então fazer os predios – sou fascinado pelos predios de Nova York.
e me lembrei do Rockfeller Center, porque aparece muito no filme do Batman, das histórias em quadrinhos.

Fiz várias torres e tinha que acontecer alguma coisa nelas, lá em cima.

Pensei numabola de fogo, mas fiz uma luz com uma borboleta voando perto das torres.

O quadro ficou pronto, está pintado assim como está aí e foi exposto no dia 26 de junho de 2001.

Poucos meses depois eu estava no escritório e veio o 11 de setembro. Era o ataque às torres e eu não parava de olhar, de baixo para cima que era de onde – você repara, 90% das imagens deste dia são – , as torres, explosões de fogo, aviões entrando nos predios, comecei a ver o enquadramento das torres, com uma bola de luz lá, e lembrei de uma pergunta que uma repórter da TV Bandeirantes fez no dia da abertura da exposição.

Ela perguntou:“Qual é a ideia do quadro, porque o cachorro está sozinho no meio desses predios?”

Eu respondi:“o preço da liberdade é a eterna vigilância.”Mas não sei porque que falei isso.

 

DG – Foi praticamente uma premonição.

DA – Eu disseaquilo para a repórter e você olha as guerras dos Estados Unidos e todas procuram salvaguardar a soberania do Império Americano. É uma coisa muito estranha que dois meses depois da exposição o mundo tenha mudado. Nunca se viu uma coisa dessas na história da humanidade.

Esse quadro, não vendo por nada.A ideia é doar para o museu do World Trade Center e já até falei com eles.

 

DG – Esse quadro realmente é uma história a parte, mas em relação aos animais, os cavalos são os que tem mais presença na sua obra.

DA – O cavalo assimo como o automóvel e a bicicleta, tem uma paixão que acompanha a necessidade do homem de se locomover. É um meio de locomoção, desde os tempos antigos.

Do cachorro para o cavalo, do cavalo para a bicicleta, é uma evolução.

Além disso, o cavalo é uma imagem. Leonardo Da Vinci fez cavalo. Picasso fez nas touradas. O cavalo faz parte da história da arte. É muito bonita a representação e  um tema interessante, porque o cavalo tem uma anatomia distinta como animal. É um símbolo de força e muito rico de poder desenhar, mas não é uma especialidade minha.

 

DG – Mas o Toy Art se tornou uma especialidade sua, pelo menos durante um período. Foi uma inspiração dos seus tempos de programa de televisão ou da ligação com as crianças?

DA – Tudo começou com amigos pedindo para eu fazer quadros da turma do lambe-lambe. Eu não queria.

Era um período também em que a minha mãe, antes de falecer, estava com um problema na mácula de visão e não havia jeito de reverter isso. Levei-a a um oculista,  mas fiquei muito nervoso com isso tudo e estava com um lápis e papel que arranjei e comecei a desenhar essas figuras pulando em movimento.

 

DG – Chegaram até a brincar dizendo que você tinha alucinado, com tanto movimento e olhares que tem no quadro.

DA –  Parece mesmo uma coisa anos 60, quando as pessoas tomavam ácido e ficavam vendo essas coisas trocadas, fora de registro.

Depois de tanto pedirem para eu fazer quadros com as imagens dos personagens da turma do lambe-lambe e de me perguntarem se eu havia me despedido das crianças, fui pensar no tanto de infância que tem dentro de mim e escolhi fazer uns personagens do inconsciente de todos nós, que são os personagens dos bichinhos de pelúcia que todo mundo tem, dos bonecos que os meninos ganhavam.

E fiz um quadro de Toy Art com várias carinhas e olhinhos, de bichos, bonecos…

 

DG – E isso se tornou o Funny Faces?

DA –  Achei o nome tão alegre, parecido comigo, tem alegria  ecombinava com o tema criança.

 

DG – E você levou o Funny Faces para Nova York e para o Louvre também.

DA – Quando cheguei em Nova York em 2007 comecei a ver Toy Art como design nas galerias, sendo chamado de arte contemporânea.

O Toy Art é um brinquedo de adulto e oFunny Faces é realmente muito representativo, por ter ficado no Louvre e isso me levou a pesquisar a origem do Toy Art, que vem de um movimento muito legítimo que está nas ruas, nas roupas, com um contexto que influencia movimentos artísticos. Fiquei fascinado com o Takashi Murakami, de ver quea combinação do design, do estilo, do graffiti combinado com bonecos representam uma estética plural.

 

DG – Do Funny Faces você fez pinos, como o João Teimoso que balança e dos pinos você está nos manequins de vitrine, que tem uma coisa em comum com o Toy Art, que é o olhar inanimado de bonecos que viram gente. O olhar, especialmente no Toy Art, é muito representativo.

DA –Dar vida aos manequins, que quando conseguem chamar a atenção, são vistos como pessoas, é um passo mais recente.

A minha convivênciafrequente com bonecos de quadrinho, me levou para o Toy Art naturalmente.

Mas demorei um bom tempo para entender exatamente o significado daqueles olhos. Só depois percebi a frequência com que as pessoas diziam que estavam me vendo e vendo a infância delas na obra. Você tem um olhar, pinta,faz uma obra que as pessoas vão ver, mas são pessoas que te viram numa outra tela, a tela da televisão, numa interatividade multi-facetada e que percorre muitas direções.

 

DG – E isso foi uma característica sua sempre?

DA – Interatividade, multi-meios, sempre esteve presente, ainda mais no Toy Art, em que as pessoas podiam tocar e olhar em cada lado. A figura, com dobradiças,  não acaba. São múltiplos. Tem variações do mesmo tema, mas fui abandonando pelos manequins.

Toy Art entrou como uma estética e por isso afirmamos que o contemporâneo é diferente do modernismo.

É muito bom que haja linhas divisórias, que haja coisas autênticas, representativas de uma época.

 

DG – E o quadro Mocinhas já é um início dos Manequins?

DA – Esse quadro foi influenciado pelo fato de eu ter tido loja de roupa, boutique nos anos 60, por fazer estamparia e tamancos.

 

DG – Mas atualmente você está na fase Manequim. É a sua produção mais recente.

DA – É uma consequência muito ligada ao fato de ter pintado muitos retratos de pessoas.

Comecei a pesquisar manequins de lojas depois da exposição de Estocolmo.

Pintar essa expressão inanimada que parece viva é uma experiência fascinante.

Pintei muitas pessoas e fiquei encantado pela possibilidade de dar vida a elas, retratando manequins de loja como se fossem pessoas, mas numa expressão muito curiosa entre o verdadeiro e o inanimado, entre a pessoa de verdade e o manequim.

Existe coisa mais bonita do que representar pessoas na vida gente?

 

DG – Você coloca o Lucien Freud como grande referência para os manequins.

DA – Ele me  influenciou muito. Dedicou a vida inteira a isso.Gosto de outra influência neste campo de pintura, a do Francis Bacon. A técnica dele é fascinante, como tem composição e expressão.

 

DG – Você já se acha referência?

DA – Quando você se torna referência você passa a ser copiado, então não é muito fácil estar detectando isso.

Tem tanta cópia no mundo. É tão grande o limite quanto a própria imaginação.

Estou concentrado em produzir.Esse processo corre como o rio.Deixo isso por conta de cada um.

Faço arte para me expressar e viver é ousar. Sempre fui curioso, sou experimentador.

Foi tudo muito torto. Foi muito difícil preservar uma coisa que eu queria fazer, manter.

Poderia ter abandonado o direito e o desenho, mas

aprendi por experiência propria que não há nada de bom, nem de ruim na vida. Ela é feita de escolhas. E o melhor que a gente tem que fazer é escolher com sabedoria.

A atividade espontânea estimula a imaginação criadora. É aquela que permanece quando alguém esquece tudo que aprendeu no colégio. Mas, para ser inventivo não é possível cortar caminhos. Não existe atalho para o conhecimento pleno.

 

DG – A Porta te abriu tantos caminhos que te levou a fazer um livro. O que você busca que a pessoa sinta ao ver a sua obra completa?
DA – Que ela me conheça integralmente. Um conjunto reflete amadurecimento. Vou fazer 65 anos em 2012. Pretendo viajar mais ainda e fazer como o Ziraldo disse. Resumir tudo que eu aprendi na vida com as crianças, com as pessoas, com a própria vida e que eu possa refletir isso nas criações.

Tem um poeta pernambucano chamado Carlos Pena Filho que escreveu um belo soneto, A solidão e sua porta.

“Lembra-te que afinal te resta vida com tudo que é insolvente e provisório, e de que ainda tens uma saída. Entrar no acaso e amar o transitório.”

Jackpot cassino e as apostas no Brasil

O jackpot cassino é, simplesmente, o maior prêmio que você pode atingir em qualquer jogo de cassino (poker, blackjack, roleta, etc.). No entanto, é comum associarmos facilmente o conceito de jackpot às slot machines ou máquinas caça-níqueis, que, no mais das vezes, são as que oferecem as maiores e mais interessantes quantias. E isso por quê? Porque as máquinas caça-níqueis são o jogo de cassino mais popular e diversificado quanto ao público: desde jogadores experientes até “curiosos” que se sentem atraídos por suas regras simples. 

O jackpot funciona, nesse sentido, como uma forma de atrair novos clientes e, ao mesmo tempo, de fidelizar aqueles mais ambiciosos que ainda gostam de desfrutar de uma rodada clássica. Além disso, fica cada vez mais difícil não gostar dos gráficos e do dinamismo das slot machines, com opções mais complexas e multifacetadas, e até com temas de filmes ou séries que oferecem uma atmosfera animada.

Nessa oportunidade vamos falar das modalidades de jackpot cassino: o jackpot fixo e o jackpot progressivo nas slot machines. No jackpot fixo, o dinheiro que você pode levar no seu bolso é predeterminado e independe do número de máquinas caça-níqueis conectadas entre si ou da quantidade de jogadores que estejam participando nesse momento. Um jogo de jackpot padrão terá um valor de pagamento fixo quando o jackpot chegar. Já no jackpot progressivo, a quantia irá crescendo a cada rodada e segundo os jogadores que entrarem no jogo, isto quer dizer que o ganho é exponencial.

Como funciona o jackpot progressivo?

Toda vez que um jogador faz uma aposta, uma porcentagem do dinheiro apostado vai para o jackpot de todos os caça-níqueis interligados. Nos cassinos tradicionais, o número de jogadores é colocado em um local bem visível e atraente com o intuito de incentivar novos jogadores a participarem, motivando, portanto, o incremento da quantia total.

Quanto aos cassinos online, cada vez mais populares no Brasil e no mundo todo, ao não possuírem um número limitado de máquinas caça-níqueis e, por conseguinte, de participantes, a soma oferecida será ilimitada e bem interessante. No entanto, na modalidade tradicional existe também a possibilidade de que o jackpot esteja interligado entre vários cassinos, criando uma rede e fazendo o jogo ainda mais atraente.

Quanto ao jackpot progressivo, ele é subdividido, à sua vez, em dois tipos: o jackpot progressivo interno e o jackpot progressivo local. No primeiro caso, pode acontecer que o jackpot seja pago pelo fabricante da máquina, e não pelo cassino. Depende, então, do tipo de slot na que você esteja jogando. No outro tipo, a quantia é paga por um cassino ou vários, sendo ainda maior e podendo atingir vários milhões.

Então, será que é melhor jogar em máquinas de jackpot fixo ou em máquinas de jackpot progressivo? Em qual das duas há mais possibilidades de obter ganho?

É bom começar, sem dúvida, por conhecer a máquina na que você quiser jogar. Aliás, a melhor estratégia talvez seja criar um leque amplo de possibilidades, apostando uma parte do seu dinheiro às máquinas de jackpot fixo e outra parte às de jackpot progressivo, atentando sempre, no caso dos cassinos tradicionais, à quantidade de participantes envolvidos. Mas, não podemos esquecer que, a fim de contas, ganhar o prêmio maior é questão de sorte. Então, é só “girar e ganhar”, ou melhor, ter uma jogada de sorte, e o resto é história! 

 

 

Relato: A incrível experiência de participar de um curso de arbitragem com Ricardo Reis

No último final de semana, o Rio Open realizou no Clube Marapendi, no Rio de Janeiro, o Festival Winners 2019, que celebrou o Dia das Crianças com torneios, clínicas e outras atividades, como curso de encordoamento, voltadas para a nova geração do tênis brasileiro.

Entre as atividades da programação, foi oferecido um curso de arbitragem, no sábado, dia 12, com teoria e prática, com o árbitro Ricardo Reis, reconhecido como um dois maiores expoentes brasileiros nesta área, sendo Gold Badge, com uma carreira internacional de sucesso também e supervisor do Rio Open.

Com a curiosidade e o interesse em fazer um curso de arbitragem há algum tempo (e o quase “esquecimento” do Rio de Janeiro no calendário de cursos oferecidos pela CBT), resolvi me inscrever e participar. E posso garantir que foi uma experiência incrível!

O conhecimento e educação o Ricardo Reis são dignos de nota, mas o caráter mais intimista dessa experiência, que contou com aproximadamente 15 participantes, deu um destaque a mais para quem estava ali pra aprender mais sobre as técnicas e o ofício de um juiz de linha.

Desde o início, todos os participantes  foram muito bem recepcionados pelo Ricardo e toda equipe do Rio Open, inicialmente em um salão com recursos multimídias que focou na parte teórica da função, com toda a explicação técnica de alta qualidade.

Além disso, o material didático oferecido a cada aluno – uma apostila de mais de 40 páginas – e toda a atenção do Ricardo, pronto para sanar qualquer dúvida, deixaram a experiência muito mais leve e, digamos, fácil de ser absorvida.

Nesta parte, foi ótima a idéia de exibir alguns vídeos que exemplificam as experiências – e perrengues – enfrentados pelos juízes de linha mundo afora. E claro que casos conhecidos de reclamações efusivas de jogadores e jogadoras (sim, Serena serviu de exemplo. Ou mau exemplo rs) também foram mostrados. Sem dúvida, arrancou boas risadas dos alunos.

Depois, era hora de testar em quadra aquilo que aprendemos em sala. Aproveitando vários jovens tenistas que estavam participando do evento, nos posicionamos em quadra (e pode acreditar, essa é uma parte que gera muita confusão) com toda a orientação do Ricardo. E olha, o início não é fácil. Até acostumar, é um show de marcações atrapalhadas, de gritar “out” e marcar bola boa. E vice versa. Foi até engraçado.

Tudo na arbitragem é muito técnico. Começando pelo posicionamento, de pé ou sentado, a posição dos braços, o time entre a chamada e o movimento do braço. Tudo é ou deve ser bem sincronizado, dentro de um padrão.

Minha primeira experiência em quadra foi ficar sentado, marcando a linha de base. Eu estava nervoso, não posso negar. Atenção (ou tensão) total! Primeira bola longa e…”OUT”. Convicto! Movimento certinho (pelo menos na minha cabeça), chamada perfeita, mas será que foi mesmo? Modéstia a parte, a confirmação veio com um: “Isso, convicto. Muito legal!”e um sinal de positivo do próprio Ricardo Reis. Ufa…é um alívio e uma moral tão grande que até deu vontade de tomar conta da linha de saque de um jogo da Serena no US Open! Rs.

Brincadeiras à parte, o evento foi incrível! Muitas crianças, muitas famílias, diversão, comida boa e de qualidade oferecida pelo próprio Rio Open, muito tênis e, principalmente, muito aprendizado!

E pra quem tiver o interesse e a oportunidade de participar de um curso como esse com o Ricardo, vale muito a pena! O conhecimento é imenso e, sem dúvida, a visão passa a ser outra, especialmente dos detalhes que acontecem em uma partida de tênis. Só posso agradecer ao Rio Open e ao grande Ricardo Reis!

Por Filipe Alves

Torneio de tênis em Xangai tem nomes brasileiros em destaque

O brasileiro Marcelo Pinheiro Davi de Melo, está presente no ranking dos 100 maiores tenistas do país. Nascido em Belo Horizonte o tenista se destaca na categoria de duplas, onde alcançou o posto de número 1 pela primeira vez em 2015.

A história desse tenista não começou agora,hoje Marcelo é conhecido como um dos maiores tenistas do mundo na categoria duplista e já coleciona mais de trinta títulos.

Em 02 de novembro de 2015 o tenista entrou definitivamente para a história do tênis. Foi em Paris que o brasileiro brilhou vencendo o torneio de duplas sobre os, então melhores, Bob e Mike Bryan. Foi também nessa data que Marcelo Melo se transformou oficialmente no numero 1 do ranking de duplas ATP.

Melo participa do torneio de tênis em Xangai e junto com sua dupla, o polonês Lukasz Kubot, os dois deram mais um importante passo na luta por mais um titulo mundial.

Em entrevista Melo demonstra alegria e declara que apesar de um inicio considerado bom, eles cresceram ao longo da partida e acabaram definindo a vitória no match tie-break. Agora é montar uma estratégia para a próxima disputa. códigos promocionais.

Após mais uma boa apresentação no Masters 1000 Xangai, a dupla chegou às quartas de final e sua próxima disputa será contra seu ex parceiro, o croata Ivan Dodig, que joga ao lado do eslovaco Filip Polasek, lembrando que a dupla vem de uma vitória em cima de Rojer e Tecau por 7/6(6) 6/7(4) 10-7.

Uma derrota que surpreendeu a todos foi a do Novak Djokovic e do seu compatriota Filip Krajinovic por 6/3 6/2. A derrota foi diante da dupla britânica Jamie Murray e Neal Skupski em 58 minutos pelas oitavas de final.

Outro brasileiro que merece destaque é o cearense Thiago Monteiro, que disputa o torneio pela série Challenger de Santo Domingo, na República Dominicana. O Atleta que é um dos principais favoritos ao titulo, é também o centésimo sexto no ranking. O tenista teve um duelo contra outro brasileiro, o gaúcho Oscar Gutierrez, sendo preciso 1h42 em quadra para triunfar na partida por 6/3 7/5, tendo ainda que salvar três set points no 5/4 do segundo set.

Agora resta aguardar pela definição do duelo entre o favorito espanhol Mario Martinez e o chileno Alejandro Tabillo.

Alguns dos tenistas esperam ganhar destaque em Xangai para adquirir pontos e disputar o ATP Finals. Cinco nomes já estão confirmados: Federer, Nadal, Djokovic, Medvedev e Thiem. Alexander Zverev, Tsitsipas são postulantes para preencher as vagas, no caso, faltam três.

O número 1 do mundo, Novak Djokovic, atual campeão dos Masters 1000 Chinês, precisou de 1h14 para fazer 7/5 e 6/3 em uma vitória em cima do norte americano John Isner.

Masters 1000 de Xangai

Data: segunda-feira até domingo, 06 a 13 de outubro de 2019

Horário: madrugada e período da manhã

Local: Xangai, China

Melhor campanha de Guga em Wimbledon, quartas de final, completa 20 anos

O ano era 1999. Há exatos 20 anos. Depois de duas derrotas na estreia, em 97 e em 98, naqueles anos em que a grama quase parecia uma pista de patinação no gelo de tão rápida, Gustavo Kuerten fazia a sua melhor campanha no Grand Slam da grama, piso pouco simpático aos brasileiros, de forma geral. 

Há exceções, claro, a principal é Maria Esther Bueno, tricampeã de simples e pentacampeã de duplas em Londres.

O fato é que intimidade com grama pra brasileiro, historicamente, é no futebol. No tênis, nem mesmo Guga tinha facilidade.

Há 20 anos, porém, a História foi diferente. Depois de chegar às quartas de Roland Garros, quando perdeu para Medvedev, Guga jogava sem grande responsabilidade na grama, apesar de chegar como cabeça de chave nº 11.

Na verdade, fez pouca coisa diferente. Como já estava acostumado, ficou hospedado em uma casa alugada no Wimbledon Park, e se preparou nos poucos dias de sol antes do torneio começar, sem eventos de preparação.

Um detalhe fundamental dessa campanha é que Guga jamais havia vencido um único jogo na grama em toda sua carreira. Exatamente isso: Em 4 partidas disputadas, sendo duas pela chave principal de Wimbledon, Guga nunca havia triunfado na grama, incluindo uma derrota para o norte-americano Justin Gimelstob, atualmente envolvido em uma polêmica no conselho de jogadores da ATP, na edição de 1997.

Aliás, foi neste mesmo ano, em que conquistou seu primeiro Roland Garros, que Guga fez uma aposta com Larri Passos: Se o brasileiro chegasse às quartas de Wimbledon, o treinador rasparia a sua cabeça! Bom, não foi exatamente naquele ano, mas dois anos depois, Guga começou sua campanha diante do norte-americano Chris Wilkinson, vencendo por triplo 6/4 e desencalhando na grama.

Depois, mais duas vitórias por 3×0. A primeira, sobre o alemão David Prinosil. A outra sobre o sérvio Nenad Zimonjic, que anos depois também fez muito sucesso como duplista, chegando ao topo do ranking.

As coisas começaram a complicar nas oitavas, quando precisou de quatro parciais diante do suíço Lorenzo Mata. Depoís, ficou difícil de vez: Andre Agassi.

Depois do adiamento da partida causado pela chuva, Guga perdeu ritmo de jogo e o norte-americano não deu chances ao manezinho da ilha, venceu por 3×0 e encerrou a melhor campanha do nosso nº 1 do mundo nas quadras do All England Lawn Tennis and Croquet Club.

Pelo menos, Larri cumpriu sua promessa e no dia seguinte à vitória sobre Mata, apareceu com a cabeça de fato raspada, virando não apenas um visual de ocasião, mas uma marca registrada.

A edição de 99 também ficou marcada pela presença de Rubens Barrichello na torcida pelo tenista nas arquibancadas de Londres. Rubinho havia corrido no fim de semana no GP da França e foi até Wimbledon torcer por Guga.

Na época, Guga disse que chegar às quartas era “a realização de um sonho.” E de fato foi.

Depois, em 2002, André Sá igualou o feito de Guga e também chegou às quartas de final do torneio, quando parou diante do ídolo local, Tim Henman.

Para Guga, competir em Wimbledon, com apenas duas semanas de intervalo entre o torneio de Roland Garros e o Grand Slam da grama era difícil, depois da longa temporada de saibro (hoje são 3 semanas de intervalo). Ele viria jogar Wimbledon apenas mais duas vezes, alcançando a terceira rodada no ano 2000 e a 2a. em 2003.

Projeto Tênis na Lagoa celebra 15 anos com festa, sorrisos e sucesso

Sol, alegria, amigos e muita festa. Foi assim a comemoração dos 15 anos do Projeto Tênis na Lagoa, no dia 9 de junho, em duas quadras ao lado da Lagoa Rodrigo de Freitas.
A festa contou com muita comida, brincadeiras e a presença de alunos, pais, professores e voluntários. Celebridades também marcaram presença e prestigiaram o evento, como a atriz Malu Mader e a primeira-dama do Rio de Janeiro, Sylvia Jane.
O Projeto ainda teve um presente surpresa de aniversário. Presentes, aliás. Todos os alunos ganharam uniformes novos, cedidos por uma confecção parceira do Tênis na Lagoa.
Iniciativa idealizada e administrada pelo casal Alexandre e Paula Borges, o projeto atende cerca de 250 jovens entre 6 e 18 anos e, nesses 15, já viu atletas conquistando títulos importantes, vagas em academias na Europa e nos Estados Unidos, conseguindo bolsa de estudos em universidades e, o mais importante, crescendo enquanto cidadãos.
– Nesses 15 anos, pude proporcionar educação, disciplina e diversão à essas crianças, além de apresentá-las ao esporte que eu tanto amo, o tênis. A expectativa para os próximos 15 é sempre melhorar e continuar formando cidadãos, principalmente com educação – disse Alexandre, em discurso durante a festa.

Brasileiro vence e ganha o Wild Card para a chave Jr de Roland Garros

O brasileiro Gustavo Heide integrará a chave juvenil de Roland Garros.

Depois de ter vencido a fase nacional, há dois meses, em Santa Catarina, Gustavo Heide viajou para Paris e lutou pela vaga contra o chinês Li Zixuan, vencendo por 6/0 6/2 e contra o indiano Mann Shah, em que venceu por 7/5 6/3, se tornando o campeão do Roland Garros Junior Wild Card Series by Oppo.

Heide, de Ribeirão Preto, disputará o torneio junior a partir da semana que vem, no memos local onde é disputado o Grand Slam francês.

Diana Gabanyi