Em SP, del Potro lança Roland Garros Series e fala da carreira

Foi dada a largada do Roland-Garros Junior Series by Renault. Na quinta-feira, os 32 atletas de dez países da América do Sul – 16 meninas e 16 meninos – entram em quadra para a estreia da competição, que vai até domingo na Sociedade Harmonia de Tênis, na capital paulista. Em jogo, a possibilidade de disputar a chave principal do Roland-Garros Junior, já que os campeões masculino e feminino ganham um wild card para o Grand Slam francês.

Entre os participantes, 11 brasileiros, com destaque para o brasiliense Pedro Chabalgoity, campeão dos 16 anos do Banana Bowl, no último sábado, Pedro está confiante. “Venho de uma boa semana. Temos aqui bons jogadores e isso dá ainda mais vontade de ganhar”, disse ele.

del Potro acompanha treino no Harmonia – Foto Marcelo Zambrana

Juan Martin del Potro

Mas, antes mesmo dos jogos começarem, quem brilhou não foram os juvenis e sim o argentino Juan Martin del Potro, embaixador do Roland Garros Junior Series by Renault.

O argentino bateu papo com os juvenis e os jornalista e falou: “Estou muito agradecido por ser o embaixador. Roland Garros me chamou e eu aceitei na hora. Estou aqui para compartilhar as partes boas e ruins que o esporte traz”, disse o ex-número 3 do mundo, que confessou se ressentir por não ter chegado ao topo do ranking mundial. “Acho que a única coisa que me faltou foi ser o número 1 do mundo. Sempre foi um sonho e trabalhei muito para tentar ser o melhor, mas hoje estou muito orgulhoso da minha carreira. E só não consegui ser número 1, porque ali sempre estavam Nadal, Federer ou Djokovic. Foram eles que não me deixaram realizar esse sonho, mas é muito lindo saber também com quem eu estava lutando pela liderança.”

Del Potro acompanha treino de Olívia e Chabalgoity

Olivia Carneiro e Pedro Chabalgoity treinaram por cerca de 45 minutos na Quadra Central e contaram com a orientação de Del Potro e Fernando Meligeni, que também esteve no evento. “Ter jogado Roland-Garros no ano passado foi a melhor experiência que tive até aqui. Treinar sendo observada pelo Del Potro e Meligeni foi incrível”, contou Olivia.

Clínica com crianças 

Na parte da tarde, o argentino esteve presente em uma clínica com as crianças do projeto social do Instituto Patricia Medrado. 

Diana Gabanyi

Del Potro e Djokovic se enfrentam na final do US Open

Por Diana Gabanyi

Fotos de Cynthia Lum

Resiliência, superação, motivação, recuperação. São todas palavras que se aplicam, de formas distintas aos finalistas do US Open. De um lado Juan Martin Del Potro, o argentino que em 2009 conquistou o seu primeiro e único título de Grand Slam, o US Open, mas que depois daquele verão americano foi aos poucos desaparecendo do circuito. Lesões no punho e três cirurgias o afastaram e quase o tiraram das quadras. A grande reviravolta começou nas Olimpíados do Rio, há dois anos. Agora vem a recompensa. Volta à final do US Open, depois de derrotar Rafael Nadal, por 7/6(3) 6/2 e desistência do número um do mundo com lesão no joelho.

Do outro, Novak Djokovic, três vezes campeão na Big Apple. O homem de ferro do tênis, que completou o Grand Slam em 2016 ao vencer Roland Garros perdeu o gás. Deixou tudo o que tinha para completar o feito histórico. Viu a família crescer, as prioridades mudarem e também se lesionou. Não ouviu o corpo e a mente e continuou jogando, mesmo quando precisava parar. Viu a lesão se agravar e tudo o que ele sabia fazer em quadra parecia ter desaparecido. Troco de técnico – chamou Andre Agassi – mudou a equipe toda e quando aparecia para jogar não era o mesmo Djokovic de sempre. Fez cirurgia e voltou cedo de mais ao circuito. Perdido em quadra voltou à equipe original e em julho ganhou Wimbledon. Nesta sexta, derrotou Kei Nishikori, por 6/3 6/4 6/2 para avançar a mais uma final de US Open.

O duelo, no domingo, entre o número 3 o número 6 do mundo, vai deixar Nova York ainda mais eletrizante.

Del Potro, que tem até livro chamado “O Milagre Del Potro,” sabe que o favorito é o sérvio. “Mas, naquela final de 2009 o Federer também era,” lembrou. “Nunca imaginei que fosse voltar a uma final de Grand Slam. Da outra vez eu era um menino e agora vou ter outra chance de estar aqui no domingo, na final do meu torneio favorito.”

 

Time off para os tenistas?

A temporada terminou de vez neste domingo com a vitória da República Checa diante da Sérvia, em Belgrado, dando aos checos o segundo título seguido da Taça Davis.Davis cup czech

Com o fim da temporada, (ela recomeça no dia 30 de dezembro) os tenistas entram naquele período de TIME OFF. Mas, nem para todos.

Muitos tenistas, homens e mulheres, marcaram exibições mundo afora. Muitas na nossa vizinha Argentina – está até parecendo o Brasil no ano passado (Nadal e Nalbandian, Hewitt e Del Potro, Djokovic, as irmãs Williams), outras no Chile e até no Peru!

Federer que rodou a América do Sul no ano passado, vai descansar e se preparar para uma melhor temporada em 2014 do que esta. Murray, se recuperando de cirurgia nas costas também não se exibirá mundo afora.

Americanos, em sua maioria, jogam uma série de eventos de um dia, percorrendo o país, muitas vezes em exibições de caridade para os amigos. Foi o caso desta noite, em que John Isner, Venus Williams e até Marion Bartoli participaram do WTT Smash Hits, com Billie Jean King e Elton John, em Orlando.

Neste domingo, em uma das aulas do Intensivo da The School of Life, em São Paulo, o professor britânico David Baker falava sobre como equilibrar a vida pessoal com o trabalho e que as expressões TIME OFF e TIME ON deveriam ser trocadas.

Outro assunto debatido foi como não ser um workaholic, como fazer tempo para você mesmo fora do seu trabalho.Fiquei pensando nestes tenistas que acabaram de sair de uma exaustiva temporada, especialmente Nadal e Djokovic, Del Potro, Serena Williams e vão logo jogar exibições.

Será que, apesar de amarem o trabalho e estas exibições serem mais do que lucrativas, não seria bom desligar um pouco?

O próprio Nadal explicou que para ele jogar exibição não é como disputar um torneio. O cansaço mental não existe.

Mas, o físico sim e você não deixa a sua ferramenta de trabalho de lado, sem falar na correria das viagens.

Quem ganha são os fãs. O efeito nos tenistas, só saberemos na temporada 2014.

Diana Gabanyi