Ainda estamos na 2ª rodada – alguns jogaram a 1ª hoje – mas os franceses já começam a comemorar um bom Roland Garros. Tentei passar o dia acompanhando os jogos dos franceses para entender o que acontece com eles aqui e a resposta que mais ouvi, dos próprios jogadores, foi “C’est Roland”
Nesta quarta-feira, seis franceses saíram vitoriosos, com cinco avançando à terceira rodada (Monfils, Benneteau, Simon, Chardy, Tsonga) e um, Paire, à segunda. Em todos os jogos a torcida teve papel fundamental.
O primeiro pensamento que pode vir à cabeça é que isso é normal e acontece o mesmo em Wimbledon, no US Open e no Australian Open. Mas, no Reino Unido e na Austrália, há pouquíssimos jogadores na chave de simples e quando há mais do que o normal, costumam ser jogadores novos, convidados que não avançam. No US Open há um ambiente bom de torcida, mas é diferente. Aqui em Paris as pessoas vem assistir tênis, entendem do esporte e respiram Roland Garros durante 2 semanas, na cidade toda. Em New York, o público faz parte de um espetáculo, é um evento de entretenimento.
Este ano, com a data comemorativa dos 30 anos da vitória do último francês em Paris, Yannick Noah, em 1983, alguns jogadores disseram que estão sentindo mais a pressão, mas que isso é bom.
Além de ter assistido os jogos da maioria dos franceses em ação hoje e sentido a emoção da torcida, especialmente nas vitórias de Monfils, Benneteau e Paire, fui ouvir o que eles tinham a dizer sobre o quão especial é jogar em Roland Garros e porque, de repente, tudo acontece aqui.
Monfils, que ganhou de Berdych e Gulbis, falou: äqui há uma energia diferente, um espírito ótimo. A torcida está 100% me apoiando, sinto a pressão de uma maneira boa para mim. C’est Roland”
Benneteau, vencedor de Berankis em 4 sets e Kamke, em 5, falou “C’est Roland, por isso é especial. Sempre damos algo a mais.” E Benneteau precisará aparecer com algo a mais mesmo para derrotar Roger Federer na próxima rodada. “É no saibro, já ganhei dele, tudo pode acontecer. C’est Roland.”
O número um francês, Jo-Wilfried Tsonga confessou sentir uma pressão extra por ser o mais bem colocado de uma nação que não triunfa na própria casa há 30 anos, mas acha isso positive. “Sou francês, é na França e tem mais pressão, mas é positivo. Tenho tudo a meu favor para vencer e diria que nada para perder. Se eu perder, nada vai acontecer, mas se eu ganhar ou for longe, será algo enorme. Tenho que ficar concentrado e espero ir longe.”
Foto do Tsonga: Cynthia Lum
Foto do Monfils: FFT