Memórias do bicampeonato: Guga vira sobre Kafelnikov, vence em 5 sets e vai à semifinal de Roland Garros

GUGA VENCE PARTIDA EMOCIONANTE E ESTÁ NA SEMIFINAL EM ROLAND GARROS

Gustavo “Guga” Kuerten venceu uma verdadeira batalha nesta terça-feira em Roland Garros e está na semifinal do torneio de saibro mais importante do mundo. Ele derrotou, em três horas de disputa, o russo Yevgeny Kafelnikov, quarto colocado no ranking mundial e quarto na Corrida dos Campeões, por 3 sets a 2, parciais de 6/3 3/6 4/6 6/4 6/2 e agora, na sexta-feira, enfrentará o espanhol Juan Carlos Ferrero.

Sem perder uma partida desde 14 de junho (11 jogos), Guga entrou na quadra central de Roland Garros, para enfrentar o mesmo Kafelnikov que derrotara nas quartas-de-final de 97, quando foi campeão, cheio de confiança. No primeiro set, dominou o jogo. Quebrou o saque de Kafelnikov no 1×1, mas perdeu o seu em seguida. Depois, quebrou o serviço do russo no 3×3 e repetiu a quebra no 5×3, fechando o primeiro set com uma bola para fora de Kafelnikov. No segundo, tudo indicava que Guga venceria tranquilamente. Logo no segundo game teve break point a seu favor, mas não converteu. No 3×2, outros dois break points a seu favor, mas Kafelnikov reverteu a situação. Se salvou e no game seguinte foi Guga quem perdeu o serviço, assim como no 3×5, e uma esquerda na rede do brasileiro empatou o jogo em um set.

Na terceira série, Kafelnikov tomou conta da situação. Guga tentava de tudo, mas o russo ganhava os pontos com bolas na linha, subidas à rede e jogadas incríveis. No 4×5, conseguiu quebrar o serviço de Guga e fechou o set.

O quarto set estava praticamente nas mãos de Kafelnikov. Guga teve seu serviço quebrado no 2×3 e o russo chegou a fazer 2×4 e tinha 40×15 no seu saque para ficar com 2×5. Mas, Guga conseguiu quebrá-lo e empatar a partida em 4. No game seguinte, quebrou o serviço de Kafelnikov e conseguiu levar a partida para o quinto set.

Logo no começo da série decisiva, no 1×1, Guga quebrou o serviço do russo, mas perdeu o seu em seguida. Sem entregar os pontos, voltou a quebrar o serviço de Kafelnikov e daí por diante, não perdeu mais o seu e só dominou o jogo. No 4×2 ainda conseguiu outra quebra e no 5×2 sacou para a vitória, fechando o jogo no terceiro match point, com uma bola para fora de Kafelnikov.

Durante o jogo Guga marcou 14 aces, fez 3 duplas-faltas, teve 49% de aproveitamento do primeiro serviço, venceu 73% dos pontos com o primeiro saque, cometeu 56 erros não forçados, deu 9 winners de direita, 9 de esquerda, 8 passadas, 7 curtinhas certeiras, teve 63% de aproveitamento na rede e ganhou 8 games de zero.

“Ainda não consegui entender o que aconteceu e como as coisas mudaram tanto depois do 4×2 no quarto set. Naquela hora não tinha um plano de jogo, nada estava funcionando. Ele estava pronto para ganhar. Alguém me ajudou a vencer. Estava 4×2 para ele no quarto set e 15 minudos depois o jogo ficou 4×2 para mim,” disse Guga, em entrevista coletiva após a partida, completamente lotada por jornalistas de todo o mundo.

Guga também contou que no meio do jogo começou a pensar muito na partida do ano passado, em que foi eliminado nas quartas-de-final e no jogo contra Kafelnikov em 97 e que isso o atrapalhou um pouco. “Foi duro para mim. No ano passado perdi nas quartas-de-final em três Grand Slams e comecei a pensar nisso na quadra. Perdi a concentração. É difícil escapar disso. Era o mesmo cara de 97 e o mesmo jogo. Não dá pra ficar pensando nisso no meio da partida, mas aconteceu. Acho que no próximo jogo vou estar mais relaxado. Sei que já poderia estar no Brasil amanhã então tudo o que vier é lucro. Ganhei um presente e vou aproveitar. Não é sempre que se está na semifinal de um Grand Slam. Agora não tenho mais nada a perder.”

Na entrevista coletiva o brasileiro aproveitou para fazer uma comparação da partida desta terça com a de 97. “São dois jogos completamente diferentes. Naquele ano entrei sem nada a perder e joguei melhor do que ele. Hoje comecei bem, mas tive que sair do sufoco. O jogo estava muito pra ele só que ele não soube definir. Já eu aproveitei a única chance que tive e agora a diferença é que vou estar na semifinal na sexta-feira e com chances de ganhar o título.”

SEMIFINAL – Esta é a segunda vez que Guga alcança a semifinal de um Grand Slam, tendo sido campeão em Roland Garros em 97. Na temporada esta será a sexta semifinal do brasileiro, que foi campeão em Hamburgo e Santiago, vice em Roma e Miami e semifinalista em Bogotá. No total, Guga está com um recorde de 32 vitórias e 10 derrotas na temporada 2000. No saibro, são 26 vitórias e seis derrotas.

“Estou tendo o melhor ano da minha carreira. Espero continuar assim,” comentou Guga, que enfrentará uma das mais novas revelações do circuito mundial, pela vaga na final.

Juan Carlos Ferrero começou a aparecer no circuito no ano passado, quando foi campeão do ATP Tour de Mallorca. Nesta temporada já foi finalista dos ATP Tours de Dubai e Barcelona e agora ocupa a 16ª posição no ranking mundial e a 11ª na Corrida dos Campeões.

“Vou encarar esse jogo como uma coisa que poderia não estar acontecendo. Vou entrar solto em quadra, dando tudo de mim. Vai ser um jogo bem diferente de hoje,” antecipou Guga, que nunca enfrentou Ferrero.

Até agora Guga (Banco do Brasil/Diadora/Head/Pepsi/Rider) já garantiu 450 pontos no ranking mundial, em que é o quinto colocado e outros 90 na Corrida dos Campeões, em que é o segundo. Se avançar à final, passará a ter 700 e 140, no total.

Memórias do bicampeonato: Guga passa por amigo Lapentti pra ir às quartas de Roland Garros

O confronto que decidira a vaga nas quartas-de-final, que Guga havia atingido também no ano passado, seria entre dois grandes amigos.

Guga e o equatoriano Nicolas Lapentti se conhecem desde os tempos de juvenil e, juntos, foram campeões de Roland Garros de duplas júnior em 94. No circuito profissional, andam juntos, são parceiros de duplas e já haviam se enfrentado várias vezes, com mais vitórias de Guga.

Como o catarinense já havia dito, uma partida com um amigo sempre é diferente, e quem esteve na quadra central de Roland Garros pôde notar isso. Mas Guga foi mais forte psicologicamente, não se atrapalhou com o fato de estar encarando Lapentti e venceu por 6/4 6/3 7/6(4).

Estava novamente nas quartas-de-final de um torneio do Grand Slam. “A nossa amizade mexeu um pouco com o jogo, mas acho que levei vantagem porque cheguei com mais confiança, o que acabou determinando o resultado do jogo.” explicou Guga.

 

Memória: Em 2000, Guga perdeu seu 1º set na campanha do bicampeonato em Roland Garros, mas venceu Chang pra ir às 8ªs de final

GUGA SUPERA CHANG E ESTÁ NAS OITAVAS-DE-FINAL EM ROLAND GARROS

Próximo adversário é Nicolas Lapentti

Gustavo “Guga” Kuerten está nas oitavas-de-final de Roland Garros. O brasileiro garantiu a vaga, nesta sexta-feira, ao superar o norte-americano Michael Chang, por 3 sets a 1, parciais de 6/3 6/7 (9) 6/1 6/4, em 2h59min de um verdadeiro espetáculo de tênis, na quadra central de Roland Garros. Na próxima rodada, no domingo, o adversário de Guga será o equatoriano Nicolas Lapentti.

O brasileiro, quinto cabeça-de-chave da competição, começou bem na partida, a primeira que jogou na quadra central reformada e recém-inauguarada, neste ano. Saiu logo quebrando o saque de Chang, campeão em Paris em 89 e no 5/3 quebrou o serviço do norte-americano novamente, com uma passada brilhante de direita. No segundo set, no entanto foi a vez de Chang quebrar o saque de Guga no primeiro game. No 2×3 Guga devolveu a quebra, mas perdeu seu serviço no 4×4. Chang sacou para o set em seguida, mas Guga conseguiu quebrá-lo e a decisão acabou indo para o tie-break. O espetáculo de dois campeões de Roland Garros continuava. Chang e Guga correram para todos os lados da quadra e mesmo tendo três set points, o norte-americano levou a melhor e empatou o jogo, com uma esquerda para fora de Guga.

Na terceira série, Guga voltou a dominar a partida. Quebrou o serviço de Chang no primeiro, terceiro e no sétimo game, fechando o set com uma curtinha de Chang que ficou na rede. No que veio a ser o último set, Guga quebrou o serviço do adversário no 2×1 e sacou para o jogo no 5×3, mas não conseguiu fechar. Em seguida, não desperdiçou mais chances e no terceiro match point selou a passagem às oitavas-de-final de Roland Garros, pela terceira vez na sua carreira, – foi campeão em 97 e quadrifinalista no ano passado – com uma esquerda de Chang que saiu fora, com a corda de sua raquete quebrada, que tantas vezes trocara durante a partida. “Um pouco de sorte sempre ajuda,” comentou Guga, na entrevista coletiva, quando perguntado sobre o último ponto.

Durante a partida, Guga marcou 18 aces, quatro duplas-faltas, teve 55% de aproveitamento do primeiro serviço, venceu 83% dos pontos com o primeiro saque, teve 68% de aproveitamento na rede, fez 58 erros não forçados e deu 66 winners.

“Foi um jogo duro e nós dois lutamos muito o tempo todo. Foi um grande teste para mim. Tive chance de dominar a partida e quem sabe de ter vencido em três sets. Mas, desperdicei algumas oportunidades no segundo set, saí um pouco da minha tática e tive que ser forte. Mas, voltei muito bem no terceiro e no quarto set. Acho que ganhei dele técnica e fisicamente e saí da quadra bem mais inteiro do que ele. Foi importante jogar uma partida longa, em quatro sets. Cada ponto demorava e o cara estava muito motivado. Foi um jogo que poderia ter sido uma semifinal ou final do torneio, envolveu muita luta, garra e nervosismo. Terminei a partida muito feliz,” disse Guga.

Na próxima rodada, no domingo, em horário ainda indefinido, Guga enfrentará um de seus melhores amigos no circuito, o equatoriano Nicolas Lapentti, 11º colocado no ranking mundial e 15º na Corrida dos Campeões.

Guga e Lapentti, que além de amigos são parceiros de duplas, tendo conquistado o título juvenil de Roland Garros em 94 e também o troféu do ATP Tour de Adelaide, no ano passado, já se enfrentaram oficialmente cinco vezes, com Guga vencendo três delas, inclusive a última no Masters de Hannover, no ano passado, em quadra de carpete coberta, por 6/1 6/2. “Vai ser um confronto diferente e tem tudo para ser uma partida muito disputada,” comentou o brasileiro.

Até agora, Guga, quinto colocado no ranking mundial e segundo na Corrida dos Campeões já garantiu 150 pontos no mundial e outros 30 na Corrida. Se passar por Lapentti ficará com 250 e 50, respectivamente.

Memória: Guga vencia Charpentier em sets diretos e se preparava para enfrentar Chang na 3ª rodada de Roland Garros

GUGA VENCE CHARPENTIER E JÁ ESTÁ NA TERCEIRA RODADA EM ROLAND GARROS

Brasileiro fala da nova geração do tênis e da rivalidade com Magnus Norman

Gustavo “Guga” Kuerten já está na terceira rodada do torneio de Roland Garros. Nesta quarta-feira ele derrotou o argentino Marcelo Charpentier, por 3 sets a 0, parciais de 7/6 (5) 6/2 6/2, em 1h58min de disputa e na sexta-feira, enfrentará o norte-americano Michael Chang, por uma vaga nas oitavas-de-final.

Na quadra 2 do complexo, completamente lotada de fãs brasileiros e franceses, Guga precisou de um tie-break para vencer a primeira série. Nenhum dos jogadores perdeu o seu serviço até o 5/5, quando Charpentier, 230º colocado no ranking mundial, quebrou o saque de Guga. No game seguinte, Guga devolveu a quebra e a decisão foi para o tie-break, em que Guga venceu por 7/5. Na segunda série, Guga conseguiu quebrar o saque de Charpentier no 1×1, repetiu a quebra no 3×1 e só precisou manter o seu serviço para fechar o segundo set em 6/2. Ainda mais solto e confiante no terceiro set, com lindas jogadas, lobbies e subidas à rede, Guga quebrou o saque do argentino no primeiro game, depois no terceiro e abriu 4/0. No 4×1 Charpentier quebrou o saque de Guga, mas o brasileiro logo devolveu a quebra e no game seguinte, no primeiro match point, selou a terceira vitória sobre Charpentier, em cinco confrontos, e a passagem à terceira rodada do torneio de saibro mais importante do mundo.

“O primeiro set poderia ter sido de qualquer um de nós. Na verdade eu perdi algumas oportunidades no começo e quem sabe o primeiro teria sido igual aos outros dois. Mas, o importante é que eu estava tranquilo, sabia que ia começar a jogar bem e que o cara estava perto do limite dele. Depois do primeiro set passei a jogar bem melhor. Fiquei mais relaxado, encontrei meu ritmo, passei a gastar menos energia e a usar a força dele também. O jogo não começou muito da maneira que eu gostaria, mas terminou como eu queria,” analisou Guga.

Durante o jogo Guga marcou 10 aces, fez apenas uma dupla-falta, teve 52% de aproveitamento do primeiro serviço, venceu 81% dos pontos com o primeiro saque, deu 32 winners, fez 49 erros não forçados e teve 76% de aproveitamento na rede.

Durante a entrevista coletiva, tão relaxado e tranquilo quanto tem estado na quadra, Guga aproveitou para falar sobre a rivalidade que está surgindo entre ele e o sueco Magnus Norman. “Nós dois estamos jogando muito bem, motivados e com excelente condição física. Nos últimos meses jogamos várias vezes e tomara que surja uma rivalidade como a do Agassi e do Sampras entre nós. Acho que eu, ele, o Lapentti, o Moya, o Rios estamos aí para dominar o tênis nos próximos anos. Se não fizermos a final nesse ano, acredito que vamos nos encontrar em muitas outras finais daqui pra frente. Mas, ainda estamos longe de ser como o Sampras e o Agassi. Eles têm uma história no tênis e já fizeram muita coisa. Seria muito para mim, nem dá para comparar, mas tomara que um dia eu chegue lá.”Mas, antes de pensar numa possível com Norman, o líder da Corrida dos Campeões, Guga terá que passar, na próxima rodada, pelo norte-americano Michael Chang. Campeão em Roland Garros em 1989, aos 17 anos, ele chegou a ser o número dois do mundo em 96. Atualmente ele ocupa a 33ª posição no ranking mundial e a 43ª na Corrida dos Campeões. Guga e Chang já se enfrentaram três vezes, todas em quadras rápida e Chang lidera por 2×1 nos confrontos diretos, ganhando o último confronto, em 98, na semifinal do ATP Tour de Memphis, por 7/6 7/6.

Até agora, por estar na terceira rodada de Roland Garros, Guga (Banco do Brasil/ Diadora/ Head/ Pepsi/ Head) já garantiu 75 pontos no ranking mundial, em que é o 5º colocado e outros 15 na Corrida dos Campeões, em que ocupa a vice-liderança. Se passar por Chang ficará com 150 e 30, respectivamente.

Memória: Há 20 anos, Guga vencia com tranquilidade na estreia da campanha do bicampeonato em Roland Garros

BRASILEIRO DERROTOU SUECO POR 3 SETS A 0

Gustavo “Guga” Kuerten arrasou na sua estréia em Roland Garros, nesta segunda-feira. Em apenas 1h13min de jogo, na quadra Suzanne Lenglen, ele derrotou o sueco Andreas Vinciguerra, por 3 sets a 0, parciais de 6/0 6/0 6/3 e enfrentará, na próxima rodada, na quarta-feira, o argentino Marcelo Charpentier.

Confiante e praticamente sem cometer erros, Guga chegou a fazer 15 games a zero no sueco, 53º colocado no ranking mundial e 40º na Corrida dos Campeões considerado uma das novas revelações do circuito. O sueco só foi conseguir fazer um game em Guga, quando o placar marcava 6/0 6/0 3/0. Vinciguerra manteve o seu serviço, mas em seguida foi quebrado por Guga, que fez 5/1 e sacou para o jogo. Mas, não conseguiu fechar e Vinciguerra fez mais dois games. No 5/3, na primeira oportunidade que teve, Guga não titubeou e confirmou a sua grande fase.

“Foi um dia perfeito para mim, uma estréia que não esperava. É difícil você jogar a primeira partida de um torneio e apresentar o seu melhor tênis. Vou aproveitar, porque daqui pra frente só deve vir pedreira,” disse Guga, que fez dois aces, uma dupla-falta, teve 54% de aproveitamento do primeiro serviço, 65% dos pontos vencidos com o primeiro saque, cometeu 25 erros não-forçados e marcou 21 winners. No total, Guga venceu 90 pontos no jogo e ganhou seis games de zero, em que o sueco não marcou um ponto.

“Comecei muito forte e já entrei no mesmo ritmo que venho jogando nos últimos torneios. Ele ficou um pouco frustrado e não encontrou a maneira de vencer os pontos. Eu estava muito relaxado, por ter saído na frente. Não fiz muitos erros, estava sólido e colocando pressão no cara o tempo todo,” contou Guga.

Por ter vencido Vinciguerra, a quem enfrentou pela primeira vez na carreira, Guga (Banco do Brasil/Diadora/Head/Pepsi/Rider) marcou 35 pontos no ranking mundial, em que é o quinto colocado e outros sete na Corrida dos Campeões, em que ocupa o segundo posto.

Na próxima rodada, na quarta-feira, Guga enfrentará o argentino Marcelo Charpentier, que veio do qualifying, ocupa a 230ª posição no ranking mundial e não está listado na Corrida dos Campeões, e hoje derrotou o marroquino Karim Alami, por 3 sets a 2.

Guga e Charpentier se enfrentaram quatro vezes, no início da carreira do brasileiro na ATP. Eles estão empatados em dois nos confrontos diretos e a última vez que jogaram, no ATP Tour de Bolonha, em 97, Guga venceu. “Estou mais preocupado comigo e não com o adversário. Estou confiante e acho que posso passar desta rodada,” disse Guga, que aproveitou para comentar a sua boa fase, mais madura. “Estou muito mais focado, tranquilo e confiante. Às vezes, em um jogo, perco a tranquilidade, mas o foco e a concentração estão me ajudando a ganhar partidas. Estou mais forte mentalmente.”

LÍDER DE ACES– Nas estatísticas divulgadas pela ATP, nesta segunda-feira, Guga permaneceu na primeira posição no ranking de aces, somando 321 em 33 partidas. Com os dois aces de hoje, tem agora 323 em 35 jogos no ano. Guga também está bem classificado nas estatísticas de pontos vencidos com o primeiro serviço. Ele está em quinto, com 78%. No ranking de games de saque vencidos, Guga aparece em 7o, com aproveitamento de 84%.

Nas listagem de vitórias e derrotas da temporada, Guga é o 3º atrás somente de Magnus Norman e Lleyton Hewiit, com 27 (agora 28) vitórias e 10 derrotas. Neste ranking no saibro, Guga é o segundo, depois de Mariano Puerta, tendo vencido 21 (agora 22) jogos e perdido seis.

Guga reúne alunos e professores de escolas de tênis de 6 países em evento inédito

Numa grande ação inédita, o tricampeão de Roland Garros participou ontem (07) do Encontro Internacional de Escolas de Tênis, promovido pela Escola Guga, reunindo virtualmente professores e alunos de onze instituições do Brasil, Argentina, Equador, Estados Unidos, Espanha e Escócia, além de representante da ITF e um dos principais protagonistas da trajetória de Guga no tênis, Larri Passos.

As escolas de tênis convidadas tiveram a oportunidade de enviar perguntas ao Guga em três blocos do evento, dividido por idiomas. Pela primeira vez Guga respondeu perguntas de atletas e técnicos ao redor do mundo. Foram 12 questões que versaram sobre a história do tenista que conquistou a liderança do ranking mundial da ATP, em 2000.

Relembrando sua iniciação no tênis, Guga destacou o poder visionário do pai que em conjunto com Larri Passos enxergou nele o potencial de um campeão mundial. “Eles acreditaram nas minhas conquistas muito antes de eu começar a sonhar”, afirmou Guga, esclarecendo que o técnico tem que ter convicção no sucesso do atleta. “O Larri acreditava 100% a mais do que eu mesmo que seria possível chegar onde a gente chegou”, declarou.

Entre as várias questões a grande maioria teve o mesmo objetivo: entender como se constrói um campeão nas quadras. Guga e Larri foram categóricos nas respostas: muito trabalho e simplicidade. “O melhor do mundo também precisa melhorar. Todo o tenista, todo atleta, precisa fazer o melhor possível diariamente. Assim se constrói uma rotina saudável, e o desenvolvimento, o sucesso se torna uma consequência”.

Falando especificamente para os professores que participaram do evento Larri Passos declarou que o tênis é o esporte mais difícil do mundo. “Se uma criança bate bem, aprende a passar a bola de direita, de esquerda, sabe sacar, essa criança já é excepcional. É isso que o professor precisa ensinar, porque quem chega ao Top 10 é gênio”.

Sobre a relação técnico/tenista/família Guga afirmou: “É preciso respeito e confiança! E isso envolve toda a família do atleta. A partir do momento que eu estou convencido que o meu filho vai seguir esse caminho (no tênis) e eu tenho convicção que essa é a pessoa certa, eu tenho que confiar. A base dessa relação precisa ser a confiança. E o caminho envolve honestidade, clareza e muito trabalho. A família precisa torcer muito também pelo técnico. Saber respeitar o tempo também é importante!”

Guga também respondeu perguntas das 54 unidades franqueadas da Escola Guga no país, reiterando que a proposta de ensino do tênis e beach tennis na Escola Guga vai além do ganhar ou perder. E finalizou o evento encorajando a nova geração do tênis. “No pior cenário possível é preciso se sentir encantado dentro de uma quadra de tênis. Vocês têm todas as condições de fazer igual e até melhor do que a gente fez”.

Há 20 anos, Guga fazia grande partida, mas perdia pro Sampras na final de Miami em jogo de alto nível e marcações duvidosas

Há exatos 20 anos, no dia 02 de abril de 2000, Gustavo Kuerten entrava em quadra para fazer mais um grande jogo na sua carreira, na final do Masters 1000 de Miami – na época Masters Series – diante do norte-americano Pete Sampras, um dos maiores de todos os tempos, que jogava com o apoio da torcida.

Ainda nos tempos de finais em 5 sets, os dois jogaram em altíssimo nível por mais de 3 horas, em partida que acabou com vitória de Sampras por 6/1 6/7(2) 7/6(5) e 7/6(8).

A partida ficou marcada também por bolas duvidosas, especialmente uma no tiebreak do set decisivo. Em um tempo sem desafio, restou ao brasileiro e toda sua torcida a reclamação diante dos árbitros.

Meses depois, os dois se reencontraram, na semifinal da Masters Cup, em Lisboa, com vitória do brasileiro, que seguia para a final, pro título e pro topo do ranking.

Na chave de Miami, Guga passou por grandes desafios desde o início, encarando Arnaud Clement, Goran Ivanisevic, Gianluca Pozzi, Wayne Ferreira e Andre Agassi antes da final.

O jornal O Globo do dia seguinte reconheceu a grande atuação do brasileiro, com a capa abaixo:

Confira também em seguida o release pós-final, produzido pela Diana Gabanyi, editora-chefe da Tennis View e então assessora de imprensa do Guga:

GUGA É VICE-CAMPEÃO EM MIAMI
Próximo desafio é a Copa Davis
Gustavo “Guga” Kuerten fez de tudo, mas não conseguiu conter o jogo do norte-americano Pete Sampras, número dois do mundo e acabou ficando com o vice-campeonato do Ericsson Open, o quinto maior torneio do mundo. Neste domingo, na final, Sampras venceu Guga por 3 sets a 1, parciais de 6/1 6/7 (2) 7/6 (5) 7/6 (8), em 3h18min de um tênis espetacular.
Depois de um primeiro set complicado, em que não teve praticamente chances diante de Sampras, Guga teve seu serviço quebrado no 1×2 e no 1×5, perdendo por 6/1. Na segunda série a situação também começou bem complicada para o brasileiro, que perdeu seu saque no 2×2. Mas, quando o dono de 12 títulos de Grand Slam sacava para fechar o set, no 5×4, Guga conseguiu quebrá-lo e levar a decisão para o tie-break, em que atuou brilhantemente vencendo por 7/2 e empatando o jogo.
No terceiro set não houve quebras de serviço e Guga conseguiu se sair de situações difíceis, como três break points no 3×4 e a decisão foi outra vez para o tie-break. Desta vez, no entanto, mesmo tendo salvado dois set points, Sampras fechou o set e ficou com uma vantagem de 2 sets a 1.
Na quarta série, com a quadra central do Crandon Park alternando gritos de ole Guga e let’s go Pete, o jogo virou uma verdadeira guerra de jogadas fantásticas de ambos os tenistas e outra vez sem quebras de serviço a decisão do set foi para o tie-break. Sampras abriu 6/2 e teve quatro match points seguidos, que Guga salvou com excelentes serviços e devoluções de saque. No 6/7, mais um match point para o norte-americano e Sampras fez dupla-falta. Depois no 7/8, com outro match point, Guga conseguiu se salvar empatando tudo.Mas, no seu serviço uma bola de Sampras foi na linha, segundo o juiz e Sampras teve o sétimo match point, que não desperdiçou.
“Foi uma grande semana para mim, especialmente com o apoio da torcida brasileira que foi maravilhosa. Pelo menos tentei ganhar do Agassi e do Sampras no mesmo torneio, mas meu jogo não foi suficiente. De qualquer maneira estou feliz pela semana que tive e ter disputado essa final, pela primeira vez, foi incrível,” disse Guga, na cerimônia de entrega de prêmios.
Durante o jogo Guga marcou 16 aces, quatro duplas-faltas, teve 57% de aproveitamento do primeiro serviço, venceu 68% dos pontos com o primeiro saque, fez 54 winners, 19 erros não forçados, 68% de aproveitamento na rede e 147 pontos vencidos no total.
De acordo com os cálculos da ATP, com os 350 pontos conquistados por ter alcançado a final, Guga (Banco do Brasil/Diadora/Head/Pepsi/Rider), atual 6º colocado no ranking mundial, aparecerá na quarta posição nesta segunda e na Corrida dos Campeões, em que hoje é o 26º, será o oitavo.
Diana Gabanyi

Melhor campanha de Guga em Wimbledon, quartas de final, completa 20 anos

O ano era 1999. Há exatos 20 anos. Depois de duas derrotas na estreia, em 97 e em 98, naqueles anos em que a grama quase parecia uma pista de patinação no gelo de tão rápida, Gustavo Kuerten fazia a sua melhor campanha no Grand Slam da grama, piso pouco simpático aos brasileiros, de forma geral. 

Há exceções, claro, a principal é Maria Esther Bueno, tricampeã de simples e pentacampeã de duplas em Londres.

O fato é que intimidade com grama pra brasileiro, historicamente, é no futebol. No tênis, nem mesmo Guga tinha facilidade.

Há 20 anos, porém, a História foi diferente. Depois de chegar às quartas de Roland Garros, quando perdeu para Medvedev, Guga jogava sem grande responsabilidade na grama, apesar de chegar como cabeça de chave nº 11.

Na verdade, fez pouca coisa diferente. Como já estava acostumado, ficou hospedado em uma casa alugada no Wimbledon Park, e se preparou nos poucos dias de sol antes do torneio começar, sem eventos de preparação.

Um detalhe fundamental dessa campanha é que Guga jamais havia vencido um único jogo na grama em toda sua carreira. Exatamente isso: Em 4 partidas disputadas, sendo duas pela chave principal de Wimbledon, Guga nunca havia triunfado na grama, incluindo uma derrota para o norte-americano Justin Gimelstob, atualmente envolvido em uma polêmica no conselho de jogadores da ATP, na edição de 1997.

Aliás, foi neste mesmo ano, em que conquistou seu primeiro Roland Garros, que Guga fez uma aposta com Larri Passos: Se o brasileiro chegasse às quartas de Wimbledon, o treinador rasparia a sua cabeça! Bom, não foi exatamente naquele ano, mas dois anos depois, Guga começou sua campanha diante do norte-americano Chris Wilkinson, vencendo por triplo 6/4 e desencalhando na grama.

Depois, mais duas vitórias por 3×0. A primeira, sobre o alemão David Prinosil. A outra sobre o sérvio Nenad Zimonjic, que anos depois também fez muito sucesso como duplista, chegando ao topo do ranking.

As coisas começaram a complicar nas oitavas, quando precisou de quatro parciais diante do suíço Lorenzo Mata. Depoís, ficou difícil de vez: Andre Agassi.

Depois do adiamento da partida causado pela chuva, Guga perdeu ritmo de jogo e o norte-americano não deu chances ao manezinho da ilha, venceu por 3×0 e encerrou a melhor campanha do nosso nº 1 do mundo nas quadras do All England Lawn Tennis and Croquet Club.

Pelo menos, Larri cumpriu sua promessa e no dia seguinte à vitória sobre Mata, apareceu com a cabeça de fato raspada, virando não apenas um visual de ocasião, mas uma marca registrada.

A edição de 99 também ficou marcada pela presença de Rubens Barrichello na torcida pelo tenista nas arquibancadas de Londres. Rubinho havia corrido no fim de semana no GP da França e foi até Wimbledon torcer por Guga.

Na época, Guga disse que chegar às quartas era “a realização de um sonho.” E de fato foi.

Depois, em 2002, André Sá igualou o feito de Guga e também chegou às quartas de final do torneio, quando parou diante do ídolo local, Tim Henman.

Para Guga, competir em Wimbledon, com apenas duas semanas de intervalo entre o torneio de Roland Garros e o Grand Slam da grama era difícil, depois da longa temporada de saibro (hoje são 3 semanas de intervalo). Ele viria jogar Wimbledon apenas mais duas vezes, alcançando a terceira rodada no ano 2000 e a 2a. em 2003.

Guga é homenageado no ATP Finals, em Londres

Há quase 18 anos Gustavo Kuerten entrava para a história ao vencer, em Lisboa, dois grandes tenistas (Pete Sampras e Andre Agassi) no torneio que reúne os melhores jogadores do ano e conquistar o topo do ranking no tênis profissional.

Hoje Guga marcou presença no atual ATP World Tour Finals para ser homenageado e participar da cerimônia de premiação, logo após a vitória de Alexander Zverev que venceu Novak Djokovic,  líder do grupo Guga Kuerten na competição.

Guga participou de eventos organizados pela ATP para celebrar os campeões de década de 2000, durante todo o fim de semana.”É sempre muito gratificante relembrar toda a minha trajetória. Mas, essa homenagem é um grande incentivo, uma inspiração, para que a gente possa continuar trabalhando, com muita determinação, para transformar o tênis brasileiro”, declarou Guga.

Além de nomear o Grupo 1, Guga será homenageado na decisão do ATP Finals

A ATP divulgou no final de semana que Guga Kuerten será homenageado no torneio que encerra o calendário de competições de 2018. Guga que se tornou No. 1 em 2000, depois de vencer os americanos Sampras e Agassi, no Masters de Lisboa, nomeará o Grupo 1 dos tenistas que disputam a liderança do ranking nas simples.

O tricampeão de Roland Garros viaja para Londres na próxima semana para participar de uma homanagem durante a final, no dia 18 de novembro.

“É uma alegria, uma satisfação muito especial, dessas que a gente não tem como imaginar. Receber uma homanagem como essa, traz muita motivação, traz muita convicção que estamos no caminho certo nesse processo de transformar o tênis no Brasil. Dá um “gás” enorme para continuar trabalhando próximo às quadras. É isso que essa homenagem representa! Esse prêmio transmite tudo o que já aconteceu na minha carreira, obviamente, mas também as conquistas atuais, tanto na parte social, com os projetos do Instituto Guga Kuerten, quanto no desenvolvimento do tênis, com a Escola Guga. Vamos para lá celebrar para voltar com pique total para 2019”, festejou Guga.

Essa é a segunda homenagem do ano que o tenista brasileiro recebe de instituições ligadas ao  tênis mundial. Durante o Aberto da França, em junho, a Federação Francesa de Tênis anunciou Guga como o primeiro tenista embaixador do Grand Slam francês.

Foto Cynthia Lum