Paire faz a festa francesa em Roland Garros com vitória em 5 sets. Wawrinka e Murray estreiam na segunda

May 29, 2015 Stan Wawrinka of Switzerland in action during the French Open, played at Stade Roland Garros, Paris, France

Antes da interrupção dos jogos, causada pela chuva, cinco jogos da chave masculina foram completados neste domingo, no primeiro dia da chave principal de Roland Garros, segundo Grand Slam da temporada.

O australiano Nick Kyrgios precisou disputar dois tiebreaks contra o italiano Marco Cecchinato, mas venceu em sets diretos, com parciais de 7/6(6) 7/6(6) e 6/4.

O ponto alto do dia para a torcida francesa foi a vitória do local Benoit Paire em cinco sets sobre o moldavo Radu Albot, com parciais de 6/2 4/6 6/4 1/6 e 6/4.

A segunda-feira terá o complemento do jogo de Kei Nishikori, que vencia o italiano Simone Bolelli por 6/1 7/5 e 2/1 antes da chuva, além da estreia do atual campeão Stan Wawrinka, que abre a programação da Phillp Chatrier contra o tcheco Lukas Rosol.

Andy Murray também joga na principal quadra do complexo, contra o experiente Radek Stepanek, e Milos Raonic encara Janko Tipsarevic.

Soares e Peya enfrentam convidados locais na estreia em Hamburgo. Bellucci joga com Paire

Dois brasileiros estão na chave de duplas do ATP 500 de Hamburgo, na Alemanha, que é disputado no saibro.

Cabeças de chave nº 2 e segunda melhor dupla da temporada, o mineiro Bruno Soares e o austríaco Alexander Peya estreiam contra os convidados alemães Andre Beggemann e Martin Emmrich.

A melhor campanha de Bruno no torneio alemão foi a semifinal de 2010, quando jogou ao lado de Marcelo Melo. Peya, por sua vez, foi campeão da competição em 2011, quando jogou com o compatriota Oliver Marach.

Thomaz Bellecci também está na chave ao lado do francês Benoit Paire. Eles reeditam a parceria quadrifinalista do Australian Open, no início do ano.

Na primeira rodada, seus adversários serão o austríaco Julian Knowle e o sueco Robert Lindstedt, cabeças de chave nº 4.

Fotos: Cynthia Lum

“C’est Roland”

Ainda estamos na 2ª rodada – alguns jogaram a 1ª hoje – mas os franceses já começam a comemorar um bom Roland Garros. Tentei passar o dia acompanhando os jogos dos franceses para entender o que acontece com eles aqui e a resposta que mais ouvi, dos próprios jogadores, foi “C’est Roland”

Nesta quarta-feira, seis franceses saíram vitoriosos, com cinco avançando à terceira rodada (Monfils, Benneteau, Simon, Chardy, Tsonga) e um, Paire, à segunda. Em todos os jogos a torcida teve papel fundamental.

O primeiro pensamento que pode vir à cabeça é que isso é normal e acontece o mesmo em Wimbledon, no US Open e no Australian Open. Mas, no Reino Unido e na Austrália, há pouquíssimos jogadores na chave de simples e quando há mais do que o normal, costumam ser jogadores novos, convidados que não avançam. No US Open há um ambiente bom de torcida, mas é diferente. Aqui em Paris as pessoas vem assistir tênis, entendem do esporte e respiram Roland Garros durante 2 semanas, na cidade toda. Em New York, o público faz parte de um espetáculo, é um evento de entretenimento.

Este ano, com a data comemorativa dos 30 anos da vitória do último francês em Paris, Yannick Noah, em 1983, alguns jogadores disseram que estão sentindo mais a pressão, mas que isso é bom.

Além de ter assistido os jogos da maioria dos franceses em ação hoje e sentido a emoção da torcida, especialmente nas vitórias de Monfils, Benneteau e Paire, fui ouvir o que eles tinham a dizer sobre o quão especial é jogar em Roland Garros e porque, de repente, tudo acontece aqui.

Monfils, que ganhou de Berdych e Gulbis, falou: äqui há uma energia diferente, um espírito ótimo. A torcida está 100% me apoiando, sinto a pressão de uma maneira boa para mim. C’est Roland”

Benneteau, vencedor de Berankis em 4 sets e Kamke, em 5, falou “C’est Roland, por isso é especial. Sempre damos algo a mais.” E Benneteau precisará aparecer com algo a mais mesmo para derrotar Roger Federer na próxima rodada. “É no saibro, já ganhei dele, tudo pode acontecer. C’est Roland.”

O número um francês, Jo-Wilfried Tsonga confessou sentir uma pressão extra por ser o mais bem colocado de uma nação que não triunfa na própria casa há 30 anos, mas acha isso positive. “Sou francês, é na França e tem mais pressão, mas é positivo. Tenho tudo a meu favor para vencer e diria que nada para perder. Se eu perder, nada vai acontecer, mas se eu ganhar ou for longe, será algo enorme. Tenho que ficar concentrado e espero ir longe.”

Foto do Tsonga: Cynthia Lum

Foto do Monfils: FFT