Marcelo Melo faz história e é campeão de Wimbledon ao lado de Lukasz Kubot

Marcelo Melo realizou um de seus maiores sonhos e se tornou campeão de Wimbledon, terceiro Grand Slam da temporada, disputado na grama de Londres, na Inglaterra. Com a conquista, o Brasil voltou a triunfar em Wimbledon após 51 anos, quando Maria Esther Bueno foi campeã.

Neste sábado, o mineiro e seu parceiro, o polonês Lukasz Kubot, triunfaram na grande final diante do austríaco Oliver Marach e o croata Mate Pavic, de virada, com parciais de 5/7 7/5 7/6(2) 3/6 e 13/11, em quase 5 horas de jogo.

Esse foi o segundo título de Slam de Melo, que já foi campeão também de Roland Garros, em 2015, quando jogava com o croata Ivan Dodig.

Além disso, Melo e Kubot chegaram ao terceiro título seguido, depois dos ATP’s de ‘s-Hertogenbosch e Halle.

Vale destacar também que, com a campanha, o brasileiro garantiu também seu retorno ao topo do ranking de duplistas da ATP, sendo que ele e o polonês também lideram o ranking de duplas da temporada.

“Não tenho palavras para descrever o sentimento depois desse jogo. Eu ainda vou precisar de um tempo para assimilar esse grande feito. É aproveitar agora o momento, curtir o máximo. Meu sonho sempre foi conquistar um Grand Slam e, especialmente, Wimbledon.  Sempre falei isso. Todos os anos que meu foco era vir e ganhar aqui. Desde pequeno sonhei.  A grama foi um piso que sempre gostei de jogar. Fomos para os outros torneios, antes, na grama, pensando em Wimbledon. E poder ganhar aqui, nossa… É Wimbledon! Poder entrar para a história. Ser afortunado de jogar naquela quadra central e vencer. Realmente, puderam ver pela minha reação”, comemorou um emocionado Marcelo.

“Agradeço todo mundo, ao meu time, todos que trabalham comigo, meus patrocinadores, todo mundo que me apoia, os torcedores que mandam mensagens. A todo mundo que me incentiva e torce por mim. É isso. Estava muito feliz por já ter conquistado Roland Garros e ter sido número 1. Agora, aqui,  esta semana, recuperar o número 1 do mundo, naquela semifinal tão importante, e poder virar campeão de Wimbledon. Ter na carreira esses títulos, ser número um do mundo, estou muito feliz”, completou o tenista.

“Estamos muito felizes, comemorando esse  triunfo. Um torneio tão tradicional, que o Marcelo sempre quis ganhar, na grama, o piso que ele mais gosta. É aproveitar este momento tão especial, depois de duas semanas de muitas batalhas. Demais! Não tem como expressar tamanha felicidade”, vibrou Daniel Melo, irmão e treinador de Marcelo, que está ao seu lado na conquista de todos os 27 títulos da carreira.

O jogo – Após um início de partida muito equilibrado, com as duas duplas mantendo os seus serviços sem maiores problemas, até o 5/5, Marach e Pavic conseguiram a primeira quebra do jogo, em um um game no qual Kubot acabou não tendo bom aproveitamento do primeiro saque e facilitou as devoluções dos adversários, que marcaram 6/5 e fecharam em 7/5.

No segundo set, a reação. Jogando pressão sobre a dupla adversária e sabendo da importância de não deixar Marach e Pavic abrirem 2 a 0 na partida, Melo e Kubot devolveram o placar, quebrando o serviço do austríaco no 12º game, com um lob perfeito do polonês. Um game que começou com uma grande devolução de Melo, que vibrou muito, punho cerrado, mostrando que iria com tudo para buscar o empate.

Na terceira série, um decisivo tie break. Após muito equilíbrio, com as duplas mostrando um tênis de alto nível, e o empate em 6/6, Melo e Kubot jogaram muito para virar a partida e ir em busca da vitória: abriram 4/2 e não deram mais chances aos adversários, fazendo 7/2. Um grande tie break da dupla, 7/6 (7/2) no set. Dois a um no jogo.

Antes do início do quarto set, Marach chegou a ser atendido na perna esquerda, o que se repetiu por mais duas vezes, mas seguiu normalmente na partida.

Se até o terceiro set, o jogo teve apenas duas quebras, a quarta série contou com uma sequência de breaks. Marach e Pavic quebraram o saque de Marcelo para abrir 3/1. Melo e Kubot reagiram, devolvendo o break, em grande momento do tenista mineiro. Só que, na sequência, Kubot cometeu dupla falta e permitiu nova quebra aos adversários, que fizeram 4/2. Aproveitando a queda de rendimento de Melo e Kubot, mantiveram o ritmo para fazer 5/2 e fechar em 6/3, levando o jogo para a série decisiva.

No quinto set, mais equilíbrio, emoção e tensão na disputa ponto a ponto. Em jogo, o título de Wimbledon. Com direito a aces de Melo e Kubot para confirmar seus serviços. E eles tiveram uma grande chance de quebra no oitavo game, mas os adversários acabaram empatando em 4/4. Aí confirmaram para fazer 5/4 e buscar a vitória e o título.  Novo empate, em 5/5, após mais de sete minutos de game, com os jogadores se superando em quadra. Melo sacou muito para colocar a dupla novamente à frente: 6/5 com um ace do brasileiro, que vibrou muito. Mas, Marach e Pavic salvaram dois match points para empatar novamente em 6/6. Mais uma vez Melo e Kubot à frente, 7/6, com dois aces do polonês. Mais um empate: 7/7. E foi assim até o 11/11, quando o jogo, após 4h34min foi suspenso por 10 minutos para que o teto fosse fechado e as luzes acesas. Na volta, vitória por 13/11, na quebra do saque de Pavic.

A campanha em Wimbledon – Até a disputa da final, Melo e Kubot precisaram jogar durante 14h10min para vencer cinco jogos, passando pelos holandeses Wesley Koolhof e Matwe Middelkoop por 3 sets a 0 – 6/4, 6/0 e 6/3; pelo alemão Philipp Petzschner e o austríaco Alexander Peya por 3 sets a 2 – 6/2, 5/7, 6/3, 3/6 e 11/9; pelo romeno Florin Mergea e o paquistanês Aisam Qureschi por 3 sets a 2 – 6/7 (3-7), 4/6, 6/1, 6/4 e 6/2; pelos irmãos britânicos Ken Skupski e Neal Skupski, por 3 a 0 – 7/6 (13/11), 6/4 e 6/4; e pelo finlandês Henri Kontinen e o australiano John Peers, por 3 a 2 – 6/3, 6/7(4/7), 6/2, 4/6 e 9/7. Neste sábado foram mais 4h39min para conquistar o título diante de Marach e Pavic.

Número um, de novo. E recordista brasileiro em títulos – Esta é a segunda vez que o mineiro Marcelo Melo ocupa a liderança do ranking mundial individual de duplas. A primeira foi em novembro de 2015, permanecendo como número um por 26 semanas. Em 2015, aliás, ano em que terminou como melhor do mundo, Marcelo venceu seu primeiro Grand Slam, em Roland Garros. No total, nesse ano, conquistou seis títulos e comemorou as suas 300 vitórias na carreira no ATP de Miami.

E foi a segunda vez que Melo chegou à final do tradicional torneio de Wimbledon. Em 2013, ao lado de Dodig, foi vice-campeão, perdendo a decisão para os irmãos Bob e Mike Bryan. Agora, o tão sonhado título. Nesse ano de 2013, foi ainda semifinalista do US Open e terminou pela primeira vez entre os 10 do mundo – ocupando a sexta colocação no ranking. Em 2014, mais uma semifinal de US Open e, em Wimbledon, quartas de final.

O primeiro título em torneio ATP do tenista mineiro foi em 2007, no Estoril, em Portugal. Agora, com a conquista em Wimbledon, soma 27 campeonatos, recorde entre os brasileiros.

O título em Wimbledon 2017 – onde já tinha o vice em 2013 – vem se somar à conquista em Roland Garros 2015 como os grandes momentos de Marcelo em torneios Grand Slam. Foi, também, duas vezes seminifinalista no US Open.

Juntos, Melo e Kubot são os atuais líderes do ATP Doubles Team Race to London, que define as oito melhores parcerias de 2017 para disputar o ATP Finals. Em sua carreira, Marcelo já disputou o ATP Finals, em Londres, em 2013, 2014, 2015 e 2016.

A dupla número 1 do mundo chega a 34 vitórias na temporada, incluindo a 400ª da carreira de Melo, obtida na estreia em Roland Garros 2017, e apenas 9 derrotas. Terminam a série de três torneios – Holanda, Alemanha e Wimbledon – invictos em quadra de grama, com três títulos e 14 vitórias consecutivas.

Em 2017 conquistaram os títulos de dois Masters 1000 – Miami (Quadra Rápida) e Madri (Saibro) –, o ATP 250 de ‘s’Hertogenbosch, na Holanda (Grama) e o ATP 500 de Halle, na Alemanha (Grama). E, agora, Wimbledon.

Na carreira, com 27 conquistas no total, duas em Grand Slam, também lidera no número de títulos em Masters 1000. Em Madri chegou ao sétimo, depois de ganhar Shangai (2013 e 2015), Paris (2015), Toronto (2016), Cincinnati (2016) e Miami (2017).

Fotos de Cynthia Lum

O bi de Maria Sharapova em Roland Garros, em 2014

Maria Sharapova já completou o Grand Slam, já foi número um do mundo e continua sendo a atleta mais bem paga do mundo.

No ano passado ela conquistou o seu segundo título em Paris, surpreendendo a todos. Ninguém imaginava que a russa que conquistou Wimbledon aos 17 anos teria no saibro francês o seu único trofeu de Grand Slam repetido.
Vamos relembrar como foi a campanha de Sharapova em Roland Garros no ano passado?

Sharapova Roland Garros 2014

A primeira rodada foi contra a compatriota Ksenia Pervak. Vitória fácil por 6/1 6/2.

Na segunda fase ela teve que passar pela búlgara, com ocasionais bons resultados, Tsevetana Pironkova. A russa teve um pouco de trabalho no primeiro set mas venceu por 7/5 6/2.

O jogo mais tranquilo de Sharapova na quinzena em Paris foi a terceira rodada. Ela não deixou a argentina Paula Ormaechea fazer um game se quer. Bicicleta – 6/0 6/0.

Veio a segunda semana e os desafios da russa aumentaram.

Contra Samantha Stosur, nas oitavas-de-final, Sharapova perdeu o primeiro set mas se recuperou no jogo. Venceu por 3/6 6/4 6/0.

Nas quartas-de-final contra a espanhola Garbine Muguruza, que havia eliminado Serena Williams, Sharapova quase viu a adversária aprontar mais uma em Paris. Ela teve que virar o jogo depois de perder o primeiro set e acabou ganhando por 1/6 7/5 6/1.

Um jogo antes da final, Sharapova se deparou com a sensação do circuito, a canadense Eugenie Bouchard. Assim como nas duas partidas anteriores, a russa saiu perdendo o primeiro set,mas conseguiu reagir a tempo para selar a vitória por 4/6 7/5 6/2.

Sharapova Roland garros 2014

Na final, diante da novata Simona Halep, que jogava sua primeira decisão de Grand Slam, Sharapova também precisou de três dificílimos sets para conquistar o Trophee Suzanne Lenglen: 6/4 6/7 6/4 e ela se coroava bicampeã de Roland Garros.

Fotos de Cynthia Lum

Diana Gabanyi