Ao lado de Guga, mais de 500 crianças se divertem no 15º Encontro da Integração, em Florianópolis

Alegria na potência máxima! O 15º Encontro da Integração que aconteceu hoje, em Florianópolis, reuniu 550 crianças, adolescentes e pessoas com deficiência e Florianópolis, para celebrar o Dia das Crianças, ao lado do tricampeão de Roland Garros. Essa é a única vez no ano que os educandos do programa Campeões da Vida que frequentam os seis núcleos de esporte e educação da Grande Florianópolis, se reúnem.

As crianças se revezaram nas ilhas de esporte, recreação e cultura ao longo do dia, se divertindo com as várias opções oferecidas. Enquanto a equipe do IGK ficou responsável pelo acompanhamento dos educandos e distribuição dos lanches.

A programação do evento contou também com Show de Talentos no palco do Encontrão: destaque para as apresentações do IGK Música, onde os educandos dos Núcleos Biguaçu exibiram uma performance de violino e os de Palhoça e São José, fizeram sucesso com o violão. Um dos momentos mais aguardados foi a coreografia apresentada pelas 20 crianças e adolescentes que integram o IGKdance.
“Esse é o Roland Garros dessa garotada”, definiu Guga. “Nós usamos a nossa experiência para inspirar essas crianças a se sentirem confiantes o suficiente para acreditar no sonho delas. E quem sabe conquistar sonhos inacreditáveis como eu”, explicou ele que na próxima quinta-feira (dia 11) se prepara para receber em Florianópolis mais de 2000 atletas inscritos para disputar as competições da Semana Guga Kuerten, que será realizada até o dia 21 de outubro, no Jurerê Sports Center.

Foto: Fernando Willadino

Guga é nomeado embaixador do torneio de Roland Garros

Por Diana Gabanyi

Gustavo Kuerten voltou a fazer história em Paris e a extender a sua história de amor com o torneio. A Federação Francesa de tênis anunciou nesta quinta-feira, 7 de junho de 2018, o tricampeão do torneio como oembaixador de Roland Garros. Com isso, Guga terá a missão de promover o Slam parisiense pelo mundo.

“O Guga além do sorriso é um ser humano,” disse Bernard Giudicelli, presidente da Federação Francesa de Tênis, quando perguntado se além de Guga haveria outros embaixadores mundiais do torneio. O Presidente fez questão de lembrar as conquistas do brasileiro em Paris, em 1997, 2000 e 2001 e da sua conexão com o público e história de humildade.

Guga e Roland Garros formam uma verdadeira história de amor, iniciada no ano de seu primeiro título, quando encantou o público francês ao surpreender com a conquista, muito longo de ser um favorito e surpreendendo grandes jogadores.

Em 2001, emocionou a torcida ao desenhar um coração no saibro da quadra Philippe-Chatrier  deitando-se dentro dele em seguida, depois da vitória sobre o norte-americano Michael Russell, jogo em que salvou match-point.

“Estamos extremamente orgulhosos de que Gustavo Kuerten tenha concordado em se tornar um embaixador de Roland-Garros. Ele é um dos campeões que melhor representa o nosso torneio. Ele roubou os corações do público parisiense com seu espírito de luta, sua bondade e seu famoso sorriso. É realmente uma oportunidade maravilhosa tê-lo como embaixador. Ele já aumentou a visibilidade do torneio e do tênis em geral no Brasil. Somos extremamente gratos a ele.” continuou Giudicelli.

Guga também fez questão de agradecer tamanha honraria: “Essa história nunca acaba.É uma grande honra e uma enorme oportunidade para continuar esta relação mágica com Roland Garros, que definitivamente transformou minha vida e me ajudou a encontrar e desfrutar de sentimentos valiosos, memórias e sensações como um tenista e um ser humano. Por isso eu venho aqui a cada ano, trago a família toda e me reconecto com este lugar!” afirmou o brasileiro.

Diana Gabanyi

Guga marca presença no Rio Open e elogia realização do torneio em momento difícil do país

Convidado de gala do Rio Open apresentado pela Claro, Gustavo Kuerten chegou nesta quinta-feira na cidade para acompanhar a competição. O tricampeão de Roland Garros, muito requisitado pelos fãs por onde passa no Jockey Club Brasileiro, elogiou a realização do torneio e a importância da presença de grandes nomes do tênis, principalmente pelo momento difícil que o Brasil está enfrentando. Os ingressos para as rodadas de sexta (23) e sábado (24) estão esgotados. Para domingo estão à venda no site www.tudus.com.br/rioopen .

“Temos que aplaudir a realização do Rio Open, porque está difícil fazer as coisas acontecerem no Brasil, vivemos um momento muito delicado. Vejo que o torneio evoluiu a cada ano, e já está estabilizado, temos grandes nomes por aqui, Cilic, Monfils, os brasileiros das duplas. Também é extraordinário a iniciativa de trazer pessoas de classes mais baixas para conhecer, experimentar, e participar das clínicas. Neste ano foi a vez de ter também o tênis adaptado (clínica para pessoas com deficiência), uma coisa muito legal”, disse o ex-número 1 do mundo que ainda comentou a consolidação do ATP 500 no circuito profissional.”O mais difícil era fazer essas cinco primeiras edições. Agora chegar ao 10o. ano é mais fácil. O torneio está consolidado”.

O brasileiro falou também sobre ter ficado em 21º lugar numa lista de 50 nomes da renomada revista norte-americana “Tennis”, que está elegendo os maiores jogadores da Era Aberta (a partir de 1968) que conquistaram Grand Slam. A públicação está anunciando os jogadores eleitos aos poucos. A lista completa com 50 nomes, 25 de cada sexo, sairá na edição de março/abril. “Fiquei surpreso, é extraordinário estar entre nomes de tenistas grandiosos, principalmente porque minha carreira foi curta. Acho que estou tão bem colocado porque essa eleição vai além das vitórias e conquistas, tem a ver com meu jeito, de colocar emoção nas conquistas, tocar o coração das pessoas, que acho que foi minha marca dentro de quadra”, disse o jogador, que mais uma vez entregará o troféu ao campeão do Rio Open.

Guga comentou também sobre o retorno de Roger Federer à liderança do ranking aos 36 anos. “Não imaginava que ele pudesse voltar a ser número 1, acho que nem ele. Aí machucou o joelho, ficou um período afastado, e deve ter voltado pensando apenas em jogar, sem pretensão, e aí as coisas foram acontecendo”, completou.

Foto: Fotojump

Guga anuncia a criação da Equipe Guga

Gustavo Kuerten esteve hoje em Belo Horizonte para participar do Encontro Nacional da Escolinha Guga (ENEG) e anunciou uma novidade para os gestores e professores que participam desde segunda-feira (24), do evento que acontece pela primeira vez na capital mineira. O tricampeão de Roland Garros oficializou a criação da Equipe Guga para que os juvenis de 9 a 18 anos possam aprimorar as técnicas do tênis.

“Lançar a Equipe Guga traz uma satisfação enorme, porque são passos que consolidam o nosso projeto de desenvolvimento do tênis e dão segurança para a gente evoluir para as próximas etapas, depois de sete anos de trabalho. Esse novo projeto vai ser realizado com muito cautela, com tranquilidade para transformar essa experiência para eles numa oportunidade, sem traumas. A ideia é ensinar que perder pode ser bom também, faz parte do aprendizado, preparando-os para  enfrentar as competições. Dialogar com os pais é um outro desafio, porque os pais querem ver os filhos vencendo… Mas, eu vejo que com o tempo vamos atravessando esses obstáculos”, explicou Guga.

A nova iniciativa será gerenciada pela Guga Kuerten Franquias (GKF), empresa responsável pela gestão das franquias das 38 unidades da Escolinha e 21 Escola Guga no país, concentrando mais de 2 mil alunos. Além de oferecer aulas de tênis de forma lúdica para as crianças de 5 a 10 anos na Escolinha Guga e para os adolescentes de 11 a 15 anos na Escola Guga, a GKF também está investindo na implantação da Escola Guga Adultos.

Alinhada com o discurso de Guga que ressalta a importância da formação dos professores, a GKF promove anualmente o ENEG que reuniu em Belo Horizonte mais de 100 pessoas nas palestras e atividades práticas. Para encerrar o evento, Guga reiterou a importância do empenho no trabalho com as crianças e revelou seu próximo objetivo. “A ideia é ter um Time Guga, mas para frente, com jogadores ainda melhor preparados e em condições de disputar níveis internacionais. Mas, agora o projeto é mais nacional, precisamos demonstrar que com muito trabalho, seriedade, respeito e educação é possível transformar o esporte. É difícil, mas não tem mistério, e sim muito esforço. Ver uma equipe ser montada é um grande orgulho. É uma forma de mostrar para as pessoas que o momento de 97 ainda está vivo. Vamos parar de reclamar de desperdício e vamos fazer isso que nós estamos conseguindo executar nos últimos sete anos”, declarou Guga, antes de entregar a premiação do Programa Destaque de Excelência da Escolinha Guga.

Cristo Redentor será iluminado em homenagem aos 20 anos do 1º Roland Garros do Guga

Há 20 anos Gustavo Kuerten surpreendia o mundo ao vencer o tenista espanhol Sergi Bruguera na quadra central de Roland Garros, em Paris. Para comemorar essa data histórica, a Arquidiocese do Rio de Janeiro, em parceria com a Federação Francesa de Tênis (FFT) homenageiam Guga com uma iniciativa inédita: Amanhã (08/06), o Cristo Redentor será iluminado nas cores azul e amarelo, em referência ao uniforme emblemático utilizado por Guga durante a campanha no Grand Slam francês, em 1997.

A partir das 20h30m, o Cristo Redentor, monumento tombado como Patrimônio Histórico e Artístico do Brasil, será iluminado nos tons da camiseta utilizada por Guga. Uma honraria para lembrar a façanha do tenista brasileiro que aos vinte anos se transformou em campeão de um dos principais torneios do mundo.

Guga deve acompanhar a homenagem a distância, já que está em Paris, onde no próximo domingo (11/06) participa de uma solenidade organizada pelo Hall da Fama Internacional do Tênis para também celebrar o aniversário de 20 anos do primeiro título em Roland Garros, minutos antes da final masculina que definirá o novo campeão do Aberto da França.

Ação: Guga será homenageado com iluminação especial no Cristo Redentor (azul e amarelo)

Data: AMANHÃ – 08/06 (dia exato do aniversário de 20 anos do primeiro título em Roland Garros)

Horário:  A partir das 20h30m (horário de Brasília)

Iniciativa: Arquidiocese do Rio de Janeiro em parceria com a Federação Francesa de Tênis (FFT)

Guga reafirma sonho de Masters 1000 no Brasil e acredita em futuro top-10 brasileiro

Guga peqAssim como fez nas três edições anteriores, Gustavo Kuerten prestigiou, nesta quarta-feira, o Rio Open, ATP 500 disputado no Jockey Club Brasileiro e maior torneio de tênis da América do Sul.

O tricampeão de Roland Garros aproveitou pra conversar com os jornalistas e falou sobre diversos assuntos, sem esconder a vontade que ainda sente de jogar quando comparece ao Rio Open:

“A vontade de jogar é proporcional à paixão que eu tenho pelo tênis e é complicado, pois minha condição física ainda não me permite entrar em quadra. De certa forma, é bom que simboliza que tudo que eu fiz foi concreto. E hoje seria impraticável, meu físico não permite, mas eu gosto de estar por perto, fazer parte como puder e sempre ficar por perto ajudando.”  afirmou.

Guga falou também da situação inusitada de ter um confronto entre brasileiros nas oitavas de final de um grande torneio como esse, principalmente pelo fato de Thomaz Bellucci e Thiago Monteiro terem jogado juntos na chave de duplas (perderam para os colombianos Juan Sebastian Cabal e Robert Farah pouco depois da entrevista).

“É algo que acontece, você estar dentro de quadra junto, em um jogo de duplas e logo em seguida eles se enfrentam. É bom porque teremos um brasileiro nas quartas de final, e é legal pro público, que pode se programar já e esperar por um brasileiro indo longe.”

Diferentemente do que muitos pensam, Guga não se surpreendeu com a vitória de Bellucci sobre o japonês Kei Nishikori, na estreia, ratificando que acreditava no potencial do brasileiro, principalmente pelas circunstâncias:

“Não foi surpresa o Bellucci vencer, ele é um grande jogador, ainda mais aqui no Brasil. Ele incomoda qualquer outro adversário, tem o potencial de vencer sim e ontem foi um dia iluminado. Mesmo perdendo o saque no segundo set, ele conseguiu se manter dentro da partida. E vejo agora um espelhamento. O Thiago entrou com a expectativa lá em cima pelo que fez ano passado e teve que virar a partida. Acredito que amanhã o Thiago entre mais solto e o Bellucci assuma mais o favoritismo. De qualquer forma, será interessante e servirá de teste para ambos e teremos um tenista nas quartas de final.” disse Guga.

Outro assunto recorrente nas entrevistas de Guga é uma possível mudança de local do Rio Open, que passaria do Jockey para o Centro Olímpico de Tênis e, consequentemente, do saibro para o piso duro. O ex-nº 1 do mundo também opinou sobre isso:

“Esse torneio ainda se comporta melhor aqui. Seria impossível pensar em Centro Olímpico neste momento, pela insegurança e incerteza do que vai acontecer por lá. Um torneio desses é muito grande, depende de uma série de decisões, gera uma conta grande pra pagar, precisa de uma certeza e convicção de que as coisas funcionariam. Então o Centro Olímpico demandaria uma segurança maior para ser pleiteado. Esse torneio sendo feito da forma como está esse ano, mantendo essa experiência fenomenal para todos. Um dia acho que podemos sim ir para o Centro Olímpico e até ser um primeiro passo para virar um Masters 1000, é um sonho legal de cultivar, mas precisaremos de tempo para amadurecer e o Centro Olímpico precisa ser praticável.”

Quando foi indagado sobre a possibilidade de virar treinador, repetindo experiências de ex-jogadores como Boris Becker, por exemplo, que teve sucesso na parceria com Novak Djokovic, Guga rechaçou e ainda brincou com Fernando Meligeni:

“É óbvio que o Fino ia falar essa besteirada (risos). Eu nunca pensei em ser treinador. Eu costumo brincar que hoje sou treinador de dois em casa, dividindo com a minha esposa, as avós e é muito complicado. E pegar um tenista hoje está muito fora dos meus planos e o que eu almejo como contribuição pro tênis é inverso à esse caminho e eu não me vejo pegando a estrada, pois é cair de cabeça de novo no circuito. Sinto que existe muita experiência pra compartilhar, mas a gente opta por empenho na Escolinha Guga pra trabalhar a base, fizemos um projeto com o Thiago Monteiro com 13 anos e hoje ele tá ai, com sucesso no profissional, mas é tudo de uma forma caseira, compatível com a nossa realidade, o dinheiro encolheu muito, tá todo mundo muito desesperado. Tem que ter muito esforço por parte do cara, mesmo os europeus batalham muito e aqui ainda temos essa ideia de que como a estrutura não é a ideal, temos que dar tudo. Então fica uma disparidade muito grande, portanto nosso objetivo é formar novos jogadores e treinadores, por isso meus desafios ficam mais direcionados a essa esfera brasileira.”

Guga também falou sobre a oportunidade de jovens que viajam ao exterior pra treinar, como Cauã Paulino, de apenas 12 anos, que faz parte de um dos projetos sociais apoiados pelo Rio Open e que ganhou a chance de passar uma semana treinando na IMG Academy, famosa academia de tênis de Nick Bollettieri, no segundo semestre:

“Eu vejo com dois efeitos. Para aquele garoto que vai pra lá e descobre que o tênis vai muito além do profissional, conhecer outras realidades. E outra é que todos que estão em torno querem aquela realidade. Todo mundo tá sendo contagiado pelo fato de alguém ir, quantos garotos viram isso e foram para quadra correndo pensando “ano que vem to lá no Rio Open”. Essa simbologia do esporte precisa ser mantida, incentivar sim essa criança, ter expoentes e que eles sirvam de exemplo para os que vêm em seguida. E o tênis colabora com isso, pois o meio é muito saudável, a criança vai nessa viagem e volta trazendo mais experiência para dividir aqui com toda essa galera. Mais cedo ou mais tarde vai vir um jogador brasileiro que vai ter sucesso, vai chegar ao top 10 e esses estímulos são cruciais para manter a nossa crença de que é possível.” concluiu.

20 anos após 1º título de Guga, brasileiro Vik Muniz elabora pôster oficial de Roland Garros

poster-rg-2017Vinte anos após a conquista de Gustavo Kuerten no saibro de Roland Garros, a honra de elaborar o pôster da edição de 2017 do Slam parisiense será do artista brasileiro Vik Muniz, homenageando Guga e o famoso coração que ele desenhou na quadra do torneio.

Optando por usar pigmentos minerais no solo, Vik desenhou um jogador no momento do saque: “O cartaz é único, mas tem muitas semelhanças com várias obras anteriores minhas. Quando percebi isso, comecei a me concentrar nas cores, até chegar a tonalidade exata do saibro. As cores são verdadeiramente de todo o mundo, pois os pigmentos vêm da África, Ásia e Austrália. E como Roland Garros é um torneio internacional, provavelmente você tem elementos neste piso de todas as nações aqui representadas”, disse o artista.

O trabalho que fornece a fonte para o cartaz foi então fotografado e ampliado … e depois destruído. Sua natureza efêmera faz parte de sua própria essência.

“Eu vejo nisso uma semelhança com o fato de que uma partida de tênis, no minuto que acabou, torna-se parte da nossa memória. Acho que o cartaz ilustra essa analogia, semelhante à filosofia tibetana que exige que os monges lancem suas mandalas de areia no rio. E há também um paralelo com a rede de arrastar que varre as marcas na quadra depois de cada partida”, reflete o artista.

Esta é apenas a segunda vez na história do torneio que o cartaz foi baseado em uma fotografia, sendo o primeiro o cartaz de 1995, do artista americano Donald Lipski.

Nascido em São Paulo, em 1961, o artista brasileiro Vik Muniz é um mestre ilusionista em materiais, um virtuoso do engano visual. Ele desenhou nuvens no céu sobre Manhattan, pintou retratos de crianças em açúcar e recriou velhos mestres usando corda e chocolate.

Um artista cheio de surpresas, reconhecido pelo seu engenhoso uso de uma vasta gama de materiais, Vik Muniz trabalha meticulosamente materiais e pigmentos em criações efêmeras instantaneamente imortalizadas pela fotografia, experimentando sensações visuais e sensoriais inesperadas.

Vik Muniz vive e trabalha entre os Estados Unidos e no Brasil. Nos últimos 25 anos, seu trabalho tem sido mostrado regularmente por todos os maiores museus de arte contemporânea. As exposições de seu trabalho em 2016 incluíram Haia, Rio de Janeiro e Londres.

Foto: Vik Muniz-Galerie Lelong/FFT 2017

Memórias do tricampeonato de Guga em Roland Garros

Estava tentando, sem ajuda de computador e papéis a lembrar tudo o que havia se passado naquelas três semanas em Paris. Sim três semanas, porque o Guga chegava sempre uns 5, 6 dias antes do torneio começar para treinar.

Confesso que minha memória já foi melhor. Claro que lembro da estreia contra o Coria e de toda a expectativa gerada em torno desse jogo, dos jornalistas argentinos falando “cuidado com o Coria, ele pode ganhar do Guga.” Claro que Guga não deu muitas chances ao argentino…

Lembro muito bem do jogo contra o Michael Russell e da sensação que eu senti estando ao lado do Larri e do Rafael assistindo o jogo, quase perdido, num dia de muito frio em Paris e vendo tudo se transformar quando ele salvou o match point. Lembro do meu amigo jornalista Fernando Eichenberg me perguntando após a partida se eu tinha ideia de quantas trocas de bola aquele match point teve? Não tinha ideia na hora, mas nunca me esqueci. Foram 28.  É claro na minha mente a alegria do Guga depois daquela vitória e a emoção dele ao vencer o jogo. Ainda lembro da expressão do Larri olhando pra mim e dizendo, quando ele começou a desenhar o coração na quadra naquele dia: “O que ele está fazendo?” Estava demonstrando todo o seu amor ao torneio, ao público francês, à quadra central e agradecendo a sensação que havia passado naquele momento, algo que ele diz até hoje nunca ter sido superado.

Depois vieram as vitórias sobre o Kafelnikov e o Ferrero, bem mais tranquilas do que as do ano 2000. Havia muita especulação também em cima do Ferrero. Ele havia vencido o Guga na final de Roma e praticamente estava cantando vitória, fazendo aparições para a imprensa com passeio no Senna, photoshoots, etc… Falou, falou, falou, mas quem arrasou foi Guga que o derrotou em três sets.

A final, depois de um primeiro set complicado, foi uma curtição. Quando começou a disputar o terceiro set Guga já sentia que ia ganhar o tricampeonato e foi curtindo com a torcida, com todo mundo aquele momento e claro, todos nós também.

Depois de tentar lembrar de todos esses momentos – a festa depois no Terra Samba e as fotos no dia seguinte no Sacre Couer – fui procurar meus arquivos de press releases que eu havia escrito naquele Roland Garros e fiquei emocionada lendo o material e relembrando que foi naquele ano que Kafelnikov apelidou Guga de o Picasso das quadras; foi naquele ano também que Guga ganhou o trofeu da ITF de melhor do mundo e em vez de ficar na festa de Gala no Bois de Boulogne, fomos jantar churrasco brasileiro; Encontrei menções também às presenças de Leonardo e Rodrigo Pessoa torcendo por Guga e do vice-campeonato de Jaime Oncins nas duplas mistas em Paris.

Ah, não esqueço que de tanto trabalho nem tive tempo para me trocar antes de irmos pra festa… Fui das últimas a deixar Roland Garros naquele domingo de 2001, sempre contando com a companhia do amigo e que esteve ao meu lado durante quase toda a carreira do Guga, Paulo Carvalho. 

Vou reproduzir aqui alguns dos textos que achei mais bacanas que escrevi naquele Roland Garros 2001.

GUGA SALVA MATCH POINT E ESTÁ

NAS QUARTAS-DE-FINAL DE ROLAND GARROS

Brasileiro teve a vitória do coração.

Gustavo “Guga” Kuerten está nas quartas-de-final de Roland Garros. Com uma vitória emocionante, à base de muita luta, Guga virou um jogo praticamente perdido e venceu o norte-americano Michael Russell, por 3 sets a 2, parciais de 3/6 4/6 7/6 (3) 6/3 6/1, em um espetáculo de 3h25min de duração, na quadra central de Roland Garros, que terminou com o brasileiro ajoelhado no meio de um coração, que ele mesmo desenhou. Na terça-feira, em horário ainda indefinido, Guga enfrenta o russo Yevgeny Kafelnikov, em busca de uma vaga na semifinal do Grand Slam.

Atual campeão do torneio, Guga acordou cedo neste domingo para enfrentar o norte-americano. Quando a partida começou o termômetro marcava 11o.C na quadra Philippe Chatrier e o vento fazia a temperatura parecer ainda mais fria. Guga saiu sacando, mas perdeu o seu serviço no terceiro e no quinto game, deixando Russell fazer 5/1. No 5/2, Guga devolveu uma quebra, mas não foi suficiente para reverter a situação do set e no game seguinte, no saque de Guga, com uma direita paralela, Russell fez um set a zero.

No segundo set, a partida seguiu equilibrada até o 3/4, quando Guga perdeu o seu saque. No game seguinte, o catarinense devolveu a quebra, mas no 4/5 não conseguiu manter o seu serviço novamente e com outra bola paralela, desta vez de esquerda, Russell fez 2 sets a 0.

Na terceira série, o norte-americano que veio do qualifying, parecia estar ainda mais no jogo, continuando a jogar bolas na linha e a estragar qualquer tipo de jogada que Guga tentava fazer. No 2/3 ele quebrou o serviço do número um do mundo e fez 2/4. Em seguida, sacou e fez 2/5 e no 3/5 sacou para ganhar a partida e esteve bem perto disso. Guga teve dois break points, não converteu e Russell chegou ao match point. Depois de um ponto muito disputado, com uma bola na linha, Guga escapou de deixar a quadra e aí sim conseguiu quebrar o saque do norte-americano e levar a decisão do set para o tie-break. Confiante depois de haver vencido um set no tie-break no jogo contra Alami, Guga não deixou dúvidas de que não queria entrar no avião e voltar para o Brasil. Entrou firme na hora do desempate e com uma devolução de saque para fora de Russell, fechou a série, com 7/3 no tie-break.

Um pouco mais aliviado no quarto set e jogando mais solto, Guga ficou adiante no placar do jogo pela primeira vez ao quebrar o serviço de Russell no segundo game e só precisou manter o seu saque para empatar o jogo em dois sets. Com um ace Guga fechou a série e entrou no quinto set, em que conseguiu três quebras de saque para vencer a partida, no primeiro, quinto e último game. No 5/1, no segundo match point, Guga cravou um smash na quadra e celebrou uma das maiores vitórias de sua carreira.

Emocionado, Guga desenhou um coração na quadra de saibro com a sua raquete, ajoelhou no meio dele e agradeceu a torcida que o apoiou durante toda a partida.

“Eu sou muito emotivo e hoje tive uma das melhores sensações da minha vida em uma quadra de tênis. Foi muito especial e talvez um dos dias mais felizes que eu já tive,” disse Guga, que não planejava desenhar o coração na quadra. “Foi uma coisa do momento. Eu estava com uma sensação incrível que eu não tenho muitas vezes e foi a maneira que eu encontrei de agradecer ao público, que influenciou muito a minha vitória de hoje.”

Sem nunca ter enfrentado Russell antes na carreira, Guga contou que encontrou dificuldades com o jogo do norte-americano no início do jogo. “Ele jogou o melhor tênis dele numa situação muito difícil. Eu nunca tinha jogado com ele e estava mais defensivo do que agressivo. Ele estava me frustrando e bloqueando todo o tipo de jogada que eu tentava fazer, até que chegou um momento em que eu fiquei mais tranquilo e saí de uma zona de segurança para uma de risco e as bolas na linha, a esquerda paralela, o saque, tudo começou a funcionar. Saí do fundo do poço para o paraíso. Na hora que estava tudo praticamente perdido, terminado a bola pegou na linha, entrou e quando o jogo terminou me senti o homem mais feliz do mundo por alguns minutos. Ganhei uma recompensa por todo o trabalho que eu venho fazendo. Muita gente me viu treinando aqui às 20h durante alguns dias e essas coisas de repente fazem a diferença e me fizeram acreditar que eu poderia ganhar.”

Feliz com a vitória, antes de iniciar as entrevistas para as televisões internacionais, Guga brincou, querendo saber se ninguem havia tido um ataque do coração no Brasil, por causa do seu jogo. “Em poucos segundos me tiraram e me colocaram de novo no torneio e agora estou aqui, nas quartas-de-final, em vez de estar arrumando as malas para entrar no avião. Já não tenho mais nada a perder e provavelmente vou jogara bem mais solto daqui pra frente.”

Esta é a quarta vez que Guga alcança as quartas-de-final em Roland Garros e a segunda consecutiva, tendo sido campeão em 1997, 2000 e quadrifinalista há dois anos. Com 11 vitórias seguidas no Grand Slam francês, Guga (Banco do Brasil/Diadora/Head/Globo.com/Motorola) voltará a competir na terça-feira, enfrentando um velho rival, campeão do torneio em 96, o russo Yevgeny Kafelnikov (7o. colocado no ranking mundial e 8o. na corrida dos campeões), de quem ganhou nas duas vezes em que ergueu o troféu de campeão em Paris, também nas quartas-de-final. “Já vou entrar na quadra com essa vantagem,” brincou ele, que no total, já enfrentou Kafelnikov oito vezes, vencendo cinco, inclusive a última, no Masters Cup de Lisboa.

Tenista número um do mundo e terceiro colocado na Corrida dos Campeões, Guga já garantiu 250 pontos no ranking mundial e outros 50 na Corrida. Se passar por Kafelnikov fica com 450 e 90, respectivamente.

TORCIDA ESPECIAL

Além do apoio da torcida francesa, do irmão Rafael, do técnico Larri Passos, Guga contou com uma força a mais neste domingo em Roland Garros. O cavaleiro Rodrigo Pessoa e o jogador de futebol Leonardo estavam acompanhando a partida do número um do mundo na Tribuna Internacional, ao lado também do cantor e compositor Marcelo.

Conhecido de Guga, Pessoa veio esta manhã de Bruxelas para prestigiar o catarinense e antes do jogo começar conversou bastante com Rafael.

Já Leonardo, conseguiu um convite com amigos e encontrou Guga depois do jogo. Os dois almoçaram juntos no restaurante dos jogadores, que fica embaixo da quadra Philippe Chatrier.

GUGA X KAFELNIKOV – Confrontos Diretos

1996 ATP Tour de Stuttgart / saibro Kafelnikov d. Guga 6/1 6/4

1997 Roland Garros / saibro Guga d. Kafelnikov 6/2 5/7 2/6 6/0 6/4

1998 New Haven / rápida Kafelnikov d. Guga 6/4 6/4

1999 Masters Series Indian Wells / rápida Guga d. Kafelnikov 0/6 7/6 6/3

1999 Masters Series Roma / saibro Guga d. Kafelnikov 7/5 6/1

2000 Roland Garros / saibro Guga d. Kafelnikov 6/3 3/6 4/6 6/4 6/2

2000 Olimpíadas Sydney / rápida – Kafelnikov d. Guga 6/4 7/5

GUGA VENCE KAFELNIKOV E ESTÁ NA SEMIFINAL DE ROLAND GARROS

Gustavo “Guga” Kuerten está na semifinal do torneio de Roland Garros, um dos eventos mais importantes do circuito mundial. Nesta terça-feira, com uma atuação impecável, ele derrotou o russo Yevgeny Kafelnikov, por 3 sets a 1, parciais de 6/1 3/6 7/6 (3) 6/4, em 2h32min de jogo e decide, na sexta-feira, pela terceira vez na carreira, uma vaga na final do torneio. O adversário é o espanhol Juan Carlos Ferrero.

Depois de ter ganhado uma nova vida no torneio, ao salvar um match point na partida de oitavas-de-final contra Michael Russell, Guga entrou solto na quadra Philippe Chatrier e com o objetivo de surpreender Kafelnikov, campeão de Roland Garros em 1996. E foram necessários apenas 18 minutos para Guga mostrar isso ao russo, 7o. colocado no ranking mundial. Nesse tempo, Guga fechou o 1º set, com duas quebras de serviço no 2/1 e no 4/1 e só perdendo três pontos no seu saque no set inteiro.

No 2ºset, foi a vez de Kafelnikov tomar conta da partida e ele e Guga começaram a protagonizar um belíssimo espetáculo de tênis em Roland Garros. No 1/2 ele conseguiu uma quebra de saque e manteve o seu serviço para fechar o set em 6/3, com um ace. No 3º set, o russo chegou a estar bem perto de sacar para a série, quando no 4/4, Guga sacava com 0/40. Guga se salvou desses três break points e de outros dois no mesmo game e conseguiu levar a decisão para o tie-break, em que entrou concentrado, jogando ponto por ponto e venceu por 7/3.

No 4º set, Guga saiu na frente e abriu 3/0 com duas quebras de serviço do adversário. Mas, Kafelnikov não quis se entregar e ainda conseguiu quebrar o saque de Guga mais uma vez, no 3/0. Mas foi só o que Guga deixou o russo fazer, além dos aplausos que recebeu do próprio adversário, ao dar uma passada de esquerda paralela espetacular. No 4/3 salvou dois break points para sacar para a vitória no 5/4 e celebrar a passagem à semifinal com uma bola de Kafelnikov que ficou na rede.

“Quando a minha primeira bola entrou em jogo eu já estava sentindo-a bem melhor na minha raquete, do que no jogo contra o Russell. Eu sabia que tinha que começar bem no jogo, até para surpreendê-lo um pouco e mostrar que eu estava sólido. Ele esperava que eu jogasse mais cruzado e eu estava indo mais para a parelala e arrisacando mais do que o normal. No Masters, em Lisboa, joguei assim com ele e deu certo,” contou Guga, muito feliz por estar, pela terceira vez, na semifinal de um Grand Slam e especialmente em Roland Garros, seu torneio favorito.

“Tenho agora que desfrutar um pouco disso. Passei por uma maratona antes desses jogos e não é todo dia que você está na semifinal de um Grand Slam. Tive as melhores sensações da minha vida no tênis nesta quadra central de Roland Garros e vou lutar muito para estar pela terceira vez na final,” comemorou o número um do mundo, que em nove confrontos venceu Kafelnikov seis vezes, incluindo a vitória desta terça-feira e outras duas nas quartas-de-final deste mesmo torneio, nos anos em que foi campeão, 1997 e 2000.

“Já estão dizendo que o Kafelnikov é o meu amuleto e tomara que seja mesmo, mas não é isso que vai me fazer ganhar o torneio. Os jogos contra o Kafelnikov são sempre como jogos de xadrez, em que um ponto pode mudar tudo e você tem que estar focado, no jogo o tempo todo. Agora me vejo com boas chances de ganhar outra vez, mas vou ter que estar muito forte mentalmente”, concluiu Guga, que foi chamado por Kafelnikov de um Picasso das quadras, pelas mágicas que faz com sua esquerda. “Ele falou isso porque nunca me viu desenhando. Talvez eu possa fazer mágica na quadra, mas quando pego o papel sou como um jogador do qualifying.”

O técnico Larri Passos, que está com Guga há 11 anos, se emocionou tanto quanto o seu pupilo ao vê-lo alcançar a semifinal de Roland Garros pela terceira vez e, com lágrimas nos olhos, disse que uma das principais coisas que Guga continua fazendo é o trabalho duro. “Hoje, antes do jogo nós aquecemos por 45 minutos e isso é fundamental. O Guga é número um do mundo e continua dando duro. Ele jogou um 1ºset incrível contra o Kafelnikov e o principal nos próximos dois dias vai ser trabalhar duro e fazer a recuperação física também.” O técnico também aproveitou para explicar que não tem falado muito com a imprensa porque “aprendi com os chineses, que os sábios não falam e eu porque não sou sábio e tenho que aprender a cada dia, me calo.”

GUGA VENCE FERRERO E ESTÁ NA FINAL DE ROLAND GARROS

Brasileiro ganhou por 3 a 0 e lutará pelo terceiro título em Paris

Gustavo “Guga” Kuerten está na final do torneio de Roland Garros. Nesta sexta-feira em Paris, com uma atuação perfeita do começo ao fim, Guga não deu chances ao espanhol Juan Carlos Ferrero, 4o. colocado no ranking mundial, e venceu, sem perder um set, por 6/4 6/4 6/3, em 2h10min de um show de tênis na quadra Philippe Chatrier. No domingo, a partir das 09h15min (Brasília), ele luta pelo tricampeonato com o espanhol Alex Corretja.

Melhor jogador de saibro da temporada, Guga, como ele mesmo afirmou, “jogou perto da perfeição” seguindo um plano de jogo e estando forte mentalmente em todos os momentos da partida, inclusive naqueles em que a situação não lhe era tão favorável. Logo no primeiro game o brasileiro teve três break points contra e conseguiu reverter a situação. No 3/3, teve seu serviço quebrado, mas não deixou Ferrero tomar a dianteira no jogo, devolvendo a quebra em seguida, quebrando novamente o serviço do “Mosquito,” no 5/4 e fechando a série com um winner de esquerda cruzada.

No segundo set, Guga abriu 2/0, mas perdeu o seu saque no game seguinte. O jogo seguiu igual até o 5/4, quando novamente o brasileiro quebrou o saque de Ferrero, com uma esquerda do adversário na rede e fez 2 sets a 0. No terceiro set, mantendo o mesmo ritmo forte do início do jogo, Guga continuou sem dar chances ao espanhol, mesmo quando este tinha algum break point a favor. Guga se superava e, com jogadas fantásticas, não deixava o espanhol respirar por muitos segundos e no 4/3 a quebra apareceu, deixando o brasileiro tranquilo para sacar para vitória no game seguinte. No segundo match point, com uma bola para fora de Ferrero, Guga pulou, ergueu os braços para cima e comemorou a sua terceira passagem a uma final de Roland Garros, tendo sido campeão em 1997 e 2000.

“Joguei perto da perfeição, me movimentando bem e com as minhas táticas de jogo bem claras, do início ao fim da partida,” disse Guga. “Eu sabia que não podia deixá-lo controlar o jogo e nem mesmo respirar muito. Tentei surpreendê-lo com jogadas fundas e usando a experiência que adquiri nos últimos dois anos e de já ter sido campeão aqui duas vezes. Estava super à vontade na quadra e quando estou sentindo bem a bola na raquete e jogando o meu melhor tênis é difícil alguém ganhar de mim.”

De tão bem que Guga vem jogando ele foi comparado a Picasso pelo russo Yevgeny Kafelnikov, há três dias, e o número um do mundo contou que tentou acreditar no russo. “Eu tentei acreditar nas palavras dele, de que eu sou um Picasso na quadra. Agora quem sabe possa pegar alguma coisa do Van Gogh e tentar desenhar o meu jogo ainda melhor, porque eu não poderia querer jogar mais do que eu joguei hoje. Foi um dia muito feliz para mim e um prêmio pelo que eu passei aqui essa semana, nos jogos e nos treinos. Foram horas na quadra tentando dar um passo adiante e foi na parte mental, com a minha cabeça positiva que eu me superei,” comemorou Guga, sem esquecer do jogo contra o norte-americano Michael Russell, nas oitavas-de-final, em que salvou um match point. “O Guga que está hoje em quadra é um Guga diferente do que o de antes do match point contra o Russell. Como eu já disse, me tiraram do torneio e me colocaram de volta e agora não tenho mais nada a perder. Fui um abençoado naquele dia.”

E é assim, tranquilo e curtindo cada momento, que Guga pretende disputar a sua terceira final em Paris e a quinta da temporada, tendo conquistado três títulos, em Buenos Aires, Acapulco e Monte Carlo. “Nem nos meus sonhos mais mirabolantes eu poderia imaginar que eu estaria disputando a minha terceira final em Roland Garros. Vou entrar em quadra me sentindo um cara de muita sorte e disposto a lutar por todos os pontos.”

Nas duas outras finais que jogou em Roland Garros, Guga venceu, respectivamente, o espanhol Sergi Bruguera e o sueco Magnus Norman.

A partida final, será a 29a. em Roland Garros, sendo que destas 29 ele está invicto a 13. “Roland Garros para mim é um lugar muito especial. Toda vez que venho para cá, até mesmo para treinar, sinto uma coisa a mais, uma energia especial.”

Neste sábado, Guga (Banco do Brasil/ Diadora/ Head/ Globo.com/ Motorola) deve manter a mesma rotina com o técnico Larri Passos. Acordar por volta das 11h, fazer trabalho físico e, no final da tarde, uma hora de treinos na quadra. A esses treinos, Larri credita a passagem de Guga à final. “Foi a vitória do trabalho. Ontem à noite eu assisti uma reportagem sobre o Maurice Green e ele respondeu uma pergunta sobre qual era o segredo do sucesso dele e a resposta foi o trabalho que eu faço com o meu técnico. Eu e o Guga trabalhamos duro nesses últimos dias e eu mostrei o ombro pra ele no final do jogo, porque treinei forte com ele na quadra, fiz muita força e deu certo.”

Com 700 pontos já garantidos no ranking mundial e outros 140 na Corrida dos Campeões, Guga pode ficar com 1000 e 200, respectivamente, se passar pelo espanhol Alex Corretja, 13o. colocado no ranking mundial e 32o. na Corrida. Os dois já se enfrentaram seis vezes, todas elas no saibro, com quatro vitórias para Guga, incluindo a última, nas quartas-de-final do Masters Series de Roma.

GUGA FAZ FESTA BRASILEIRA EM PARIS

Depois de conquistar o tricampeonato de Roland Garros, no domingo à tarde, em Paris, derrotando o espanhol Alex Corretja, por 3 sets a 1, parciais de 6/7 (3) 7/5 6/2 6/0, em 3h12min de jogo, Guga comemorou como queria.

Curtiu o terceiro triunfo, se igualando a Mats Wilander, Ivan Lendl e Bjorn Borg, na quadra, festejando bastante com a torcida, desenhando um novo coração, deitando nele, vestindo uma camiseta com os dizeres Je táime Roland Garros e posando para fotos com a bandeira brasileira.

Depois de passar por uma maratona de entrevistas para jornalistas do mundo inteiro e de falar ao vivo com a France 2 /3, canal de televisão responsável pela transmissão do torneio na França, Guga voltou ao hotel onde está hospedado, próximo a Roland Garros, trocou de roupa e partiu para a região da Bastilha.

Lá, no restaurante brasileiro, Terra Samba, ele comemorou com a família, com o técnico Larri Passos, os membros de sua equipe e os amigos que o acompanharam na campanha rumo ao tri, o título que mais saboreou na quadra central de Roland Garros.

No restaurante, Guga comeu churrasco, arroz, feijão, cantou e dançou ao som do músico Marcelo.

Também estava presente no Terra Samba o vice-campeão de duplas mista, Jaime Oncins, que ficou em Paris para assistir ao companheiro de equipe de Copa Davis jogar a final do torneio mais charmoso de tênis do mundo.

Bem ao seu estilo, Guga estava completamente à vontade, entre a mãe Alice, o irmão Rafael, o técnico Larri, sua equipe e os amigos.

Fotos da nossa fotógrafa e grande amiga Cynthia Lum

Guga é o novo embaixador mundial do tênis

June 2, 2016; Paris, France: Gustavo "Guga" Kuerten is announced as an International Ambassador by the International Tennis Hall of Fame on Day 12 of 2016 Roland Garros.

Gustavo Kuerten é o primeiro atleta representante do tênis masculino a se tornar embaixador mundial do Hall da Fama do Tênis Internacional. Uma solenidade hoje, em Paris, oficializou o nome do tricampeão de Roland Garros como embaixador da instituição que preserva a história do esporte, reverenciando as conquistas dos maiores campeões do tênis.

O anúncio foi feito por Todd Martin, presidente do Hall da Fama do Tênis Internacional no complexo onde Guga levantou por três vezes o troféu de campeão, no Grand Slam francês. Segundo Martin, o brasileiro foi escolhido para exercer a função de embaixador por ser um tenista com milhões de fãs em todo o mundo. A paixão de Guga pelo tênis, também foi levada em consideração para a escolha do nome do brasileiro que conquistou 28 títulos ao longo de 13 anos no circuito profissional.

Encarregado de promover o tênis, Guga se declarou honrado por representar a entidade que eternizou seu nome no Hall da Fama do Tênis Internacional, em 2012. “Transmitir os valores do tênis é muito legítimo para mim, porque sou apaixonado pelo que fiz, continuo muito dependente e tenho como missão transformar o tênis no Brasil. Então, tudo isso faz muito sentido. Vou continuar a trabalhar com o tênis que é o que eu amo, sempre sorrindo e feliz. Foi esse ‘tempero’ que chamou atenção na minha carreira”, finalizou o novo embaixador.

Guga se emociona com homenagem do Rio Open, fala sobre fase de Djokovic e acredita em recuperação de Nadal

Guga peqMais uma vez, Gustavo Kuerten, o Guga, marcou presença no Rio Open, maior torneio da América do Sul, disputado no saibro, no Rio de Janeiro.

Neste ano, o ex-nº 1 do mundo será homenageado de uma forma diferente: a quadra central do torneio será batizada de Guga Kuerten, honraria recebida por ele de forma divertida e emocionada:

“Vim aqui todos os anos e acho que perceberam e sentiram minha vontade de jogar (risos). A partir de agora, vou poder jogar até o último jogo. É uma situação (a homenagem), que foge até do imaginário da pessoa.”

Guga não deixou de falar do circuito atual, principalmente sobre o líder do ranking, o sérvio Novak Djokovic, que vive uma grande fase no circuito, além de Rafael Nadal, que chega ao Rio depois de uma semana com atuações abaixo do esperado em Buenos Aires:

“O Djokovic é impressionante fisicamente e continua evoluindo tecnicamente. Hoje em dia, é difícil imaginar alguém que possa se aproximar dele. (Sobre o Nadal) A gente tem que esperar tudo de um cara desses. No mesmo ano que ele se lesionou, voltou a ser número 1 do mundo. Nós temos que esperar o impossível do Nadal.”

Quando foi perguntado sobre a possibilidade de jogar exibições em breve, depois de todos os procedimentos no quadril, Guga foi realista:

“Esse cenário ainda está um pouco distante. Investi bastante em fisioterapia no ano passado, mas meu parâmetro de expectativa é muito grande.”, concluiu.