Murray vence Goffin e Grã-Bretanha é campeã da Copa Davis pela décima vez

Murray - Davis peqAndy Murray confirmou o favoritismo, venceu David Goffin e foi o principal responsável pelo décimo título da Grã-Bretanha na Copa Davis.

Neste domingo, no saibro coberto de Ghent, na Bélgica, o número 2 do mundo encarou o 16º do ranking e triunfou em sets diretos, com parciais de 6/3 7/5 e 6/3, garantindo o título dos britânicos.

Com o resultado, Murray iguala um feito em Copas Davis: venceu seus oito jogos de simples pela Davis no ano, retrospecto obtido apenas pelo norte-americano John McEnroe, em 1982, e pelo sueco Mats Wilander, em 1983. Contando simples e duplas, foram 11 vitórias. Lembrando que o Grupo Mundial começou a ser disputado apenas em 1981.

Essa foi a 20ª final dos britânicos em Davis, sendo que não disputavam uma decisão desde 1978. Em relação ao título, não era conquistado desde 1936.

O título dos britânicos e de Murray faz o chamado Big Four (Federer, Nadal, Djokovic e o próprio Murray) ter pelo menos um título de Copa Davis no currículo.

Confira os resultados do confronto final:

Sexta-feira:

David Goffin d. Kyle Edmund: 3/6 1/6 6/2 6/1 e 6/0

Andy Murray d. Ruben Bemelmans: 6/3 6/2 e 7/5

Sábado:

Andy Murray/Jaime Murray d. David Goffin/Steve Darcis: 6/4 4/6 6/3 6/2

Domingo: 

Andy Murray d. David Goffin: 6/3 7/5 e 6/3

Para Nadal a vida continua, e para Wimbledon também

Acabo de receber as chaves atualizadas de Wimbledon e é realmente estranho não ver o nome de Rafael Nadal na segunda rodada. Mas, apesar de ter sido a primeira derrota do espanhol na primeira rodada de um Grand Slam, em toda a carreira, a eliminação não foi tão chocante quanto no ano passado. E como ele mesmo disse, a vida continua e para Wimbledon também. Nadal derrota Wimbledon

O Grand Slam britânico começou nesta segunda com as vitórias de Roger Federer, Andy Murray, Maria Sharapova, Ana Ivanovic, Jo-Wiflried Tsonga, Petra Kvitova, Marin Cilic, Victoria Azarenka, Lleyton Hewitt e muitos outros.

Nesta terça ainda estreiam Novak Djokovic, Serena Williams, Laura Robson, Tomas Berdych, Juan Martin del Potro e outros inúmeros tenistas.

O torneio de Wimbledon claro, perde um de seus grandes campeões, mas talvez por já ter sido eliminado no ano passado, na segunda rodada, desta vez a derrota precoce não chocou tanto. Nadal mesmo avisou que não jogaria o torneio de Halle, mas que sabia do risco que corria ao não competir previamente na grama. Ele procurou dar o crédito ao belga Steve Darcis que o derrotou por 7/6 7/6 6/4. Não quis falar do joelho, apesar de ter se movimentado mal no terceiro set. E no final afirmou, “não é uma tragédia.”

Para ele não é mesmo. Até Wimbledon havia jogado nove torneios, ido à final de todos e vencido sete, incluindo Roland Garros. Há duas semanas estava comemorando o oitavo título em Paris. Ele tentou se adaptar à grama nas condições que podia. Nos outros anos, no dia seguinte após a vitória na França estava num trem indo para Londres jogar o torneio de Queen’s ou num avião para Halle. Hoje suas condições físicas não permitem mais que ele faça isso e está tudo bem.  Um ano atrás ele deixava o All England Club com dores no joelho, sem saber exatamente que lesão tinha e como curaria. Ficou sete meses fora das quadras. Agora sabe que não é tão grave e disse que voltará bem mais cedo do que no ano passado. “Não vai demorar tanto, com certeza.”

Nadal vai para casa descansar, recuperar o joelho ainda mais e se preparar para a temporada de quadras rápidas nos Estados Unidos.Darcis Wimbledon

E em Wimbledon o campeonato continuará. Sem um dos Big Four, mas com a mesma vibração com a Grã Bretanha toda torcendo para Andy Murray, ou com o público vibrando com a incrível vitória de Hewitt sobre Stanislas Wawrinka, com Roger Federer, o rei da grama e seu tênis clássico, com Novak Djokovic tentando vencer o segundo Grand Slam do ano e muitas outras histórias, vitórias e derrotas que surgirão nas próximas duas semanas. Quanto ao belga Darcis, de 29 anos e 135o. colocado no ranking mundial, ele aproveitou uma tarde de inspiração suprema e um Nadal sem estar 100%, seja física, mental ou tenisticamente. O que será dele no torneio de Wimbledon, ninguém pode prever. Pode ser até que ele seja eliminado na próxima rodada, depois de toda a adrenalina que é vencer uma partida dessas, ou continue inspirado e inspirando.

Quanto mais o torneio for se afunilando, mais as coisas vão complicando para os menos experientes. As chances de vencer um tenista top nas primeiras rodadas, quando ainda não estão tão à vontade no torneio, tão empolgados quanto o adversário do outro lado da rede, são sempre maiores.  Vencer um top confiante e a poucas rodadas de ver o trofeu na sua prateleira é bem diferente.

Mas, como escrevi ontem me referindo às previsões feitas antes do torneio começar e a todo o falatório pré-Grand Slam, tudo isso fica para trás quando o jogo começa. E foi o que aconteceu hoje. Tanto se falou da chave difícil de Federer, Murray e Nadal e agora todas as teorias já fazem parte do passado e Nadal já está a caminho de casa.

Diana Gabanyi

Fotos: Cynthia Lum